Objetivos: hérnia diafragmática congênita é uma das anomalias mais temidas nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. A herniação de órgãos abdominais durante o período de formação fetal pode levar a diversas complicações fisiológicas e anatômicas tanto pulmonares quanto cardiovasculares. Um dos pacientes que podem predispor a esse tipo de complicação são os que possuem o diagnóstico para síndrome de down. Portanto, este trabalho procura relatar um caso de uma paciente com síndrome de down que foi encontrada uma hérnia diafragmática congênita. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 21 anos, procedente de Cascavel, com diagnóstico fechado por sinais e cariótipo realizado com trissomia do 21, procurou a unidade de pronto atendimento em sua cidade natal por apresentar queixa de tosse seca, associado com vômitos e diarréia. Por suspeita de quadro de pneumonia da comunidade, foi prescrito uma azitromicina e ceftriaxona, porém não obteve melhora. Posteriormente, no exame físico, apresentou saturação de 81%, sendo indicado a realizar uma máscara respiratória de 15 litros/min e encaminhado para o hospital de referência em Fortaleza, após estabilidade hemodinâmica e sem sedação. Ao chegar no hospital de Messejana no dia 2/09/2022, passou por um procedimento cirúrgico com a finalidade de investigar mais a etiologia dos sintomas e foi encontrado uma hérnia diafragmática pelo cirurgião torácico. Na investigação enquanto estava internada, o exame físico do sistema cardiovascular apresentou ritmo circulatório regular, em dois tempos, bulhas cardíacas normofonéticas, sopro sistólico pancardíaco mais intenso em borda esternal esquerda (BEE) +4/6+, sem desvio átrio-ventricular, pressão arterial média 107 mmHg e frequência cardíaca 93 bpm. Foi feito no dia 29/08/2022, um ecocardiograma, que evidenciou 72% de frações de ejeção ventricular esquerda, sendo confirmado uma comunicação interatrial tipo ostium primum medindo 17 mm com shunt predominante esquerda-direita. A tomografia computadorizada realizada no dia 30/08/2022 mostrou enfisema centrolobular e parasseptal predominando nos lobos superiores. Soluções de continuidade na porção posterior da hemicúpula diafragmática direita, observando-se insinuação para o hemotórax correspondente de gordura abdominal, além de vidro fosco esparsos pelo pulmão esquerdo. Após todos os exames realizados, a paciente foi transferida para de um leito de enfermaria para um leito de UTI, estando atualmente sob vigilância respiratória. Conclusão: A apresentação da hérnia diafragmática congênita abrange um pequeno grupo de pacientes com sintomatologia prévia respiratória, podendo levar ao diagnóstico e ao tratamento ineficaz. Portanto, é imprescindível tomar conhecimento da patologia e sempre tê-la como diagnóstico diferencial.
Comissão Científica
Roberto Ribeiro Maranhao
Maria Sidneuma Melo Ventura
José Nazareno de Paula Sampaio