Descrição, caracterização e mapeamento de Aparelhos de Pesca Perdidos, Abandonados ou Descartados (APPAD) no litoral norte de Pernambuco – Brasil.

Descrição, caracterização e mapeamento de Aparelhos de Pesca Perdidos, Abandonados ou Descartados (APPAD) no litoral norte de Pernambuco – Brasil.

• Autor
• Gabriella Agnes de Oliveira Pester Gomes
• Co-autores
• Sidney Marcelo Victor de Andrade , Victor Sacramento Dias , Sindy Micaella Silva de Freitas , Danielle de Lima Viana , Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira
• Resumo

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  Aparelhos de pesca perdidos, abandonados ou descartados (APPAD) referem-se a equipamentos, como cabos, redes e armadilhas, que continuam com função ativa de captura sem nenhum monitoramento e atualmente somam aproximadamente 10% do lixo marinho. Para mitigar esse problema, medidas de manejo, como a limitação de espaço e tempo de pesca, são sugeridas para aplicação, esta que foi implementada indiretamente em praias ao redor do mundo, devido a proibição de uso de praias para combater o COVID-19. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi analisar a influência no período de isolamento social na atividade pesqueira e na incidência de APPADs do norte de Pernambuco. As coletas foram realizadas em 2019 e 2020, em quatro praias no litoral norte de Pernambuco: Jaguaribe e Pilar, no município de Itamaracá; Ponta de Pedras e Carne de Vaca em Goiana. Foram realizadas buscas ativas no ambiente de praia por duas duplas durante uma hora. Cada dupla percorreu uma praia de um mesmo município, simultaneamente. Os APPADs foram coletados e levados para o Laboratório de Oceanografia Pesqueira para análise quali-quantitativa no qual a frequência relativa (OPUE), peso, comprimento, diâmetro e tamanho de malha foram analisados. Foram registrados 1.935 resíduos de pesca, pesando 58,64 kg. Os resíduos mais abundantes foram os cabos, totalizando 1.699 itens, com 36,72 kg. Além dos cabos, também foram encontrados, telas plásticas, redes, boias, telas de curral, linhas, sacos de iscas, sanga de covo e jereré. Considerando-se o material coletado, 63% foi coletado antes do isolamento social e 37% após a flexibilização das atividades. Após o período de proibição do uso das praias, as frequências de ocorrência apresentaram uma redução estatisticamente significante (?² > 3.8; p < 0.05) em ambos os municípios. Porém, a variação sazonal continuou a mesma, com maior crescimento na OPUE em outubro. Estes dados indicam que, devido ao decreto de proibição do uso das praias, provavelmente a atividade pesqueira no norte de Pernambuco sofreu uma diminuição, mas não foi completamente interrompida.

   

• Palavras-chave
• Pesca fantasma; Resíduos de pesca; Petrechos fantasmas; Lixo marinho
• Área Temática
• Pesca e Aquicultura (SEDE)