Objetivos: Analisar a relação entre a utilização do contraste e a lesão renal em paciente submetidos a procedimentos intervencionistas com o uso dessa substância. Métodos: O referido estudo trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, a qual foram utilizadas as bases de dados MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), LILACS (Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e ScienceDirect, através da combinação dos descritores “Meios de contraste”, “Injúria Renal” e “Creatinina” com o intuito de trazer estudos científicos que abordassem a temática. Além disso, por meio da leitura do título, resumo e texto completo, foram selecionadas as produções que coincidiam com o alinhamento do trabalho. Resultados: A nefropatia induzida por contraste (NIC) é uma insuficiência renal aguda (IRA) iatrogênica que ocorre após a administração intravascular de contraste. Esse tipo de lesão renal apresenta estudos contraditórios, os quais demonstram que esse acometimento pode estar ou não relacionado ao contraste. Entretanto, estudos recentes demonstraram que o contraste pode causar essas lesões, porém a NIC raramente ocorre em pacientes com função renal normal e que a insuficiência renal crônica (IRC) preexistente e/ou diabetes mellitus (DM) representam condição(ões) predisponente(s) para sua ocorrência. Estima-se que a NIC afete de 1% a 6% dos indivíduos que não apresentam nenhuma comorbidade prévia que possa afetar a taxa de creatinina, mas pode afetar até 40% a 90% dos pacientes de alto risco, principalmente aqueles com IRC ou DM. Estudos apontam que a lesão renal aguda associada ao contraste, caracterizada por pequenas baixas na função renal, está associada ao aumento da mortalidade. Também, é observada relação com a progressão acelerada de doenças renais crônicas preexistentes. Em alguns casos, a NIC pode causar um comprometimento mais grave da função renal com oligúria (<400 mL/24 horas), necessitando de diálise e aumentando a mortalidade. Dessa forma, a nefropatia induzida por contraste tornou-se uma fonte significativa de morbidade e mortalidade hospitalar com o uso cada vez maior de meios de contraste iodados em diagnóstico por imagem e procedimentos intervencionistas, como angiografia em pacientes de alto risco, sendo a terceira causa mais comum de insuficiência renal aguda adquirida no hospital, após cirurgia e hipotensão. Conclusão: Assim, é relevante que os médicos desenvolvam a capacidade de reconhecer os fatores de risco predisponentes, instituir tratamentos profiláticos pré-procedimento apropriados e ter conhecimento da apresentação clínica e do manejo subsequente da condição do paciente, a fim de evitar um quadro mais severo de lesão renal, bem como acompanhamento da disfunção renal e das complicações decorrentes. Ademais, chama-se atenção para a necessidade de um aprofundamento e de um maior número de pesquisas sobre esse tema, a literatura ainda se encontra incompleta e falha quando trata dessa temática, e dada sua importância, é preciso que haja um maior investimento nesse quesito.
Comissão Científica
Roberto Ribeiro Maranhao
Maria Sidneuma Melo Ventura
José Nazareno de Paula Sampaio