Diagnóstico da saúde ambiental do Arquipélago de São Pedro e São Paulo através da análise de danos genômicos na Albacora-laje, Thunnus albacares (Bonnaterre, 1788).

Diagnóstico da saúde ambiental do Arquipélago de São Pedro e São Paulo através da análise de danos genômicos na Albacora-laje, Thunnus albacares (Bonnaterre, 1788).

• Autor
• Marina Ferreira Kitazono Antunes
• Co-autores
• Camila Brasilino B. de Araújo , Clara de Oliveira Xavier , Mônica Lúcia Adam , Fábio Hissa V. Hazin , Danielle de Lima Viana
• Resumo

• O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) é o menor e mais distante “hotspot” de biodiversidade dentre as ilhas oceânicas brasileiras, apresentando o mais elevado grau de endemismo insular do país (9%). Em função do seu posicionamento geográfico, entre os continentes africano e americano e entre os hemisférios Norte e Sul, o ASPSP exerce forte influência no ciclo de vida de muitas espécies migratórias, servindo para alimentação e reprodução de várias delas, como, por exemplo, a albacora-laje, Thunnus albacares (classe Actinopterygii), espécie de grande valor econômico, principal espécie-alvo da pesca comercial realizada na região. Contudo, pouco se sabe a respeito do potencial genotóxico da espécie, ou da ocorrência de substâncias com potencial genotóxico disponíveis não ASPSP, as quais são capazes de alterar o material genético de forma irreversível e hereditária, causando impactos negativos em diferentes populações e ecossistemas, e consequentemente, nos seres humanos, através da cadeia alimentar. Portanto, o presente trabalho visou investigar a ocorrência de dano genômico através das técnicas do Ensaio Micronúcleo e Alterações Morfológicas Nucleares, com base em 3.000 eritrócitos por indivíduo de albacora-laje capturado na região. Até o momento, foram analisados 7 esfregaços de sangue de indivíduos capturados no ASPSP, durante o primeiro semestre de 2019, dos quais 2 eram fêmeas e 5 eram machos, com média de comprimento total igual a 51,2 cm. Foi observada uma média de 40 micronúcleos a cada 3.000 células, quantidade considerada alta, uma vez que a taxa normal para diferentes espécies de peixes é de 5 micronúcleos a cada 3.000 células. Também foram observados, em média, 19 núcleos com bolhas, 17 núcleos lobados, 8 núcleos entalhados e 0.57 células binucleadas. Não foram observadas relações significativas entre danos genômicos e o comprimento dos indivíduos analisados, contudo, as médias altas podem estar relacionadas a interação desses organismos com algum contaminante com potencial genotóxico presente no ambiente. Contudo, é necessário a análise de mais indivíduos, bem como a análise da composição química da água para que seja possível a realização de um diagnóstico adequado da espécie e da área de estudo.

• Palavras-chave
• Albacora-laje, dano genômico, Ensaio Micronúcleo, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, genotoxicidade, agente contaminante
• Área Temática
• Biologia (SEDE)