V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia

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CRÍTICA GENÉTICA E TRADUÇÃO: O PROCESSO E A EDIÇÃO

O objetivo deste simpósio é discutir acerca das experiências diversificadas do pesquisador que lida com manuscritos de tradução: o acesso aos arquivos, o contato com as instituições, a seleção, a transcrição dos manuscritos, o foco da análise dos mesmos e suas edições genéticas. Nem sempre os tradutores guardaram seus rascunhos ou documentos de processo e nem sempre, quando havia, foi dada a devida importância a esse objeto de estudo (Durand-Bogaert, 2014). Porém, quando o letrado possui certo prestígio para um país, uma busca nos seus arquivos pode revelar a existência de importantes manuscritos de traduções inacabadas ou inéditas. É o caso do Imperador do Brasil, Dom Pedro II. Os pesquisadores desses arquivos imperiais apresentam aqui os diversos interesses linguísticos e tradutórios do Imperador, que através dessa incansável atividade intelectual e criativa quis representar um Brasil diferente para a sua época. Traduções do sânscrito, do espanhol, do italiano e seu conhecimento do francês para traduzir e ser traduzido são alguns dos temas que entrarão em diálogo. Com ênfase no processo, Adriano Mafra fala sobre a edição crítico-genética dos manuscritos do Imperador da sua tradução de Hitopadesa, publicada em 2020, em coautoria com Romanelli e Stallaert e Romeu Daros, comenta sobre sua edição, também publicada em 2020, das traduções de Dom Pedro II de versos de Dante Alighieri. Luíza Mazzola aborda a francofilia do Imperador num processo múltiplo: como poeta e tradutor do francês e sendo traduzido para o francês, por intermédio de amizades literárias da época. Ana Sackl nos apresenta uma tradução do espanhol de um poema épico de Don Alonso de Ercilla, La Araucana, realizado pelo Imperador. Para além dos estudos de arquivos de tradução do Imperador, esse simpósio conta ainda com uma reflexão sobre o aporte da Crítica Genética em favor de uma conquista da visibilidade do tradutor. Através de consultas nos arquivos de Jean Lescure, poeta francês que traduziu poemas de Giuseppe Ungaretti, Rúbia Nara de Souza apresenta os limites e as fragilidades de um tradutor que colabora estreitamente com o autor.

COORDENADORES:

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit/Bélgica)

 

25 DE MARÇO

14:00 às 14:15 - “LA ARAUCANA”, MANUSCRITOS TRADUZIDOS POR D. PEDRO II: UMA EPIFANIA DO ROMANTISMO NO FIM DO SEGUNDO REINADO.

14:15 às 14:30 - PARATEXTOS : UM ESPAÇO QUE TESTEMUNHA O PROCESSO COLABORATIVO DE TRADUÇÃO POÉTICA

14:30 às 14:45 - D. PEDRO II ORIENTALISTA E TRADUTOR: EDIÇÃO GENÉTICO-DIGITAL DOS MANUSCRITOS DE TRADUÇÃO DO HITOPADE?A

14:45 às 15:00 - GÊNESE, TRADUÇÃO E AUTOTRADUÇÃO: CRIAÇÕES POÉTICAS DO IMPERADOR D. PEDRO II

15:00 às 15:15 - A CRIAÇÃO DO DANTE SUL-AMERICANO: ANÁLISE GENÉTICA COMPARADA DE PROCESSOS TRADUTÓRIOS.

15:15 às 15:30 - IMAGENS DE FLORES IMPERFEITAS: UMA ARQUITETA, UMA ESCRITORA

15:30 às 16:00 - Debate.