Objetivos: O reparo de aneurismas da aorta continua desafiador, e a cirurgias abertas possuem elevado índice de morbimortalidade mesmo em contexto eletivo. O desenvolvimento de materiais endovasculares, como as endopróteses, tornou a cirurgia menos invasiva no tratamento de aneurismas complexos, com sucesso técnico e melhores desfechos. Objetiva-se, neste trabalho, relatar um caso de aneurisma toracoabdominal corrigido totalmente por endovascular, revascularizando o tronco celíaco, mesentérica superior, renais e ilíacas.
Relato do Caso: Paciente do sexo masculino, 65 anos, assintomático e tabagista. Fez ultrassonografia de rotina, a qual evidenciou dilatação aórtica a 2,3 cm da artéria renal direita, com 8,4 cm de extensão e 3,7 cm no maior diâmetro. Realizou, posteriormente, tomografia, que demonstrou dilatação aneurismática sacular em porção aórtica envolvendo região infrarrenal até mesentérica superior com trombo mural associado e medindo cerca de 9,4 (extensão) x 6,2 (L-L) x 6,8(AP) cm. Foi encaminhado, então, para cirurgia endovascular, a qual optou pelo reparo do aneurisma com a endoprótese ramificada, devido às altas taxas de mortalidade e morbidade (paraplegia) associadas às técnicas convencionais. Durante o procedimento, o acesso foi por meio de punção bilateral na artéria femoral e na artéria braquial direita. Foram implantadas endopróteses na aorta desde as artérias ilíacas comum até região acima da artéria mesentérica superior, em seguida revascularizado com stent revestido na artéria mesentérica superior, tronco celíaco, artérias renais e artérias ilíacas comum (extensão aórtica). Realizou-se, após a cirurgia, angiografia de controle, a qual confirmou a posição adequada das próteses. No pós-operatório, houve boa evolução, sem complicações, recebendo alta em 5 dias.
Conclusão: O caso relatado reitera a eficácia da técnica endovascular com a utilização de endoprótese ramificada para correção de aneurismas complexos. Cabe ressaltar que a endoprótese utilizada foi personalizada para uma melhor estabilidade das próteses, com menor rotação destas, além de apresentar menores taxas de morbimortalidade em comparação às demais técnicas.
Comissão Científica
Roberto Ribeiro Maranhao
Maria Sidneuma Melo Ventura
José Nazareno de Paula Sampaio
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