Carbono em solo sob diferentes sistemas de uso: floresta nativa, pastagem, sistema agroflorestal e monocultivo no semiárido de Pernambuco

Carbono em solo sob diferentes sistemas de uso: floresta nativa, pastagem, sistema agroflorestal e monocultivo no semiárido de Pernambuco

• Autor
• Giovana Elvira de Melo
• Co-autores
• Graziele Nunes Lopes dos Santos , Lucca Silveira Mousinho Mossio , Patryk Ramon Graciano Rosa Wandersee , Paulo Roberto Dias Marques
• Resumo

• O solo é um corpo natural e dinâmico indispensável para o funcionamento do ecossistema terrestre, caracterizado por atributos físicos, químicos e biológicos. Promovendo meio no crescimento vegetal, regula a produção de alimentos e fibras, proporciona habitat para animais e microorganismos, e atua na redução e degradação de compostos químicos prejudiciais ao meio ambiente, como reservatório. O estudo objetivou avaliar o carbono orgânico total no solo e na serapilheira, e calcular os estoques de carbono em áreas sob diferentes coberturas vegetais, sendo: floresta nativa, sistema agroflorestal, pastagem e monocultivo de Mogno. O local estudado é situado em área particular localizada na zona rural do município de Gravatá, Pernambuco. Foram coletadas amostras de solo sob cada uso, nas camadas 0-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm. A serapilheira foi coletada antes da coleta do solo, no mesmo dia e local, sendo 1 m² de área. As análises dos solos e, particularmente os teores de carbono, evidenciaram diferenças na capacidade do armazenamento de carbono das áreas estudadas. A área nativa destacou-se com os maiores teores e estoque de carbono, dos demais, o sistema agroflorestal e a pastagem mais se aproximaram da floresta nativa na capacidade de acumular carbono no solo. O manejo adotado na implantação do monocultivo possivelmente contribuiu para a ineficiência dos componentes biológicos, afetando a atividade microbiana e consequentemente reduzindo a retenção de carbono no solo. O estoque de carbono da serapilheira não diferiu entre as áreas de floresta nativa, sistema agroflorestal e monocultivo. A área de pastagem não foi analisada por não receber deposição de serapilheira. Estes resultados demonstram a importância e necessidade da conservação das áreas de floresta nativas, uma vez que a derrubada da vegetação nativa para a implantação dos usos de solo estudados, diminui a qualidade do solo e a capacidade de retenção de carbono. Evidenciando que os benefícios ecossistêmicos prestados pelas florestas nativas são essenciais para o meio ambiente e a sociedade inserida. Sistemas mais conservadores, como os sistemas agroflorestais, devem ser adotados para possibilitar maior acúmulo e distribuição de carbono em profundidade nos solos, quando for necessário o uso produtivo de áreas originalmente sob floresta nativa.

• Palavras-chave
• estoque de carbono, qualidade do solo, atividade biológica
• Área Temática
• Agronomia (SEDE)