Poética da ausência: a escrita como construto da alteridade em Mia Couto e José Eduardo Agualusa

Poética da ausência: a escrita como construto da alteridade em Mia Couto e José Eduardo Agualusa

• Autor
• Ana Paula Rodrigues da Silva
• Resumo

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  Algumas obras literárias produzidas em territórios africanos de língua portuguesa, nos últimos 30 anos, operam um discurso que constantemente se volta para um elemento ausente. Em abordagem dos romances Antes de nascer o mundo, do escritor Mia Couto (Moçambique, 1955) e Teoria geral do esquecimento, de José Eduardo Agualusa (Angola, 1960), a partir do instrumental comparatista, a pesquisa objetiva compreender de que modo, a partir de qual contexto de produção e com qual objetivo as vozes dos ausentes (dos mortos, da memória, do passado, da tradição, dos excluídos, do outro, do futuro, do personagem ausente de si mesmo) são presentificadas e ressignificadas esteticamente. Para tanto, busca-se evidenciar a construção da alteridade sob diferentes perspectivas, analisando a presença de cartas, poemas, cadernos, diários e demais escritos como manifestação de uma alteridade em movimento. No processo de construção dos romances selecionados, a escrita e a leitura terão papel importante não apenas no desenvolvimento da intriga, mas, principalmente, no desenvolvimento da humanidade das personagens. Os postulados sobre escritura, escritas de si, alteridade, multiplicidade e memória sustentam as análises, bem como o referencial sobre literatura e política. As formulações de Walter Benjamin sobre o narrador e suas teses sobre a História, assim como as proposições de Didi-Huberman sobre a imagem sobrevivente a partir de Aby Warburg compõem a fundamentação teórica da pesquisa.

• Palavras-chave
• Mia Couto, Agualusa, alteridade, ausência, memória, escritura
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Estudos Literários