Introdução: A sífilis é causada pelo Treponema pallidum, e está incluída, no Brasil, na lista de doenças de notificação compulsória. Grávidas infectadas podem transmiti-la ao feto e resultar em graves complicações para o feto e para o recém-nascido. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da sífilis gestacional na mesorregião Metropolitana de Belém, Pará, Brasil, entre 2012 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa de dados provenientes do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), dos Municípios que compõem a mesorregião de interesse. As variáveis analisadas foram: faixa etária, escolaridade, classificação clínica, município de notificação, teste diagnóstico e evolução. Resultados: Na mesorregião estudada, foram notificados 4.264 casos de sífilis gestacional, sendo que em 2019 foi o ano de maior registro. Em 2019, a taxa de incidência de sífilis em grávidas foi 15,07/1.000 nascidos vivos. Dos 11 municípios analisados, o município de Belém apresentou o maior número de casos. No período estudado, mulheres entre 20 a 39 anos representaram 70,64% das gestantes com a afecção e 46,38% dessas, possuía baixa escolaridade. O ano de 2021 foi o único no qual o diagnóstico de sífilis terciária foi preponderante. O Ministério da Saúde preconiza para o diagnóstico de sífilis a execução do teste de triagem (não treponêmico) e o confirmatório (treponêmico). Foi observado que na sorologia não treponêmica 90,64% gestantes foram reativas, já no teste treponêmico confirmatório essa frequência foi reduzida a 44,02%. Todos os casos evoluíram para a cura. Conclusão: Infere-se que no decorrer dos anos entre 2012 a 2021, a mesorregião Metropolitana de Belém, a qual compreende 11 municípios, manifesta elevação na ocorrência de sífilis gestacional, especialmente nos 3 últimos anos, evidenciando que medidas mais efetivas das atividades do pré-natal sejam oferecidas de forma qualificada como forma de mitigar essa ocorrência, para evitar altas prevalências do agravo e impacto negativo na saúde materno-fetal decorrente dessa infecção.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente:
Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)
MEMBROS: