DISTRIBUIÇÃO DE MERCÚRIO EM SOLOS DE DIFERENTES POSIÇÕES FISIOGRÁFICAS DE MANGUEZAL SOB AÇÃO ANTRÓPICA

DISTRIBUIÇÃO DE MERCÚRIO EM SOLOS DE DIFERENTES POSIÇÕES FISIOGRÁFICAS DE MANGUEZAL SOB AÇÃO ANTRÓPICA

• Autor
• Suellayne Correia Valério da Silva
• Co-autores
• Paula Renata Muniz Araújo , Fernando Bruno Vieira da Silva , William Ramos da Silva
• Resumo

• Os solos de manguezal são filtros geoquímicos de metais pesados. Atividades industriais, agrícolas e a urbanização geram resíduos com metais que, muitas vezes, são dispostos em rios, alcançando as áreas de manguezal. Uma forma de avaliar o nível de contaminação destes solos é pela determinação dos teores de metais. O trabalho objetivou avaliar a distribuição espacial de mercúrio (Hg) ao longo de um transecto do manguezal Botafogo, localizado no litoral Norte de Pernambuco, nos limites do munícipio de Itapissuma. Perfis de solo foram coletados (0-40 cm) ao longo de um transecto (180 m), nas distâncias de 0, 60, 120 e 180 m da margem do Rio Botafogo. Foram determinados pH e Eh por potenciômetro portátil, matéria orgânica (MO) por termogravimetria, frações granulométricas pelo método do densímetro e Hg por espectrômetro de absorção atômica com geração de vapor frio nas seções 0-5, 5-10, 10-20, 20-30 e 30-40 cm dos solos. Com base nos resultados de pH, foram verificados solos levemente ácidos a neutros, com valores mais elevados em solos da distância 0 m. Os potenciais redox indicaram ambiente anóxico (Eh < 100 mV), com destaque para as distâncias 0 e 180 m, com valores mais baixos (Eh < -127 mV). Observou-se teores de MO variando de 190 a 510 g kg^-1, com valores máximos nos solos à 180 m. Os teores de argila variaram de 131 a 770 g kg^-1, predominando nos perfis 0 e 180 m da margem (argila > 500 g kg^-1). Os teores de Hg variaram de 1,91 a 11,51 mg kg^-1, ultrapassando valor de referência internacional para solos de áreas estuarinas. Os perfis da distância 180 m apresentaram teores mais elevados de Hg, com destaque para a profundidade 30-40 cm. Foram observadas correlações positivas e significativas entre MOS e Hg (r = 0,47, p < 0,05) e entre argila e Hg (r = 0,67, p < 0,05), indicando a importância dessas variáveis no acúmulo de Hg no solo. Os dados obtidos nesse trabalho servem de subsídio para o entendimento da dinâmica do Hg em solos dos bosques de mangue do Rio Botafogo, em diferentes posições fisiográficas.

• Palavras-chave
• Manguezal, mercúrio, contaminação, estuário
• Área Temática
• Agronomia (SEDE)