Investigação da contaminação por plásticos na Albacora laje (Thunnus albacares), capturada pela frota atuneira do Atlântico Equatorial, em relação a sua dieta alimentar.

Investigação da contaminação por plásticos na Albacora laje (Thunnus albacares), capturada pela frota atuneira do Atlântico Equatorial, em relação a sua dieta alimentar.

• Autor
• Vitória Carolina Dantas de Lima Sales
• Co-autores
• Anne K S Justino , Lucas Vinícius Santos , Guilherme Batista Ferreira , Thierry Frédou
• Resumo

• A contaminação dos ecossistemas aquáticos por resíduos plásticos pode resultar em diversos impactos na biota, incluindo a ictiofauna. Além disso, os plásticos podem atuar como vetores para entrada de outros contaminantes por adsorção (e.g. metais pesados e poluentes orgânicos persistentes). Contudo, não existem estudos avaliando o grau de contaminação no Thunnus albacares. A Albacora laje é peixe pelágico migratório que habita regiões tropicais e subtropicais dos oceanos Pacifico, Atlântico e Índico, sendo uma espécie abundante na pesca e com alto valor econômico. O presente estudo contribui para a compreensão do nível de contaminação por plástico e sua caracterização na Albacora laje. As coletas foram feitas no âmbito do “Projeto de Apoio Técnico-Científico ao Desenvolvimento da Pesca de Atuns e Afins no Brasil” no Atlântico Equatorial. Um total de 49 estômagos de Thunnus albacares foram analisados, para se obter informações sobre o seu conteúdo estomacal e uma possível contaminação por macroplástico (> 5 mm). Os resultados obtidos através do Índice de Importância Relativa (IRI) mostraram que os macroplásticos representaram apenas 0,42% da dieta do Thunnus albacares. Essa porcentagem é referente a quatro fragmentos de macroplástico transparentes encontrados em um único indivíduo, totalizando 8,5 cm de comprimento de resíduos sólidos. Para analisar a contaminação por microplásticos (< 5mm) foram analisados 9 estômagos, no qual foram detectados fragmentos de microplásticos em todas as amostras avaliadas. Ao todo foram encontradas 105 partículas de microplásticos, com comprimento médio de 3,89 ±3,28 mm. O tipo de microplástico mais frequente foi filamento (FO%=88,88), sendo possivelmente derivado de resíduos da atividade pesqueira. A cor mais frequente entre as partículas, independente da forma, é o branco (FO%=88,88). Contudo, foram encontradas baixas frequências de macroplástico no Thunnus albacares, pois a espécie é bastante seletiva quanto às suas presas, tornando raro esses episódios, por não haver semelhança com a sua dieta. Entretanto, em todas as 9 amostras do conteúdo estomacal do Albacora laje, havia a presença de microplástico, isso é referente a sua distribuição abundante no ambiente, ao seu tamanho e facilidade de ingestão, tornando possível transferência trófica da presa para a espécie.

• Palavras-chave
• impactos, conteúdo estomacal, predadores pelágicos
• Área Temática
• Pesca e Aquicultura (SEDE)