Eficiência hidráulica em grupos funcionais de plantas da Caatinga

Eficiência hidráulica em grupos funcionais de plantas da Caatinga

• Autor
• Angela Lucena Nascimento de Jesus
• Co-autores
• Nielson Dinivan da Silva Brito , Maria Jucicléa dos Santos Medeiros , André Luiz Alves de Lima
• Resumo

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  As diferenças na arquitetura hidráulica das plantas podem influenciar no funcionamento das espécies vegetais, e possibilitar a formação de grupos funcionais dentro de um mesmo ecossistema. No entanto, estudos que avaliem a arquitetura hidráulica em grupos funcionais de espécies lenhosas da caatinga são escassos. O objetivo desse trabalho foi caracterizar e comparar a estrutura hidráulica de espécies lenhosas da Caatinga pertencentes a diferentes grupos funcionais. O trabalho foi conduzido em uma área de Caatinga situada na Fazenda Buenos Aires, município de Serra Talhada, PE. Avaliou-se duas espécies de alta densidade de madeira (ADM) Cenostigma pyramidale e Aspidosperma pyrifolium e duas de baixa densidade de madeira (BDM) Commiphora leptophloeos e Amburana cearenses. Foram coletadas amostras do caule de três indivíduos para cada espécie, e determinada densidade de madeira, estruturas anatômicas do xilema e área do xilema ativo. Foi medida a condutância estomática e o potencial hídrico do xilema. Os dados foram comparados pelo teste de tukey a 5% de significância. O diâmetro do lúmen dos vasos do xilema das espécies ADM foi 2,33 vezes menor, em comparação ao das espécies BDM. As ADM apresentaram paredes dos vasos espessas (16 mm), fibras curtas (980 mm) e finas (15 mm), enquanto as BDM apresentaram vasos com parede fina (9 mm), fibras longas (1050 mm) e largas (61 mm). A frequência dos vasos foi 11 vezes maior nas ADM (58 mm^-2) em comparação às BDM (5 mm^-2). A área do xilema ativo foi 50% maior para as ADM. A condutância estomática das espécies foi menor no período inicial das chuvas, entretanto sendo maior para as espécies ADM (308,167 mmol/m^-2s^-1). Em plena estação chuvosa a maior condutância estomática ocorreu nas BDM (800 mmol m^-2s^-1). Houve maior variação de potencial hídrico, bem como valores mais negativos para as ADM no período chuvoso e seco, respectivamente (-2,5 a -3,0 Mpa), enquanto as BDM apresentaram menor variação (-0,7 a -1 Mpa). Estes resultados indicam que a arquitetura hidráulica é uma importante característica que influencia na determinação dos diferentes grupos funcionais de plantas da caatinga, e consequentemente, nas estratégias de uso e conservação de água.

   

• Palavras-chave
• Anatomia vegetal, densidade de madeira, fisiologia vegetal, potencial hídrico, xilema ativo.
• Área Temática
• UAST - Ciências Biológicas