Ecomorfologia de peixes da zona de arrebentação da praia de Tamandaré, Pernambuco

Ecomorfologia de peixes da zona de arrebentação da praia de Tamandaré, Pernambuco

• Autor
• Mariana Peixoto Cruz Silva
• Co-autores
• Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira , Sara de Castro Loebens , Victor Sacramento Dias
• Resumo

• A zona de arrebentação fornece proteção e alimentação para espécies de peixes em estágio larval e juvenil. Diante disso, o objetivo do estudo foi analisar a ecomorfologia das espécies Polydactylus virginicus, Conodon nobilis e Trachinotus carolinus encontrados na zona de arrebentação da praia de Tamandaré, Pernambuco. As coletas foram realizadas em setembro e dezembro de 2019 e janeiro de 2020, com três repetições durante o dia e três durante a noite em cada um dos dois pontos escolhidos para cada mês amostrado, nas luas minguante e nova. Foi utilizada rede do tipo picaré, com 20 m de comprimento, 1,5 m de altura e malha com 5 mm de distância entre nós opostos, fixada em 10 metros e perfazendo 30 metros entre cada arrasto. Os exemplares foram medidos e pesados e a relação peso-comprimento foi avaliada. Foram aferidas 14 medidas morfométricas utilizadas para o cálculo de 12 atributos ecomorfológicos, responsáveis por determinar características como locomoção, seleção de presas e capacidade natatória. Uma Análise de Componentes Principais (ACP) foi realizada para avaliar os atributos de maior explicação (? 0,4) nas componentes 1 (CP1) e 2 (CP2) que foram utilizados para testar a hipótese de diferença entre as espécies (p < 0,05) através de uma Análise Multivariada de Variância Permutacional (PERMANOVA). Foram coletados 159 exemplares de P. virginicus, 38 de T. carolinus e 30 de C. nobilis. As espécies P. virginicus e C. nobilis apresentaram alometria positiva, enquanto que T. carolinus, alometria negativa. Os atributos de maior relevância da CP1 foram o índice de compressão, formato transversal do corpo e compressão do pedúnculo caudal indicando diferenças no formato do corpo e mobilidade natatória, separando assim as espécies T. carolinus e C. nobilis. Para CP2 a superfície, forma e posição da boca, relacionadas a tamanho e captura de presas, separam as espécies T. carolinus e C. nobilis da espécie P. virgnicus. Foram encontradas diferenças significativas entre as espécies com base em seus atributos ecomorfológicos. Os resultados encontrados demonstram que as espécies, apesar de serem encontradas no mesmo ambiente quando juvenis, provavelmente já exibem preferências por recursos diferentes extremamente relacionadas com sua morfologia.

• Palavras-chave
• Juvenil, adaptações, atributos ecomorfológicos, alimentação
• Área Temática
• Pesca e Aquicultura (SEDE)