Diagnóstico e controle de parasitos como ferramenta de conservação ex situ

Diagnóstico e controle de parasitos como ferramenta de conservação ex situ

• Autor
• Bárbara Feliciano Feitoza
• Resumo

• Diante dos impactos humanos em populações selvagens, os programas ex situ se apresentam como alternativas importantes de conservação da biodiversidade. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo identificar os parasitos dos animais silvestres mantidos em duas instituições de conservação ex situ, para avaliar o manejo e o controle parasitário, contribuindo assim para a conservação desses animais. De setembro de 2020 a março de 2021, foram coletadas amostras fecais de animais mantidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS Tangará) e no Zoológico do Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), ambos localizados na cidade do Recife, Pernambuco. As amostras de fezes foram processadas pelos métodos de flutuação de Sheather modificado (com solução de sacarose 1,3d) e sedimentação espontânea, entre essas, as que apresentaram oocistos de Coccídios foram colocadas em Dicromato de Potássio a 2% para promoção de esporulação. Em total, foram analisadas 266 amostras fecais, sendo 187 do CETAS (116 aves, 70 de mamíferos e um réptil) e 79 amostras provenientes do PEDI (47 aves e 32 mamíferos). Ovos de helmintos e/ou oocistos de protozoários foram detectados em 40,2% (107/266) das amostras, sendo 61,7% (66/107) de aves e 38,3% (41/107) em mamíferos.  Os parasitos foram detectados nas amostras fecais de 47,1% (88/187) animais do CETAS, sendo 45,7% (53/116) de aves e 50% (35/70) de mamíferos. No PEDI, 24,1% (19/79) amostras apresentaram formas parasitárias, sendo 27,7% (13/47) de aves e 18,8% (6/32) de mamíferos. Os parasitos gastrointestinais (PGI) identificados foram: os nematoides Capillaria sp., Strongyloides sp., Ancylostoma sp., Cruzia sp., Syngamus sp., Primasubulura sp., Ordem Ascaridida, Ordem Strongylida, Ordem Spirurida, cestoides do gênero Hymenolepis, acantocéfalos do gênero Prosthenorchis e Coccídios do gênero Eimeria. Primasubulura sp. em Callithrix jacchus (sagui-de-tufo-branco), Cruzia sp. em Didelphis sp. (timbú) e Prosthenorchis elegans em um espécime de Sapajus nigritus (macaco-prego) que veio a óbito no CETAS, são pela primeira vez registrados nesses mamíferos em Pernambuco. Os resultados obtidos, auxiliam os profissionais responsáveis pela sanidade e manejo dos animais nas duas instituições de conservação ex situ a implementar medidas eficazes de controle parasitológico, além de evitar o risco de infecção nestes profissionais por parasitos com potencial zoonótico.

• Palavras-chave
• parasitologia; conservação ex situ; animais silvestres;
• Área Temática
• Biologia (SEDE)