Amazônia e Mata Atlântica: pretéritas conexões através de modelos de distribuição potencial de aves

Amazônia e Mata Atlântica: pretéritas conexões através de modelos de distribuição potencial de aves

• Autor
• Maria Eduarda Alves Ferreira
• Resumo

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  A Amazônia - AM e Mata Atlântica - MA exibem similaridade, mesmo estando limitadas pela diagonal seca. Estudos com táxons que apresentam distribuição disjunta entre essas florestas e até mesmo a existência dos Brejos de Altitude em meio a Caatinga, são evidências de conexões entre os biomas em momentos passados. Distintas rotas de conectividade entre as florestas, ao longo das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, foram propostas, destacando-se as rotas NE e SE-NW. Uma forma de analisar esse contato histórico é através da modelagem de distribuição, método que permite projetar a distribuição potencial de determinada espécie em diferentes cenários. Dessa forma, através de modelos de distribuição das aves Pachyramphus marginatus, Attila spadiceus, Chiroxiphia pareola, Glaucis hirsutus, Xenops minutus, Xiphorhynchus guttatus, Caryothraustes canadensis e Manacus manacus, co-distribuídas na Amazônia, Mata Atlântica e nos Brejos de Altitude da Caatinga, prevemos conexões biogeográficas entre AM e MA durante o último máximo glacial (UMG – 21mil anos). Além de identificar conexões passadas, o estudo buscou entender como as mudanças climáticas do UMG até o futuro podem influenciar na distribuição das espécies. Utilizando o MaxEnt, modelos de distribuição potencial das espécies foram construídos em diferentes cenários, sendo eles passado (UMG-21Ka, holoceno-6Ka), presente (1970-2000) e futuro (2070). Os modelos para o UMG identificaram conexões entre AM e MA através do Cerrado e Chaco, suportando a rota SE-NW e através da Caatinga, pela rota NE. Ambas as vias de conexão podem ter desempenhado um importante papel na dispersão dos táxons entre os biomas. Os modelos do holoceno e presente, sequentemente, sugerem retração nas áreas potenciais para ocorrência das espécies. Para o futuro, os modelos também indicam retração de áreas. Esse resultado é alarmante frente a cenários de alteração climática e serve de alerta para ações que visem à conservação dos biomas e das aves que ocorrem em ambientes florestais.

   

• Palavras-chave
• Amazônia, Mata Atlântica, Aves, Modelagem
• Área Temática
• UAST - Ciências Biológicas