Em meados de março de 2020, o Brasil foi surpreendido por ameaças nos diversos setores da sociedade em virtude do Novo Corona Vírus (COVID-19), o que exigiu medidas oficiais, impactando mudanças nos comportamentos e formas de viver da população, como também nas ações das políticas públicas, dentre elas, a educação nacional. Sendo assim, as instituições educacionais precisaram redirecionar as ofertas em seus níveis (educação básica e superior) e cursos de formação continuada, e de pós-graduação.
A educação básica e suas modalidades, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e educação especial, vem fazendo sua história de forma presencial, conforme a Lei 9394/96-LDB, normativas do Conselho Nacional de Educação com orientações às diferentes formas de operacionalização das ações educacionais nas redes de ensino estaduais e municipais, esferas pública e privada, segundo os respectivos Conselhos Estaduais e Municipais de Educação.
As ofertas educacionais da Rede Apae compreendem escolas especiais (para a educação escolar, em sua maioria, educação infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental e EJA) e os Centros de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), para o atendimento educacional especializado, caracterizados como modalidade educação especial.
Também essas instituições, em decorrência do COVID-19 precisaram mudar a sistemática de trabalho, tradicionalmente na forma presencial, tendo em vista que uma das principais medidas governamentais foi determinar a suspensão das aulas, preservando garantir o direito à educação dos alunos. De que forma? Decretos Governamentais instituíram redirecionamento das ações educacionais. As instituições de ensino passaram a adotar planejamentos para acontecerem em forma de teletrabalho, atividades impressas entregues às famílias nas escolas ou nos próprios domicílios dos alunos, e/ou por e-mail, conforme as diferentes realidades dos estados. Tudo acontecendo segundo normativas para o ano letivo e sob a responsabilidade dos diretores escolares, coordenadores, professores, equipe administrativa e técnica especializada para atender a demanda escolar, utilizando estratégias de tele-educação ou educação à distância e com a participação das famílias.
De início, as equipes preocupadas, desacreditavam de terem êxito com procedimentos diferentes da forma habitual presencial. Passado o primeiro susto, levaram em consideração o compromisso primordial com o direito à educação dos alunos e o dever de evitar prejuízos no processo ensino-aprendizagem
Dessa forma, estratégias metodológicas foram sugeridas e transformadas em ações decorrentes, destacando-se:
- Planejamento pelo corpo docente e demais membros da equipe
- Reunião com os pais presencial, por e-mail ou por telefone (esclarecimentos, informações, orientações, feedback)
- Identificação dos diferentes meios de chegar com as atividades aos alunos (e-mail, pais, professores levar nas casas, outros)
- Planejamento e disponibilização plantões para orientar, tirar dúvidas e acompanhar os alunos
- Estratégia para manter a equipe motivada e comprometida com a diferente forma de trabalho
- Registro de conteúdos e áreas de conhecimento do currículo nos Diários de Classe
- Incentivo, garantia e recebimento do registro das atividades feitas, nas tarefas impressas e por meio de foto e/ou filmagem
- Planejamento e depoimentos dos atores envolvidos com a educação (profissionais, famílias, alunos), áreas de conhecimento trabalhadas
- Elaboração de folders e/ou outro material informativo acerca da pandemia
- Realização de webconferência com professores e demais funcionários da instituição, retratando a situação no País e no Estado, como também para se discutir questões administrativas e pedagógicas
- Criação de um espaço interativo, com postagem de materiais (artigos, livros, ebooks, TCCs, dissertações e teses, referentes ao trabalho e demais informações necessárias
- Estimulo à produção por parte dos alunos de desenhos/concursos com temas diversos
- Produção de um diário coletivo, retratando esse período. Seguidamente poderá ser publicado.
- Estimulo às trocas e contatos entre famílias por meio de cartas, email, watsap
- Envio de mensagens/reflexões a funcionários, pais e alunos
- Disponibilização de entrevistas gravadas sobre o coronavirus com especialistas.
- Criação de um grupo de estudos, envolvendo professores e funcionários
- Encontro online com pais
- Levantamento de sugestões de atividades a serem realizadas nesse período junto a pais, professores e funcionários
- Produção de jogos e brincadeiras a serem enviados aos alunos nesse período.
- Produção de um informativo às crianças e demais alunos acerca da pandemia.
Registramos neste documento a experiência de trabalho de escolas especiais e de CAEEs da Rede Apae Brasil, com início em março/2020, sem data prevista para terminar, constando as inovações em suas ofertas educacionais nas escolas especiais e/ou nos Centros de Atendimento Educacional Especializado (CAEEs).