SURDEZ E INCLUSÃO: LIBRAS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO PARA ALUNOS SURDOS VENEZUELANOS EM UMA ESCOLA INCLUSIVA DE MANAUS

  • Autor
  • Geceilma Oliveira Pedrosa
  • Co-autores
  • Rosilene Brito de Oliveira , Eduardo Figueira Rodrigues , Waldeilson Martins Braga
  • Resumo
  •  

    Durante o período da pandemia da Covid-19, as aulas pela rede estadual de ensino mantiveram seu cronograma de aulas em formato remoto. Passado a crise que se instalou, sobretudo na cidade de Manaus, segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça, houve um crescimento vertiginoso de imigrantes venezuelanos no Brasil concomitante com o retorno presencial das aulas pela rede estadual de ensino (ABRAHÃO, 2019). Sob esse cenário e o crescente número de alunos surdos venezuelanos matriculados na rede pública de ensino, o professor – tradutor - intérprete de Libras se deparou com o desafio de promover a acessibilidade em Libras por meio de um processo interlinguístico. Esses desafios exigiam do professor–tradutor-intérprete de Libras: conhecimento prévio dos conteúdos explanados em sala de aula, amplo conhecimento dos aspectos linguísticos da Libras e criatividade ao desenvolver estratégias tradutórias para alcançar a língua de instrução do aluno surdo venezuelano (Língua de Sinais Venezuelana – LSV) e ao mesmo tempo, introduzir a Libras como principal idioma utilizado na comunicação. Diante do exposto, a presente pesquisa objetivou apresentar as principais estratégias utilizadas pelo professor-tradutor-intérprete de Libras na tradução e interpretação de conteúdos explanados em sala de aula para alunos surdos venezuelanos, além de mostrar a importância do uso de recursos imagéticos como ferramenta indispensável no processo de tradução e interpretação interlinguístico. Para alcançarmos os objetivos supracitados, a metodologia empregada foi a de Campello (2007), cuja pedagogia visual se constitui em uma prática que prioriza os elementos da cultura surda e da língua de sinais, utilizando recursos como: mapa conceitual, uso de imagens, jogo das diferenças de cores dos pincéis de lousas, tornando-se um importante meio para viabilizar as experiências da visualidade e compreensão do conteúdo (MOREIRA, 2013). No que tange as disciplinas de exatas, a interpretação ocorria ora por meio de apontamentos, ora por meio do uso de pincéis cujas cores variavam de acordo com a ênfase que se dava seja ao cálculo ou ao resultado numérico. Quanto as disciplinas de humanas, estas apresentavam um certo grau de dificuldade para o professor-tradutor-intérprete, à medida que por vezes recorria ao uso de imagens, desenhos, mapas conceituais e vídeos ao qual o aluno surdo venezuelano pudesse por meio da visualidade entender o objeto em questão e por fim, aprender os sinais que lhes eram repassados em Libras. Portanto, podemos concluir que mesmo o professor-tradutor-intérprete de Libras, desconhecendo a língua de instrução do aluno surdo venezuelano, o uso de imagens realizadas na internet, vídeos, o uso de gestos, apontamentos e até mesmo de desenhos, permirtiam que o aluno surdo compreendesse o conteúdo e aquisição de alguns sinais em Libras, propiciando assim a acessibilidade linguística.

     

  • Palavras-chave
  • Surdez; Inclusão; Acessibilidade interlinguística; Migração venezuelana; Libras.
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