Trabalho e identidades na Gália tardo-romana na obra de Amiano Marcelino

Trabalho e identidades na Gália tardo-romana na obra de Amiano Marcelino

• Autor
• Neff Borba Araquan Vieira
• Resumo

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  A pesquisa decorre a partir dos modos de trabalho e identidades na gália tardo-romana, buscando investigar as relações sociais, econômicas e as produções políticas de dominação, presente na narrativa romana. A categoria ‘trabalho’ refere-se a um marcador social, sendo uma linguagem do Império romano, elaborando como tais relações de trabalho foram bastante usuais desde o século III como o colonato, um sistema específico de campesinato. No que tange à historiografia o contexto visado seria a Antiguidade Tardia,  como um processo de continuidade histórica,  propondo um diálogo entre os eixos do Mundo Clássico “fragmentado” e o Medieval “emergente”. O termo Antiguidade Tardia define um processo de ponte entre ambos, fundamentada por concepções ideológicas, econômicas, sociais, políticas e religiosas que constituem a sociedade da Europa (GREIN. 2009, p.120). Como documentação são utilizados os livros de história de Amiano Marcelino (XV-XVI-XVII-XVIII), que retratam os costumes, mecanismos políticos, os diferentes modos de trabalho, questões do corpo, masculinidades e feminilidades. Desta forma, ao pensarmos em gênero como categoria de análise, seria imprescindível  a leitura do corpo como uma construção histórica e espacial, ativa na estrutura de poder, político e econômico (Scott, 1995). Contudo, a construção da pesquisa se intenciona ao pensarmos na própria atmosfera dos homens/mulheres no tempo, e suas imagens sociais, compreendendo a produção de estereótipos, assim como, essas imagens ganham um corpo ao serem produzidas visando um projeto ideológico de cunho universalizador. O período seria difundido a partir da transformação e permanência de mecanismos clássicos, localizados tanto em âmbito urbano, quanto no rural. Porém, a história das sociedades tardo-antigas não deve ser confundida com a história do Império romano. Se tem pensado em outros conceitos e análises decorrentes, como a romanização, a vida local e as diversas formas de interação dessas comunidades à ordem imperial. Olhar para além do local que é vista a história antiga, lida como algo “esotérico e distante” como afirma Funari (2007) seria interpretar essa sociedade e seus sujeitos e trazer para a produção científica novos horizontes teóricos. Tendo contato com essas sociedades percebemos nuances que modificam as mudanças tecnológicas, e, como elas se transmutam no olhar histórico.

• Palavras-chave
• Trabalho, identidades, Amiano Marcelino.
• Área Temática
• História (SEDE)