Prevalência de tuberculose na população cearense no âmbito da COVID-19: uma análise comparativa de 2018 - 2021
INTRODUÇÃO:
A pandemia da COVID-19 no Brasil trouxe preocupações sobre a transmissão de doenças por vias aéreas. Diante desse panorama, teoriza-se que os cuidados e medidas preventivas da população voltados para o coronavírus justificariam uma relativa diminuição do número de casos de tuberculose.
OBJETIVO:
Analisar e comparar prevalência de tuberculose na população cearense entre os anos de 2018 a 2021.
METODOLOGIA:
Analisamos 16.483 pacientes diagnosticados com Tuberculose no período de 2018-2021, sendo estes divididos em período pré pandemia (janeiro de 2018 a fevereiro de 2020) e pandêmicos (março de 2020 a dezembro de 2021). Para tanto, utilizou-se a base de dados do Sistema de Informações Epidemiológicas e Morbidade do TABNET/DATASUS, de modo que os pacientes foram analisados dentro das seguintes faixas etárias: <1 ano;1 - 4 anos;5 - 9 anos; 10-14 anos; 15-19 anos; 20-39 anos; 40-59 anos; 60-64 anos; 65-69 anos; 70-79 anos e >80 anos.
RESULTADOS:
No grupo de pacientes<1 ano, houve um aumento nos diagnósticos de 27,4%, ao mesmo tempo em que na faixa entre 1-4 anos ocorreu aumento de 12,5%. Em contrapartida, o intervalo entre 5 - 9 anos teve uma queda de 15% na notificação dos casos, assim como o intervalo entre 10-14, o qual teve uma diminuição de 34,2%. O intervalo entre 15-19 ocorreu uma queda de 30,9% e o intervalo entre 20-39 teve uma queda de 29,5%, sendo estas as faixas etárias com maior diminuição de diagnósticos nesse período.Nos indivíduos com 80 ou mais anos houve uma queda de 15,4% na notificação geral dos casos. Na análise de todas as faixas etárias somadas houve uma queda de 18,6 % das notificações positivas da tuberculose.
CONCLUSÃO:
A tuberculose é uma doença com elevada prevalência no território nacional. A partir da análise dos resultados obtidos, foi possível concluir que o quadro referente à tuberculose sofreu considerável modificação, fato este que sucita uma abordagem mais profunda da situação para entender como se deu essa alteração, além de guiar novas medidas de combate à enfermidade abordada.
Comissão Científica
Roberto Ribeiro Maranhao
Maria Sidneuma Melo Ventura
José Nazareno de Paula Sampaio