Objetivos
O estudo objetiva analisar a prevalência da Helicobacter Pylori em situações pré e pós pandemia da SARS-CoV-2.
Método
Realizou-se a análise de 750 biópsias gástricas colhidas a partir de endoscopia digestiva alta, sendo 375 realizadas no primeiro semestre de 2019 e 375 no segundo semestre de 2022. Não houve critério para a inclusão das amostras, exceto o período de realização do exame. Foram colhidas por um único médico 2 amostras de corpo e de antro, e encaminhadas para um mesmo laboratório que as analisou usando os critérios de OLGA. Resultados Não houve diferença estatística significativa na prevalência de H pylori nos períodos analisados. Após a análise das 750 biópsias, foi confirmada a presença de H pylori em 123 exames (16,4%). Além disso, constatou-se a presença de atrofia de corpo em 2,2% dos exames, atrofia de antro em 7,4% e de metaplasia em 60 laudos (8%). No primeiro semestre de 2019 houve a prevalência de 14,4% de H pylori nas amostras analisadas, com um aumento de 4% no mesmo período de 2022.
Discussão .
O estudo enfrentou dificuldades pela forma retrospectiva de sua realização, bem como a ausência de questionários que abordassem a realização de algum tratamento prévio para o H. Pylori e uso de Inibidores da Bomba de Próton (IBPs). Os resultados demonstraram uma prevalência menor que 20% em ambos os períodos analisados, contrapondo à literatura, segundo a qual a prevalência de H pylori nos países de terceiro mundo é em torno de 60-70%. O resultado pode ter sido influenciado pela condição socioeconômica dos pacientes da clínica particular, bem como a mudança das condições hidrossanitárias na cidade de Fortaleza em relação aos anos anteriores.
Conclusão
Conclui-se não haver diferença significativa no contexto pré e pós pandemia da prevalência de H pylori na clínica em que as amostras foram colhidas, sugerindo a realização de um estudo prospectivo, com informações complementares, sobre uso de Inibidores de Bomba de Prótons e tratamento prévio para H pylori. Além disso, é necessário um estudo mais aprofundado sobre prevalência do H pylori em Fortaleza, e se esta é menor que 20%.
Comissão Científica
Roberto Ribeiro Maranhao
Maria Sidneuma Melo Ventura
José Nazareno de Paula Sampaio