O estudo envolve a discussão acerca das políticas e agenda neoliberal conservadora em escala global no âmbito das reformas educacionais, voltada para o desenvolvimento das escolas públicas no estado do Amazonas, em sua etapa do Ensino Fundamental. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é investigar a tentativa de influência ideológica e econômica em documentos oficiais, de maneira que beneficie os agentes privados em detrimento do Estado. A fim de compreender os efeitos da educação como um produto do mercado global, analisaremos as políticas curriculares recentes e documentos emitidos por órgãos internacionais para observarmos seus efeitos. A metodologia abordada é a da Sociologia da Ação Pública francesa de Pierre Lascoumes e Patrick Le Galès, por meio de uma abordagem qualitativa e pesquisa documental que analisará os documentos curriculares do estado do Amazonas. É possível observar que a democracia e a participação dos cidadãos no âmbito político e estrutural da sociedade, não eliminaram a parcela de políticas que estão condicionadas ao mercantilismo. A proposição de uma educação institucionalizada que passa por controle e normalização, acaba por submeter a escola ao credo neoliberal e neoconservador do mercado. Para Apple (2005) esse aspecto de controle e produção na educação, reflete a eficiência e qualidade, entretanto o conceito de qualidade está condicionado ao mercado vigente que dita por meio de mecanismos como avaliações em larga escala a seleção nas escolas. Segundo Silva (2015), a condição de implementação de uma educação de qualidade pela livre iniciativa é a de que a solução para os males econômicos seja a participação de organizações financiadoras e conglomerados. Os resultados parciais refletem a participação de instituições financiadoras na educação brasileira e a abertura para que os documentos oficiais educacionais sejam influenciados de maneira implícita por esses agentes, reforçando a relação de poder no embate entre público e privado.
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