Verificação da reação tecidual ao fio de pesca estéril de polietileno de alto peso molecular no subcutâneo de ratos (Rattus norvegicus albinus)

Verificação da reação tecidual ao fio de pesca estéril de polietileno de alto peso molecular no subcutâneo de ratos (Rattus norvegicus albinus)

• Autor
• Rebecca Gatis Galvão
• Co-autores
• Eduardo Alberto Tudury , Déborah Cavalcante de Aliança Lima , Silvio Miguel Castillo Fonseca , Nathalia dos Santos Wicpolt , Fabio de Souza Mendonça
• Resumo

• O polietileno de alto peso molecular (PAPM), comercialmente conhecido como Dyneema, está presente na composição de fios ortopédicos como FiberWire e LigaFiba. Este polímero confere vantagens como boa segurança de nós, baixa irritação tecidual e alta resistência à ruptura, características que, na ortopedia, são úteis na estabilização de articulações. Este trabalho teve como objetivo verificar a reação tecidual ao fio de pesca Dyneema, visando investigar a possibilidade de seu uso em procedimentos cirúrgicos. Para isso, foram utilizados 24 ratos, com aprovação da CEUA/UFRPE (nº 3418260420), divididos em 3 grupos (GI, GII e GIII) nos quais 6 animais tiveram o fio Dyneema inserido no subcutâneo (experimento) e 2 tiveram o fio Nylon cirúrgico 2-0 inserido no mesmo local (controle). Os fios, agulhados e esterilizados, foram inseridos na região da parede torácica lateral esquerda ficando totalmente submersos no subcutâneo. Após 7 (GI), 17 (GII) e 28 (GIII) dias os animais foram eutanasiados e amostras de pele foram coletadas para a realização de análises macro e microscópica. Macroscopicamente foi observado discreto espessamento do fio Dyneema no GIII sugerindo embebimento de líquido e/ou infiltração celular com o passar do tempo, por se tratar de um fio multifilamentar trançado. Nenhum animal exibiu edema, hemorragias e pus no subcutâneo. Microscopicamente, na derme, a reação tecidual ao fio de Nylon se mostrou discreta em todos os grupos e ao fio Dyneema se mostrou moderada no GI e discreta em 50% dos animais do GII e GIII. Na hipoderme, verificou-se neovascularização, com intensidade que variou de discreta a moderada com o passar dos dias, e infiltrado moderado de fibroblastos, eventos de restauração tecidual que se mostraram semelhantes em ambos os fios. Adicionalmente, no mesmo local, todos os animais (experimento e controle) exibiram formação cística com um infiltrado de macrófagos, linfócitos e alguns neutrófilos passando de intensidade acentuada (GI) para moderada (GII e GIII) no decorrer dos dias. O experimento permitiu verificar que o fio Dyneema obteve interação positiva com o ambiente biológico atuando com resposta pouco prejudicial no hospedeiro, sugerindo ser promissor para cirurgia ortopédica veterinária.

   
   
• Palavras-chave
• Fio de sutura, Polietileno de alto peso molecular, Dyneema, Resposta inflamatória
• Área Temática
• Medicina Veterinária (SEDE)