SÉRIE TEMPORAL DA TAXA DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL DE 2018 A 2023 RELACIONADA À HEMORRAGIA PÓS-PARTO SEGUNDO AS REGIÕES E A INFLUÊNCIA DA PANDEMIA DE COVID-19

  • Autor
  • Paola dos Santos Dias
  • Co-autores
  • Ana Sofia Moraes de Aviz , Esther de Seixas Moura , Giovanna Maués Souza , Fabiana Lopes Ferreira , Danielle Cristina Moreira de Carvalho
  • Resumo
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    Introdução: A hemorragia pós-parto é a morbidade materna mais comum de países desenvolvidos e é caracterizada por perdas sanguíneas maiores que 500mL nas primeiras 24h após a expulsão do concepto. Dentre as principais causas desse agravo estão: atonia uterina, traumas como laceração de canal de parto e inversão uterina, retenção de restos placentários e distúrbios de coagulação. As taxas de mortalidade pelo sangramento pós-parto variam bastante nas várias regiões do mundo, sendo a falta de protocolo de conduta um importante fator de risco. Objetivo: Avaliar a taxa de mortalidade materna por hemorragia pós-parto nas regiões brasileiras de 2018 a 2023. Metodologia: Trata-se de estudo ecológico epidemiológico quantitativo. Utilizaram-se os dados fornecidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) para o estudo temporal (2018 – 2023) relacionado a taxa de mortalidade materna por hemorragia pós-parto. Resultados: na série temporal de 6 anos a taxa de mortalidade materna por hemorragia pós-parto no Brasil foi de 0,10 no ano de 2018; 0,09 em 2019; 0,12 em 2020;  0,11 em 2021; 0,09 em 2022 e 0,03 até o primeiro semestre de 2023. Avaliando por região, no Norte, ao longo de 2018 a 2023 foi, respectivamente, de 0,10; 0,16; 0,13; 0,10; 0,13; 0,29. No Nordeste: 0,12; 0,09; 0,14; 0,12; 0,09; 0,07. Já no Sudeste: 0,09; 0,08; 0,11; 0,11; 0,07 e 0,06. No Sul: 0,11; 0,07; 0,02; 0,06; 0,09; 0,05; não havendo registros de 2023. Enquanto no Centro-oeste: 0,06; 0,07; 0,09; 0,13; 0,10 e 0,17. Mediante tais dados, pôde-se observar que a taxa de mortalidade materna por hemorragia pós-parto nas diferentes localidades brasileiras, ao longo dos anos, foi variável, podendo ser influenciada positivamente pelo diagnóstico precoce e por intervenções de contenção bem sucedidas. Em contrapartida, a falta de assistência adequada ao parto, identificação e terapêutica tardia são fatores que influem aumentando a TM por fatores obstétricos, sendo que um cenário da atualidade que interviu na rotina médica foi a pandemia de COVID-19. Comparativamente, na região Norte e Sul houve queda na TM materna por hemorragia pós-parto no período pandêmico, enquanto nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste houve incremento. Sendo assim, é importante dar continuidade na avaliação das variáveis que interferem nessas medidas de saúde, a fim de proporcionar melhorias e garantir segurança à parturiente. Conclusão: A partir dos dados evidenciados, observa-se variação na taxa de mortalidade materna por hemorragia pós-parto no período de pandemia de COVID-19, evidenciando um decréscimo desses índices nas regiões norte, sul e centro oeste durante os anos de 2020 e 2021, enquanto nas demais regiões percebe-se um aumento nesse mesmo período. Dessa forma, é imprescindível avaliar os protocolos referentes à mortalidade por hemorragia pós- parto, a fim de diminuir a recorrência desses casos de forma mais eficaz, fazendo um recorte com as principais necessidades de cada região do país acerca do assunto.

     

  • Palavras-chave
  • COVID-19, Hemorragia pós-parto, Mortalidade
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Obstetrícia
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Comissão avaliadora dos trabalhos:


Presidente:

Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)


MEMBROS:

  • Dra. Cláudia Coelho Campos
  • Dra. Cynthia Mara Brito Lins Pereira (PA)
  • Dr. Edson Ferreira (SP)
  • Dr. Fernando Bastos (PA)
  • Dr. Arivaldo Meireles (PA)
  • Dra. Verena Butzke (PA)