Caracterização da comunidade de copépodes planctônicos na baía de Tamandaré (Pernambuco, Brasil)

Caracterização da comunidade de copépodes planctônicos na baía de Tamandaré (Pernambuco, Brasil)

• Autor
• Jéssika Rayane Santos de Andrade
• Co-autores
• André Luiz Magnavacca de Abreu , Mauro de Melo Júnior
• Resumo

• Baías marinhas abrigam comunidades zooplanctônicas heterogêneas, possuindo várias espécies de pequeno porte que podem emergir a noite, espécies holoplanctônicas de origem marinha ou estuarina, e larvas meroplanctônicas de espécies bentônicas, como larvas de decápodes e poliquetas. Essa parcela do plâncton desempenha um papel importante na teia alimentar marinha, estuarina e costeira. A comunicação do mar com os rios condiciona mudanças no ciclo das marés, alterando a estrutura da comunidade. O objetivo do presente estudo foi caracterizar espaço-temporalmente a estrutura da comunidade de copépodes, em uma baía influenciada por pluma estuarina. A realização desse trabalho ocorreu na área de influência da pluma formada pela união dos rios Ilhetas e Mamucabas (8°47'05.9"S, 35°06'17.2"W), bem como nas águas adjacentes que banham a porção dos recifes da baía de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco, próximo à Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais. Foram analisadas duas campanhas sazonais, realizadas em 2018, objetivando amostrar períodos com distintos regimes pluviométricos. As coletas foram realizadas em três setores distintos da baía de Tamandaré: pluma estuarina, baía e recifes, sempre na baixa-mar, a partir de uma rede de 64 micra. Concomitante às amostragem de zoplâncton, foram mensuradas 4 variáveis hidrológicas a partir de uma sonda de multiparâmetros. Foram registrados 10 grandes grupos de zooplâncton, com predomínio dos copépodes. Esse grupo foi representado por náuplios de 10 famílias e copepoditos de 11 famílias. Os náuplios de Acartidae e Pseudodiapitomidae e os copepoditos de Oithonidae e Paracalinidae predominaram na comunidade. Os copépodes corresponderam a 90% da abundância total do zooplâncton (54% de náuplios e 36% de copepoditos). Observou-se uma maior abundância de copépodes no período seco no setor da baía (53,53%) e uma menor no setor pluma estuarina (33,63%). Esse resultado demonstra que a pluma estuarina contribui com outros grupos zooplanctônicos (meroplâncton) para a baía de Tamandaré, em termos de abundancia. Assim como ocorre em outras regiões estuarinas tropicais, a salinidade parece ter condicionado a distribuição das famílias. Não foi registrada correlação entre as variáveis hidrológicas e a comunidade zooplanctônica. Apesar disto, observou-se que a pluma estuarina se mostrou um habitat diversificado, com predomínio do meroplâncton no período seco.

• Palavras-chave
• Microzooplâncton, Pluma estuarina, Meroplâncton, Náuplios
• Área Temática
• Biologia (SEDE)