Introdução: O aborto espontâneo é caracterizado como a interrupção da gestação até 22 semanas ou com peso fetal menor que 500g que ocorre sem intervenção externa e corresponde a uma das principais complicações da gravidez. Dessa forma, essa condição representa um desafio à saúde pública, associada ao aumento dos índices de hospitalização. Objetivos: Avaliar a prevalência de internações devido a aborto espontâneo no município de Belém-PA e comparar as taxas nos anos de 2018 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo acerca da prevalência de internações por aborto espontâneo no munícipio de Belém-PA, no período de 2018 a 2022. Os dados foram coletados através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. Resultados: A partir da análise dos dados obtidos, houve decréscimo importante no quantitativo bruto e na prevalência de internações por aborto espontâneo ao longo do período, com exceção do ano de 2021, que apresentou relativo aumento. Em 2018, a prevalência foi de (47,26) internações por aborto espontâneo a cada 1000 mulheres em idade fértil internadas em Belém. No ano de 2019, esse valor diminuiu para (44,92), em 2020 para (37,95) e aumentou para (41,66) em 2021. Em 2022, houve novamente um decréscimo para (35,42), demonstrando uma redução de (25%) em comparação a 2018. A faixa etária com maior quantitativo bruto de internações pela mesma causa ao longo do período foi a de 20 a 29 anos (n = 4214), seguida pela faixa de 30 a 39 anos (n = 2254). Observou-se que (86%) das internações pela mesma causa são de pessoas pardas, (6,7%) brancas, (1,4%) pretas, (0,14%) amarelas, (0,04%) indígenas e (5,6%) não informaram. Conclusão: Ressalta-se, então, que apesar de um decréscimo significativo no quantitativo de internações por aborto espontâneo, essa complicação ainda representa um importante desafio para a saúde pública, com destaque para a faixa etária dos 20 a 29 anos, que representa uma faixa etária de mães mais jovens, e a população da cor parda.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente:
Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)
MEMBROS: