Introdução: Os leiomiomas uterinos são tumores benignos originados de células musculares lisas do miométrio, comuns entre mulheres na 4ª e 5ª décadas de vida. São responsáveis por sintomas como sangramento aumentado, cólica menstrual e dor abdominal e representam uma grande proporção das apresentações ginecológicas na prática clínica. A miomectomia laparoscópica tem sido o tratamento padrão-ouro no tratamento cirúrgico para miomas uterinos em mulheres que desejam conservação uterina, entretanto, é necessário avaliar a qualidade de novas modalidades de tratamento de miomas. Objetivos: Comparar o pós operatório entre pacientes submetidas à miomectomia laparoscópia versus por ablação. Métodos: Foi realizada uma busca na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores com operador booleano “laparoscopic” e “myomectomy” e “ablation”, e suas variações encontradas no MeSH. Foram incluídos estudos dos últimos 10 anos em língua inglesa e foram excluídos estudos com metodologia pouco clara ou mal descrita, revisões e publicações indisponíveis na íntegra. A escala PRISMA foi utilizada no intuito de melhorar o relato desta revisão. Resultados: Inicialmente foram encontrados 40 estudos, e após aplicação dos critérios de inclusão, 14 artigos fizeram parte do escopo e análise final. Em comparação com a miomectomia laparoscópica, 6 trabalhos indicaram que a ablação, incluindo o Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (HIFU), está associada a uma perda de sangue intraoperatória significativamente menor, menor tempo de procedimento e hospitalização, maior redução dos sintomas, complicações clínicas significativas e eventos adversos inferiores, menor uso de equipamentos cirúrgicos descartáveis e reutilizáveis, menor taxa de hospitalização pós-procedimento e retorno mais rápido ao trabalho. Um artigo com seguimento de 12 meses sugeriu que a termoablação é uma alternativa segura, eficaz e poupadora de útero à miomectomia laparoscópica no tratamento dos miomas. 3 estudos indicaram imparcialidade entre os métodos: o primeiro estudo, que durou 24 meses, sugeriu equivalência na segurança e eficácia relatada pelas pacientes dos dois grupos. Outros 2 estudos relacionados à recuperação pós-operatória precoce e recorrência de sintomas atestaram taxas comparáveis a longo prazo entre os dois métodos. Além disso, em outro estudo comparativo, o tempo médio para a gravidez ocorrer após os procedimentos foi menor após a HIFU do que após a miomectomia laparoscópica, porém essa última aumenta o risco de placenta prévia, enquanto a HIFU induziu a mais partos prematuros. Conclusão: Conclui-se que há superioridade no tratamento por ablação em relação à laparoscopia, embora tenham melhoras semelhantes dos sintomas entre os grupos. Em pacientes que desejam ter maiores chances de engravidar após a miomectomia, a ablação é mais indicada pelos estudos. É necessário que sejam realizados mais estudos relacionados a essa temática para que outros parâmetros sejam avaliados como desfechos secundários.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente:
Dra. Sônia Fátima da Silva Moreira (PA)
MEMBROS: