As cidades compreendem territórios fragmentados e palcos para relações diversas. Nos vários lugares apropriados, adensados em qualidades desiguais de tempo, as relações humanas dinamizam esses espaços, conferindo-lhes sentidos. Muitas coisas desenvolvidas e apropriadas de diferentes maneiras se constituem como partes de realidades a serem questionadas, próprias a descolarem-se do inconsciente e do automatismo perceptivo habitual. Como palco intermitente de coisas efêmeras, fluidas e irregulares, a cidade é o locus privilegiado das diferenças, das transformações, das lutas, das crises que envolvem a reunião heterogêna num espaço comum. Viver na cidade contemporânea significa cada vez mais estar mediado por telas gráficas, ecrãs, monitores, superfícies gráficas digitais conectadas à internet. Essas informações coexistem de forma abrangente e ininterrupta, criando outras camadas simbólicas para a cultura urbana. Por meio de informações geográficas, imagens de satélite, interações em tempo real, dados dinâmicos dos usuários, sistemas de troca e interação, as superfícies gráficas tornam cada vez mais o uso das máquinas uma tarefa simples e intuitiva.

Interagir na cidade a partir das várias superfícies gráficas não apenas tornou mais comum e familiar o reconhecimento dos espaços, mas principalmente estabelecer níveis de experiência, cognição e interação nunca dantes possíveis. E essa capacidade de reconhecer a realidade exterior na urbe, como forma de pensar e romper diversos tipos de juízos, a consciência da construção coletiva de onde se está inserido, os processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, histórico-culturais. O espaço urbano multiplica em variedade seus elementos, estimulando interfaces com outras áreas do conhecimento humano, estudos inter, multi e transdisciplinares, nas quais transitam diferentes interesses e complexidades. As mais variadas manifestações sensíveis dialogam na contemporaneidade com o espaço arquitetônico e a cidade. Em qualquer circunstância, a realidade requer capacidade crítica e interpretativa na condução de experiências atuantes sobre o existente.

A reflexão crítica sobre a teoria e história, sobre a inovação e as novas tecnologias, o patrimônio, a cultura e a identidade, o espaço público e a cidadania, os processos de projeto, constitui um passo fundamental na reestruturação dos elementos vigentes, na resolução de problemas manifestados e a constituição de novos sentidos requeridos pela sociedade contemporânea. Assim, ao pensar nas emergências, rupturas, limiares contemporâneos nos contextos espaciais, os assuntos tratados tornam-se observáveis sob diferentes aspectos, na medida em que o objeto interatua em vários campos do saber e requer operações estratégicas de um meio firmado na complexidade, aferido nos seus distintos modos de ser. Abrem-se possibilidades para discorrer sobre as situações de objetos hibridizados no espaço, como fenômenos emergentes, capazes de rupturas, a ocorrer em contextos limítrofes, em limiares contemporâneos.

O III Seminário Nacional Pensando o Projeto, Pensando a Cidade, a se realizar nos dias 28, 29 e 30 de novembro de 2022, através do Programa de Pós-Graduação Projeto e Cidade (PPGPROCIDADE), procura refletir sobre o campo disciplinar, visando compreender os diversos assuntos, suas questões, aberturas e diálogos, possíveis respostas e os obstáculos inerentes às pesquisas em Arquitetura e Urbanismo da atualidade. Pretende também incluir-se nas discussões com outros professores, pesquisadores, instituições de ensino e profissionais, trocar ideias, relatos, experiências, promovendo divulgação científica sob diferentes pontos de vista, estendendo-se às esferas pública e privada. Está estruturado a partir de palestras ministradas por professores e profissionais nacionais e internacionais e apresentação de trabalhos avaliados e aprovados por Comissão Técnico-Científica transdisciplinar. No contexto das mudanças e ampla democratização da sociedade, o evento reafirma o compromisso em contribuir para o bem estar da população e para a satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais. O evento é também uma continuidade das muitas discussões e problemáticas abordadas noutros anos anteriores promovidos pelo PPGPROCIDADE e que se estabelecem em avanços progressivos.

A proposta do Seminário é ampliar e fazer progredir as discussões acadêmicas dentro das linhas de pesquisa “Processos e Tecnologias de Projeto e Planejamento” e “História e Teoria da Arquitetura e da Cidade” do PPGPROCIDADE, com chamada aberta para apresentação de trabalhos científicos. Todos os materiais repercutem positivamente no estímulo à pesquisa, a produção do conhecimento científico e tecnológico para o Estado e para o País. As atividades propostas para o Seminário incluem palestras, apresentação de trabalhos científicos coordenados em sessões, oficinas, feiras culturais, exposições de trabalhos de alunos da graduação e pós-graduação do PPGPROCIDADE, mesas institucionais, mesas redondas com pesquisadores de outras universidades. O Seminário dá continuidade às ações extensivas do cenário local, mas com repercussão nacional, dadas as reflexões conjuntas com outros pesquisadores. O evento busca abranger assuntos relevantes, envoltos em novas abordagens metodológicas e conceituais, com fins às novas perspectivas de ensino e das práticas profissionais.

Clique no Links abaixo para as Palestras (redirecionamento automático):
- Oportunidades y desafios de la ciudad informal - Prof. Dr. Jaime Hernández-García
- Linguagem e identidade na arquitetura e urbanismo contemporâneos - Prof. Dr. Neander Furtado
- A cidade e seus espelhos: sobre labirintos e mapas - Profa. Dra. Lúcia Leão
- Dispositivos de ruptura en las mediaciones tecnológicas urbanas - Profa. Dra. Iliana Hernández García

Clique no Links abaixo para as Sessões de Comunicação (redirecionamento automático):

1) História e Teoria da Arquitetura e Cidade

2) Processos e Tecnologias de Projetos e Planejamento

Todo esse conjunto de atividades tem repercussão direta sobre a sociedade, pela difusão do conhecimento entre professores, pesquisadores, profissionais, agentes públicos, amplamente imbuídos na busca de soluções para os tantos problemas que surgem no âmbito urbano. As produções científica, cultural, tecnológica e técnica, inerente a esses saberes estão intimamente relacionadas aos processos de reflexão crítica, entendendo a cidade como bem público, construída coletivamente. O público-alvo é de caráter técnico-científico, formado por estudantes de graduação e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Artes, Design, Geografia, Engenharias, História, Sociologia, Antropologia, Filosofia e demais áreas correlatas. Também por professores, pesquisadores, profissionais liberais, gestores públicos e representantes da sociedade civil organizada com atuação e/ou interesse nos temas relacionados ao Projeto e à Cidade, incluindo-se os eixos temáticos: História e Teoria da Arquitetura e da Cidade e Processos e Tecnologias de Projeto e Planejamento.

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