Ecologia Trófica de Anemonia sargassensis (CNIDARIA: ACTINIARIA) no litoral de Pernambuco, Brasil.

Ecologia Trófica de Anemonia sargassensis (CNIDARIA: ACTINIARIA) no litoral de Pernambuco, Brasil.

• Autor
• Mychel Marques Nunes da Silva
• Co-autores
• Rafael Antônio Brandão
• Resumo

• As anêmonas do mar, representantes da ordem Actiniaria, caracterizam-se pela sua forma polipóide, podendo ser solitárias ou gregárias, apresentando uma distribuição cosmopolita, além de habitar diferentes tipos de substratos. Esses organismos desempenham um papel de destaque na dinâmica ecológica marinha, principalmente no ambiente entre marés, regulando populações de organismos bentônicos e planctônicos, principalmente. O presente estudo tem como objetivo analisar a composição de presas macroinvertebradas na dieta da espécie Anemonia sargassensis Hargitt, 1908, nos períodos seco e chuvoso. A espécie em questão, apesar de apresentar uma ampla distribuição, desde o leste dos Estados Unidos até o Sul do Brasil, não apresenta ainda informações básicas quanto aos seus padrões ecológicos. Para a obtenção desses resultados, exemplares da espécie (n=10) foram coletados mensalmente ao longo de um ano na Ilha de Itamaracá, litoral Norte de Pernambuco. Suas cavidades gástricas foram abertas para a análise da quantificação de itens alimentares. Suas presas foram fotografadas, contadas e identificadas em grandes grupos. A análise do conteúdo gástrico de 120 indivíduos evidenciou 164 itens de presas diferentes, distribuídos em 9 grupos taxonômicos, sendo Amphipoda o mais abundante e considerado única presa constante na escala de importância alimentar. Os demais organismos foram categorizados como presas acidentais na alimentação de A. sargassensis, dada a sua baixa abundância relativa e frequência de ocorrência. Isso demonstra o oportunismo deste grupo considerado voraz.  Houve diferença significativa na abundância das presas entre os períodos seco e chuvoso, com 65,2% do consumo sendo observado no período chuvoso, e 34,8% no período seco. Por outro lado, não houve diferença no percentual de cavidades vazias. O tamanho da anêmona está fracamente correlacionado de forma positiva com o número de presas. A abundância de anfípodes pode ser explicada por sua dominância em ambientes recifais, especialmente, associados a comunidades fitais.  É notório, então a necessidade de estudos complementares para total compreensão sobre a ecologia trófica de A. sargassensis.

• Palavras-chave
• Alimentação; Anthozoa; Bentos; Pólipos.
• Área Temática
• Biologia (SEDE)