O Transtorno do Espectro do Autismo – TEA – é considerado um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por início precoce, que afeta especificamente as habilidades de comunicação social, além da presença de comportamentos repetitivos e padrões de interesse e atividades restritas.

A apresentação dos sintomas acontece na maioria das vezes, no primeiro ano de vida, e implicam no comprometimento de áreas específicas do desenvolvimento da criança, como por exemplo, o processo de aprendizagem de novas experiências, a adaptação em atividades de vida diária, socialização e comunicação.

De acordo com o DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID 10 (Código Internacional de Doenças), a dificuldade na interação social pode ser manifestada na forma de isolamento ou comportamento social impróprio, baixo contato visual, dificuldades nas atividades em grupo, além de falta de reciprocidade emocional ou social. Já com relação as dificuldades na comunicação, envolvem não só o aparato verbal como também há um comprometimento do aparato não verbal. Além disso, há uma tendência a linguagem imatura, presença de ecolalias, inversões pronominais, como também alterações de prosódia. Pode-se citar também como dificuldade na comunicação a baixa tolerância à frustração. Com referência a linguagem expressiva, a pessoa com autismo também pode apresentar dificuldades na iniciativa comunicativa, e em compreender expressões como piadas ou linguagem sarcástica, além da linguagem corporal e expressões faciais. Em relação aos padrões repetitivos e estereotipados, pode-se considerar a dificuldade na quebra de rotinas, tendência a não dar funcionalidade no brincar, além das estereotipias como bater palmas com frequência, se balançar, andar em círculos, repetir determinadas palavras e até girar objetos. (DUARTE, 2018)

É necessário considerar que a intervenção no processo de habilitação e reabilitação, necessita ter um caráter precoce a fim de potencializar as funções cognitivas e habilidades que a criança ainda não desenvolveu. Diante disto, pode-se reiterar a importância de que haja um diálogo entre clínica, escola e família, para o processo de reabilitação ser considerado eficaz para a pessoa com Autismo.