O insólito ficcional em “Nadie encendía las lámparas”, de Felisberto Hernández

O insólito ficcional em “Nadie encendía las lámparas”, de Felisberto Hernández

• Autor
• Cinthia Maria Tenório da Conceição
• Co-autores
• Amanda Brandão Araújo Moreno
• Resumo

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  Com base nos contos reunidos em Nadie encendía las lámparas (1947), este trabalho tem como finalidade analisar a presença do insólito e do fantástico na escrita de Felisberto Hernández. O livro é uma das obras mais importantes do escritor, que retrata sua escrita singular, carregada de nostalgia, humor e estranheza. O trabalho possui caráter bibliográfico e se insere nas atividades do Grupo de Pesquisa Narrativas hispano-americanas do século XX, como parte integrante do Projeto “O ‘realismo maravilhoso’ em narrativas hispano-americanas do século XX”. Sendo 2020 a 2021 o segundo ano do projeto em questão. A narrativa do autor uruguaio constitui um ponto de ruptura para a literatura, pois a forma como suas produções estavam associadas ao campo psicológico engendrou a singularização de sua escrita. Mesmo que por muito tempo tenha ocupado um lugar de menor visibilidade, suas obras trouxeram novas formas de linguagem literária e se tornaram de muita importância para a história da literatura uruguaia e universal. Ao analisar contos de Felisberto Hernández, buscamos identificar como se deu a presença do insólito ficcional e do fantástico, e quais os elementos utilizados para que haja essa representação. Como material teórico sobre o fantástico e sua literatura, o projeto se alicerça nos aportes de Campra (2008); Camarani (2014); Ceserani (2008); Roas (2001; 2011; 2014), e como articulação para uma leitura interpretativa do corpus, os aportes de León (2003); Biondo (2016); Calluil (2016) e Barrenechea (1976), entre outros. As produções de Hernández confirmam que seus textos propõem uma visão onde o ponto de vista do narrador traz muito mais que fatos superficiais; os contos nos introduzem em um universo muito íntimo de seus personagens. A instauração do “mistério” em coisas simples, também é algo digno de nota, com isso, o autor propõe uma leitura carregada de indefinições, onde muitos acontecimentos se tornam incógnitas, com o objetivo de deixar o leitor intrigado e cheio de incertezas sobre o que de fato aconteceu. São narrativas que nas quais o fantástico e o insólito se revelam através do universo cotidiano, relacionado a elementos triviais (objetos, animais e seres humanos), porém com um olhar nada convencional.

   

• Palavras-chave
• Insólito; Hernández; fantástico
• Área Temática
• Letras (SEDE)