O tratamento da variação linguística na Base Nacional Comum Curricular

O tratamento da variação linguística na Base Nacional Comum Curricular

• Autor
• Samara Morato Ramos
• Resumo

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  A variação linguística pode ser compreendida como um conjunto de fenômenos que está presente dentro de uma língua em suas realizações faladas ou escritas. Segundo Bagno (2007), diferentemente da norma-padrão que é homogênea e artificial, a língua, na concepção dos sociolinguistas é intrinsecamente heterogênea, múltipla, variável, instável, que está em um processo contínuo de construção. Na esfera educacional percebemos que o ensino de língua materna esteve por muito tempo associado ao prescritivismo, voltado apenas à transmissão da Gramática Normativa. Com isso, acabava excluindo as demais experiências sociocomunicativas dos alunos, desconsiderando as variedades linguísticas que fazem parte da realidade social. Entretanto, desde a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) as orientações oficiais recomendam o reconhecimento e respeito às variedades não padrão existentes no país, princípio que é confirmado no texto da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017). Essa nova visão deve impulsionar mudanças na concepção e práticas de ensino de línguas, a escola passa a ser a principal responsável por proporcionar ao aluno o contato com a pluralidade discursiva, promovendo reflexões sobre a dinamicidade da língua e seu uso real, com a finalidade de expandir a competência comunicativa do discente. Neste trabalho, realizamos uma análise documental de natureza qualitativa e base interpretativista da versão homologada da BNCC (BRASIL,2017), tendo como objetivo central analisar o tratamento da Variação Linguística no documento. Especificamente, pretendemos: 1) Investigar a concepção de língua que fundamenta a Base Nacional Comum Curricular; 2) Apresentar a estrutura da BNCC, em especial a área de Linguagens; e 3) Analisar o tratamento dispensado ao fenômeno da variação linguística em todos os eixos de ensino das línguas (português e inglês) das turmas do ensino fundamental II. Para tanto, nos fundamentamos em aportes da Sociolinguística Variacionista, através de autores como, Bagno (2004, 2006 e 2007), Bortoni-Ricardo (2004), Coelho et al (2020), Faraco (2004, 2008) e Lucchesi (2004). Nossos resultados parciais apontam para existência de referências à Variação em diferentes trechos da BNCC, por exemplo, nas competências gerais da educação básica e em habilidades de todos os eixos de ensino de línguas, a saber: Leitura/Escuta, Produção (escrita e multissemiótica), Oralidade e Análise Linguística/Semiótica.

• Palavras-chave
• Base Nacional Comum Curricular; Formação de professores; Variação linguística.
• Área Temática
• UAST - Licenciatura em Letras