TÍTULO: Inventários Participativos: Uso de Mapas de Percepção na Construção do Patrimônio Cultural.
MINISTRANTE: Luís Gustavo Mundim
DURAÇÃO: 04 horas
OBJETIVO:
Refletir sobre a construção do patrimônio cultural; Abordar questões teóricas/práticas relacionadas aos processos participativos de pesquisa; Construir mapas de percepção relacionados ao patrimônio cultural e pensar em seus diferentes usos.
EMENTA:
A noção do que é patrimônio cultural mudou significativamente ao longo dos anos, e de uma concepção mais restritiva e fechada, caminhou para processos mais participativos e abertos. Trata-se, portanto, de um conceito em contínua construção e que cada vez mais necessita da participação social em sua definição e gestão.
Um dos grandes desafios existentes na atualidade é o de construir em conjunto com as comunidades esse patrimônio. Uma estratégia adotada e a utilização dos Mapas de percepção, ferramenta que trabalha com a percepção do ambiente, com a subjetividade do olhar e do sentir de indivíduos e de grupos (ANDREWS,1996:4) adaptada, a fim de identificar as referências culturais (FONSECA,2008) e os valores identitários de determinados grupos ou comunidades. Os Mapas de percepção e seu processo de construção funcionam como um espaço para a grafia, para o desenho propriamente dito, onde se representa a topofilia dos indivíduos, ou seja, suas relações com o ambiente vivido (TUAN,2012). No mapa traçado é possível identificar objetos, espaços, pessoas, relações e também, de forma mais específica; os caminhos percorridos, as edificações significantes, os lugares de encontros, as festas, os ritos, as celebrações, os mestres de saberes, etc, elementos relacionados as referências culturais dos envolvidos na elaboração do mapa que permitem compreender a continuidade histórica dos bens culturais, suas transformações e, sobretudo, sua vivência pelas comunidades que os mantém.
Os Mapas de percepção, como instrumentos de mobilização social, podem contribuir para despertar uma consciência para os bens culturais, condição fundamental para a sua proteção. Como fruto de uma construção negociada, torna-se ferramenta para o diálogo, para a aproximação e para o compartilhamento de valores culturais pelos diferentes autores que participam do processo de elaboração. Trata-se, portanto do primeiro contato no sentido de construir um inventário participativo, componente essencial nos processos de planejamento e gestão do patrimonial cultural com aplicações as mais variadas, desde planos de inventário, divulgação dos bens culturais, até ações educativas em escolas, para citar alguns.
A proposta da oficina Pesquisa Participativa: Uso de Mapas de Percepção na construção do Patrimônio Cultural é apresentar o uso desses mapas na construção do patrimônio cultural e discutir sobre o uso e a adaptação dessa ferramenta, a partir do mapa que será produzido pelos participantes da oficina e de casos concretos como o Inventário cultural do rio São Francisco (IEPHA,2015), as Folias de Minas (IEPHA,2016), o Inventário cultural das comunidades de Chacrinha dos Pretos e Boa Morte (IEPHA,2017) e outros.
PÚBLICO ALVO:
Estudantes, professores, técnicos, representantes de grupos culturais, conselho municipal de cultura, conselho municipal de turismo, representantes da paróquia, representantes da prefeitura, público em geral participante do evento.