Estudo Epidemiológico e Histopatológico em pacientes submetidos à gastrectomia em 10 anos de cirurgia, realizado no Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará (UFC) - período de 2011 a 2021.

  • Autor
  • Ana Camila Xavier Lopes
  • Co-autores
  • Itallo Moreira Fernandes , Iasmin Maria Rodrigues Saldanha , Vinícius Nascimento Malheiro , Camila Delfino Chaves , Marcelo Leite Vieira Costa
  • Resumo
  • Introdução: O câncer gástrico (CG) é considerado a quarta neoplasia mais comum e a terceira principal causa de morte no mundo. Segundo dados INCA, no Brasil, estima-se que para cada ano do triênio 2020-2022, 21.230 novos casos. Na região Nordeste foram registrados 50.935 óbitos e constitui um grave problema para o sistema de saúde pública.

    Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico da neoplasia gástrica, em uma amostra de 65 pacientes submetidos a gastrectomia no período de 2011 a 2021, no serviço de Cirurgia Oncológica do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).

    Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal, retrospectivo. Realizado através de pacientes que fizeram gastrectomia e aceitaram participar do estudo por meio laboratório de Biologia Molecular (LABGEM-UFC) do HUWC. As variáveis avaliadas foram dados clínicos como: idade, sexo, histórico familiar, tabagismo e uso de álcool. Dados anatomopatológicos: subtipo histológico, classificação TNM, tratamento e a sobrevida dos pacientes.

    Resultados:O estudo demostrou, destes, 58% (38) sexo masculino e 42% (27) do sexo feminino. A idade variou entre 23 a 88 anos, com idade média de 60 anos. Em 33,8% (23) histórico familiar de câncer gástrico em parentes de primeiro grau. Em relação ao consumo de álcool foi de 42,64% (28) elitistas, 44% (29) tabagista e 36,8% (25) tabagismo e etilismo.

    O tipo histológico foi o adenocarcinoma em 65 das amostras. A análise histopatológica, seguindo a Classificação de Lauren, demonstrou que 38% (27) eram do tipo intestinal e 36% (25) difuso. Na avaliação da extensão tumoral, foram constatados T1 17% (11,05), T2 8% (5,2), T3 54% (36). Já na classificação dos linfonodos, N0 20% (13), N1 29% (18,85), N2 28% (18,2) e T3 8% (5,2). A classificação de metástase, M0 42% (27,3) e M1 23% (14,95). A cirurgia mais realizada foi a gastrectomia total em 54% e a gastrectomia parcial 29%. Nos últimos 5 anos, numa amostra de 20 pacientes, 16% (11) fizeram tratamento neoadjuvante a quimioterapia, seguido a radioterapia, 8% (6). Até o momento da pesquisa, 11,7% (18) pacientes morreram e 10% (16) deles morreram em menos de 5 anos após cirurgia.

    Discussão/Conclusão:Destaca-se a maior incidência nos individuos do sexo masculino e de idade de 60 anos. O consumo simultâneo de tabagismo e álcool pode ser outro fator relevante no desenvolvimento  do CG. Ademais, o tipo intestinal foi mais prevalente e costuma estar relacionado também às baixas condições socioeconômicas. 

    A maior parte da amostra foi em pacientes que tinham diagnóstico tardio, com predominância de T3 e linfonodos positivos, é provável, no entanto, que esse número tenha sido subestimado uma vez que alguns fizeram tratamento neoadjuvante. A mortalidade foi precoce, sendo que a maior parte não sobreviveu até primeiro ano devido ao estadiamento avançado.

    Assim, o estadiamento avançado pode estar relacionado à dificuldade dos pacientes dependentes do Sistema Único de Saúde em acessar diagnóstico precoce. Dessa forma, destaca-se a necessidade encarar neoplasia gástrica como um problema de saúde pública, implementar políticas para melhorar o acesso desses pacientes aos hospitais terciários a fim tornar o diagnóstico mais precoce e melhorar as taxas de sobrevida.

  • Palavras-chave
  • Neoplasias gástricas; Gastrectomia; Fatores de risco, Incidência, Brasil
  • Modalidade
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  • Área Temática
  • Cirurgia
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Comissão Científica

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