INSÓLITO E RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA NO CONTO LUA CHEIA, DE CIDINHA DA SILVA

INSÓLITO E RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA NO CONTO LUA CHEIA, DE CIDINHA DA SILVA

• Autor
• Allan Cordeiro
• Co-autores
• Bruno Barbosa Teixeira
• Resumo

• Os relatos populares e lendas urbanas brasileiros são permeados pelos elementos insólitos e compõem um universo imaginário reconhecido e difundido na sociedade. As narrativas religiosas, por sua vez, partem do pressuposto da fé e contam, de diferentes maneiras, com enredos marcados pelas imagens insólitas. Assim, essas narrativas fornecem rico material para a produção de narrativas insólitas. É dessa forma que Cidinha da Silva, escritora mineira, constitui o conto Lua Cheia, objeto deste estudo. Com referências religiosas mais veladas do que costumamos encontrar em outras narrativas de sua autoria, esse conto aponta uma chave de leitura singular alinhada ao restante da coletânea Um Exu em Nova York (2018). A partir de uma rica exposição do cotidiano de um casal, pressuposto para o estabelecimento do fantástico (ROAS, 2013), a protagonista se entrega aos seus desejos interiores e mergulha no instintivo. Aos poucos, o leitor é inserido em um universo em que o insólito se revela como um instrumento necessário para o desfecho da narrativa. Nesse processo, é possível identificar alguns ecos da mitologia das religiões afro-brasileiras (PRANDI, 2001), em que a relação com a natureza é vista como natural (RAMOS, 2016). Para observar esses elementos, é necessário um mergulho na iconografia dessas religiões, pois as referências estão postas de maneira nem sempre explícitas.

• Palavras-chave
• Insólito brasileiro, Cidinha da Silva, Literatura contemporânea
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Estudos Literários