MONITORAMENTO DOS EFEITOS DO DERRAMAMENTO DE ÓLEO SOBRE A DIETA DE Hyporhamphus unifasciatus (RANZANI, 1842) (AGULHINHA BRANCA), NA COSTA DE PERNAMBUCO

MONITORAMENTO DOS EFEITOS DO DERRAMAMENTO DE ÓLEO SOBRE A DIETA DE Hyporhamphus unifasciatus (RANZANI, 1842) (AGULHINHA BRANCA), NA COSTA DE PERNAMBUCO

• Autor
• Lucas Josival Alves de Jesus
• Co-autores
• Aristóteles Philippe Nunes Queiroz , Francisco Marcante Santana , Ana Carla Asfora El-Deir , Rosangela Paula Teixeira Lessa
• Resumo

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  Conhecida popularmente como agulhinha-branca, Hyporhamphus unifasciatus é uma espécie de peixe de pequeno porte que habita recifes rasos e estuários no Atlântico Ocidental. Em 2019, milhares de toneladas de resíduo de petróleo bruto contaminaram cerca de 9,000 km² de ecossistemas costeiros do nordeste do Brasil, incluído hábitats preferenciais da agulhinha. Assim, este estudo avaliou em médio prazo os efeitos dos impactos do derramamento de óleo sobre H. unifasciatus na costa do estado de Pernambuco. Os espécimes foram obtidos nos desembarques das pescarias artesanais na Ilha de Itamaracá, litoral norte do estado de Pernambuco. O estômago foi obtido e o conteúdo estomacal identificado ao menor nível taxonômico possível, contado e pesado individualmente. Foram coletados 42 espécimes, 37 apresentaram conteúdo estomacal, sendo 19 capturados antes do surgimento de manchas de óleo na região (CT=8,5-13,9 cm e PT=3,82-8,39 g) e 18 capturadas após o surgimento do óleo (CT=10,7-16,8 cm e PT=3,37-20,58 g). Não foram observadas diferenças na repleção estomacal entre as amostras coletadas antes e depois do óleo, ou a ocorrência de gotas de óleo nos estômagos analisados. Plástico e microplástico foram recorrentes em toda a amostra. A espécie apresentou dieta pouco diversificada, com mais de 80% do IRI composto por crustáceos e artrópodes não identificados. Os cinco principais itens da dieta da agulhinha em ordem de importância são os crustáceos (52,34% de IRI), seguido por artrópodes (29,24% de IRI), material vegetal (7,66% de IRI), insetos (5,82% de IRI%) e macroalgas (3,56% de IRI). A PERMANOVA mostrou não haver diferenças significativas entre as dietas dos indivíduos capturados antes de depois do surgimento de manchas de óleo (df=1; SS=4573,5; P=0,18; DP=8,55). Devido ao tamanho das presas utilizadas pela agulhinha, o avanço da identificação a níveis taxonômicos menores foi dificultado. Além do mais, a ocorrência de presas fragmentadas pode ser indicio de processamento do alimento antes da ingestão, o que também dificulta a identificação dos itens alimentares. Neste cenário, oscilações nas composições das prezas à nível de espécie, reflexo de uma possível alteração após o impacto da contaminação do óleo, podem estar mascaradas pela utilização de espécies equivalentes ecologicamente..

   

• Palavras-chave
• Recurso pesqueiro; agulha-branca; derrame de petróleo; alimentação.
• Área Temática
• Pesca e Aquicultura (SEDE)