MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS DA SÍNDROME PÓS-COVID-19

  • Autor
  • Nickson Breno Maniçoba
  • Co-autores
  • Raul Sancho de Carvalho Rocha , Daniel Freire de Figueirêdo Filho , Igor Albuquerque Nogueira , Paulo Henrique da Costa Carlos , Jobson Lopes de Oliveira
  • Resumo
  •  

    Objetivos: O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão narrativa sobre as manifestações musculoesqueléticas da síndrome pós-COVID-19, também denominada de síndrome de COVID longo. Métodos: Realizou-se uma busca na base de dados PUBMED de artigos científicos (estudos observacionais, séries e/ou relatos de casos) que abordassem as manifestações musculoesqueléticas pós-COVID-19. Foram buscados os seguintes termos: “long COVID”, “post COVID”, “musculoskeletal pain”, “myalgia”, “fatigue”, “muscle pain”, "arthralgia", “arthritis”, “back pain” e "cervical pain”. Como critério de inclusão, buscou-se artigos originais em inglês publicados entre janeiro de 2020 e junho de 2022. Foram excluídas pesquisas com animais, demais categorias de artigos e publicações em outros idiomas. Resultados: Ao todo, foram selecionados 30 artigos para compor esta revisão. Pode-se identificar a presença de sintomas musculoesqueléticos em uma alta proporção de casuísticas de pacientes com COVID-19 longa, entre os quais destacam-se fadiga (85,3% - 90%), mialgia (19%- 68%), artralgia e artrite (15,5% -43.3%). Além disso, queixas de redução da densidade mineral óssea, osteoporose, sarcopenia, osteonecrose, miosite e fraqueza muscular foram relatadas esparsamente nos estudos. Houve relação direta dos sintomas presentes na síndrome pós-COVID-19 com o maior tempo de internamento, idade avançada e sexo feminino. Conclusões: COVID-19 é uma doença complexa, não se limitando ao acometimento pulmonar. As consequências multissistêmicas tardias dessa infecção viral, apesar de ser uma entidade recentemente descrita, constitui um importante problema de saúde global secundário à pandemia de COVID-19, motivo pelo qual devem ser reconhecidas e tratadas apropriadamente. As complicações relacionadas ao sistema musculoesquelético, como fadiga, artralgia e mialgia, levam a um importante impacto econômico e social, além de demanda excessiva do sistema de saúde. A ampla divulgação dessa síndrome para aumentar a percepção e reconhecimento precoce pelos médicos é fundamental. Além disso, sugere-se que mais pesquisas sejam feitas  para elaboração de melhores estratégias de tratamento e prevenção da síndrome de COVID longa, a fim de reduzir seu impacto. 

  • Palavras-chave
  • anormalidades musculoesqueléticas, artralgia, artrite; mialgia, osteoporose, SARS-Cov-2, COVID-19.
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Comissão Científica

Roberto Ribeiro Maranhao

Maria Sidneuma Melo Ventura

José Nazareno de Paula Sampaio