Era uma vez uma mulher: a condição feminina no trabalho de Angela Carter

Era uma vez uma mulher: a condição feminina no trabalho de Angela Carter

• Autor
• Maria Fernanda Liuti Bento da Silva
• Resumo

• A presente comunicação tem por objetivo analisar a condição feminina nos contos de fadas reunidos na coletânea “103 contos de fadas” (2007), de Angela Carter. A obra reúne histórias oriundas de diferentes partes do mundo que foram coletadas e organizadas por Carter com o objetivo de apresentar como as mulheres respondiam às suas condições sociais de forma diversificada em um extenso panorama folclórico. As personagens femininas, ao ousarem serem protagonistas de suas próprias narrativas, questionam relações de poder, negociam questões de gênero e desafiam as perspectivas patriarcais do papel da mulher na sociedade. Nesse sentido, a pesquisa propõe o estudo das distintas estratégias adotadas pelas protagonistas em busca de caminhos para sua sobrevivência, reconstrução e autonomia. Para tal, retomamos as discussões abordadas por Elaine Showalter (1977) e Lúcia Osana Zolin (2009) sobre a crítica feminista e por Teresa de Lauretis (1994) e Judith Butler (1989) sobre questões de gênero. Ademais, a comunicação procura examinar o trabalho de curadoria de Angela Carter a partir das teorias de Nicolas Bourriaud (2009) e Kenneth Goldsmith (2011) para compreender a escolha e organização dos contos de fadas compilados na obra. Partindo das noções de escrita não-criativa e pós-produção, procuramos identificar as intenções de Carter, enquanto autora não original, em elementos específicos presentes nas narrativas que reproduz em seu trabalho. Por meio desta fundamentação teórica, podemos observar a condição feminina no âmbito literário em dois níveis: o de personagem e o de autora.

• Palavras-chave
• Angela Carter; Condição feminina; Crítica feminista; Gênero; Escrita não-criativa
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Estudos Literários