Caracterização do leite de jumenta e avaliação da ação terapêutica in vitro contra infecções por organismos patogênicos

Caracterização do leite de jumenta e avaliação da ação terapêutica in vitro contra infecções por organismos patogênicos

• Autor
• Giovanna Isabella de Souza Couto
• Co-autores
• Atzel Candido Acosta Abad , Rinaldo Aparecido Mota , Gustavo Ferrer Carneiro
• Resumo

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  No Brasil a criação de jumentos possui relevância cultural e econômica. A criação de asininos tem seguido novas perspectivas, como a exploração leiteira desses animais devido a estudos que têm demonstrado cada vez mais os potenciais do leite de jumenta para diversos fins, como a alimentação de crianças alérgicas ao leite de vaca. Assim, objetiva-se com esta pesquisa caracterizar quimicamente o leite da jumenta Nordestina (Equus asinus) e avaliar sua ação antimicrobiana in vitro. Coletou-se através de ordenha manual o leite de 10 jumentas Nordestinas (quatro primíparas e seis multíparas), situadas em Garanhuns-PE e alimentadas com ração, feno e água. As amostras foram analisadas para determinação de pH, valores de lactose, proteína e gordura em diferentes períodos pós-parto. Ainda, foi realizado isolamento da lisozima do leite de jumenta através de método fluorimétrico em microplaca utilizando o kit de ensaio comercial. Para averiguação da atividade antimicrobiana foi utilizada metodologia de microdiluição em caldo. Não houve diferença entre os leites de jumentas primíparas e multíparas (P>0,05), porém houve dissemelhança entre os diferentes tempos de lactação avaliados (P<0,05) para todos os parâmetros. A elevação do pH conferiu uma característica neutra ao leite de jumenta, justificado pela diminuição da concentração proteica. O decréscimo das proteínas e lipídios no decorrer da lactação é previsto, devido as maiores necessidades energéticas dos potros nos primeiros dias de vida. Foi observado ainda que as concentrações de lisozima diminuíram ao longo da lactação. Por meio da espectrofotometria observou-se que na concentração de 100 µl houve redução de 75% do crescimento bacteriano de Salmonella entérica e Salmonella typhimurium, entretanto, em nenhuma concentração do leite de jumenta foi observada uma atividade bactericida, fato que pode ser esclarecido devido as amostras de leite utilizadas serem de períodos finais de lactação. Diante disso, é possível afirmar que o número de partos não interfere nas características químicas avaliadas no leite asinino, em contrapartida, o período de lactação afeta essas propriedades. O leite de jumenta apresenta atividade bacteriostática na concentração de 100 µl. Podemos inferir ainda que o leite asinino pode se tratar de uma possível alternativa para alimentação humana nas primeiras fases da vida.

• Palavras-chave
• Asinino, leite, lisozima, prevenção
• Área Temática
• Medicina Veterinária (SEDE)