Introdução: A distocia de ombro é uma emergência obstétrica na qual o ombro anterior está inserido na sínfise púbica materna e a tração normal na cabeça fetal não leva à expulsão dos ombros. É crítico e grave em obstetrícia, e mais de 50% dos casos ocorrem em recém-nascidos de peso normal, que não podem ser previstos e evitados com precisão. Podendo levar a plexopatias braquiais obstétricas, hipóxia e lesões maternas. Objetivo: Elencar as mais eficazes estratégias para o manejo da distócia de ombro. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada por meio das bases de dados Lilacs e Medline. Foram usados os descritores com operador booleano “distocia de ombro” AND “manejo”, sendo utilizados os estudos cujo assunto principal fosse “distocia de ombro”, em português, inglês e espanhol compreendidos entre os anos de 2018 a 2023. Foram excluídos relatos de casos, estudos diagnósticos, artigos duplicados e artigos não pertinentes para o tema proposto. Resultados: Foram obtidos, com o cruzamento dos descritores, 11 artigos na LILACS e 202 artigos na MEDLINE. Com a adição dos filtros mencionados, obtiveram-se 19, sendo que apenas 10 cumprem os critérios de inclusão estabelecidos e foram usados na revisão. Estudos que analisaram a aplicação de simulações de treinamento como estratégia de capacitação das equipes profissionais obtiveram resultados muito satisfatórios como: atuação harmônica e organizada da equipe, melhora na habilidade de diagnosticar a distocia de ombro e de lidar com o estresse causado por ela. Esse time, treinado por meio de simulações, reduziu a incidência de lesões no plexo braquial e fraturas nos recém nascidos. Outrossim, de acordo com os estudos, as primeiras medidas a serem tomadas ao diagnosticar a ocorrência do evento são: anunciar a distócia; monitorar o tempo (pois o risco de hipóxia neonatal e lesões maternas aumenta conforme o tempo entre o desprendimento do polo cefálico e a expulsão total do concepto transcorre) e, por fim, convocar assistência extra. Posteriormente, com o intuito de reverter o quadro, devem ser realizadas manobras de liberação, iniciando pela Manobra de MCRoberts, seguida pela pressão suprapúbica e,
caso não revertam o quadro, utiliza-se a Manobra de Shrug. Para além das condutas indicadas, os estudos elencaram algumas ações a serem evitadas, como a realização de pressão no fundo uterino, a tração excessiva, a realização de episiotomia, o corte do cordão umbilical e outras condutas que não resolvem a distocia de ombro e podem ainda contribuir para o agravamento da situação. A fratura clavicular intencional e o resgate abdominal devem ser utilizados como últimas alternativas. Finalmente, um artigo discorre acerca da implementação de um Formulário de Documentação de Distócia de Ombro Padronizado, destacando como benefícios a maior qualidade do registro médico de parto e a utilização deste como respaldo para proteger o obstetra juridicamente caso a narrativa do parto seja distorcida. Conclusão: Com base nas referências obtidas, foi possível discorrer sobre as principais estratégias utilizadas para o manejo da distocia de ombro, enfatizando a grande eficácia das simulações de treinamento, haja vista a imprevisibilidade desse evento.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente:
Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)
MEMBROS: