IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA RELAÇÃO DOS EXAMES DE MAMOGRAFIA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

  • Autor
  • Emerson André Negrão do Nascimento
  • Co-autores
  • Ana Paula Moia Rodrigues Viana , Gabriel Jersemi Rodrigues Costa , Iris da Silva Barros , Lucas Guimarães Dias , Marissol Miranda Alves Reis , Waltair Maria Martins Pereira
  • Resumo
  • Introdução: A mamografia é um procedimento não invasivo considerado padrão ouro para diagnóstico de câncer de mama, aumentando as chances de maior sobrevida e de de curados indivíduos. Objetivos: Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 no rastreamento do câncer de mama, no Pará. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com base nos dados do Sistema de Informações do Câncer (SISCAN) tabulados DATASUS, dos exames de mamografia, realizados entre janeiro de 2018 e abril de 2023, no estado do Pará. Os dados foram divididos em três grupos diferentes, conforme o período em que os exames foram realizados: G1 (janeiro de 2018 a fevereiro de 2020, correspondendo ao período antes da pandemia), G2 (março de 2020 a janeiro de 2021, correspondendo ao período da pandemia, sem vacina específica disponível) e G3 (fevereiro de 2021 a abril de 2023, correspondendo ao período da pandemia, com vacina específica disponível). A análise estatística foi realizada com o auxílio do software Jamovi (versão 2.3.26.0). Resultados: Do total de 276.041 exames, foram incluídos em G1: 106.086 (38,4%) exames, com média mensal de 4.080; em G2: 41.304 (15%), com média de 3.755; e, em G3: 128.651 (46,6%), com média mensal de 4.765. Em G1, houve um mínimo de 2.964 exames no mês de setembro/2018 e máximo de 5.500 em novembro/2019. Em G2, o mínimo de exames foi de 915 em maio/2020 e máximo de 6.538 em outubro/2020. Em G3: obteve-se um mínimo de 2.822 no mês de abril/2021, e um máximo de 6.602 exames em novembro/2022. Analisando os resultados dos exames, foram observados na categoria de BI-RADS 4,5 ou 6, em G1, 1.383 (0,5%). Em G2, 574 (0,2%), e, em G3, 1.368 (0,49%). Por fim, a relação entre o número de mamografias realizadas e o número de casos de Covid-19 foram analisados pelo teste de normalidade (SW=0.976; p=0,363) e regressão linear (R2=0,045; p=0,09). A análise estatística aponta que os dados seguem uma distribuição normal (p>0,05). Além disso, a regressão linear mostra que não há correlação significativa (p>0,05) entre a redução das mamografias realizadas e o número de casos de Covid-19. Conclusão: Dessarte, a não correlação estatística com o número de casos de Covid-19 não descartam a influência de outros fatores no período estudado. Os resultados deste estudo demonstraram que a pandemia da Covid-19 teve efeitos notáveis sobre a realização dos exames de rastreamento para câncer de mama no Pará. Observou-se que houve uma redução considerável na média de exames realizados no período pandêmico, em comparação com período anterior a pandemia, seguido de uma normalização nos índices após início da vacinação específica. A partir do número de exames realizados, também foi notado a formação de uma possível demanda reprimida no período pandêmico, com constatação de aumento na realização de exames em G3 que correspondesse a demanda reprimida em G2. Portanto, pode-se inferir que ocorreu a recuperação da realização do exame de mamografia, sem, entretanto, inferir sobre os resultados que impactam no aumento da sobrevida e/ou no processo de cura dos pacientes diagnosticados com câncer de mama.

  • Palavras-chave
  • Citologia, Covid-19, Pandemia, Mamografia.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Mastologia
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Comissão avaliadora dos trabalhos:


Presidente:

Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)


MEMBROS:

  • Dra. Cláudia Coelho Campos
  • Dra. Cynthia Mara Brito Lins Pereira (PA)
  • Dr. Edson Ferreira (SP)
  • Dr. Fernando Bastos (PA)
  • Dr. Arivaldo Meireles (PA)
  • Dra. Verena Butzke (PA)