Fly me to the Moon - Dos independentes aos algoritmos 20º Encontro Internacional de Música e Mídia

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De 11 a 13 de setembro Todos os dias das 00h00 às 20h00

Sobre o Evento

Fly me to the Moon!

Dos independentes aos algoritmos.

20º Encontro Internacional de Música e Mídia

Fly me to the Moon

Let me play among the stars!

Let me see what spring is like

On Jupiter and Mars...

Estes versos fazem parte de um dos standards do jazz de inícios da década de 1960. Bem antes da Neil Armstrong pisar na lua, em 1969, as canções já antecipavam o acontecimento, de modo para lá de fantasioso... O cinema e todo um imaginário cultural surgido em torno da ideia da expansão dos limites terrenos em direção ao incógnito ambiente lunar prenunciou o acontecimento com doses generosas de imaginação... Em torno da lua se desenvolveu uma rica simbologia milenar, que parece estar presente em todas as culturas. Suas formas de interpretação se vinculam a tradições e contextos particulares. De um modo geral, parece uma constante a ideia de “instabilidade”, uma vez que o satélite é governado por ciclos; ao mesmo tempo, a mesma ideia pode apontar para renovação e mudança, pois cada fase pode trazer elementos de novidade. As fases da lua interferem nos ciclos da vida no mundo natural, como a reprodução dos animais, assim como os movimentos de migração e caça. Também interfere de modo notável no ciclo de marés. Assim, apesar da distância de quase 400.000km, a lua exerce influência direta sobre a Terra - mas tal influência é recíproca, afinal, sua trajetória não é independente. A Lua se movimenta em torno do planeta Terra.

A lua também é a luz que brilha em meio à escuridão da noite. Em alguns lugares, somente ela traz a claridade. Animais de vida noturna aparecem, não raro trazendo inquietude e imagens sombrias: elfos, lobisomens e toda espécie de seres amedrontadores, como em Erlkönig, (O rei dos elfos), de Goethe: “Quem cavalga tão tarde por noite e vento? É o pai, com seu filho. (...) /- Meu filho, por que escondes teu rosto com medo/
- Não vê pai, o Rei dos Elfos? O Rei dos Elfos, com coroa e cauda?” Schubert compôs um lied (1815) sombrio a partir do poema.

O período romântico tomaria a noite e os fenômenos celestes de forma exacerbada. A sonata para piano nº 14, op. 27, de Beethoven é conhecida como Sonata ao luar. Composta no início do século XIX, baseia-se em uma sequência de arpejos, produzindo sensação de ondulação; o andamento adagio sostenuto, a sustentação nos bordões propicia uma escuta “imersiva” – valendo-nos de um clichê atualmente em voga. Um século mais tarde, Debussy comporia Clair de lune (nunca traduzida...). Em compasso composto, igualmente produz movimento ondulatório, que sugere movimento das nuvens e da própria lua.

As fases e faces da lua também incorporam uma semântica oposta: ao mesmo tempo que assustadora, propicia o romance de seres enamorados. O cancioneiro popular daria um lugar privilegiado à lua. A quantidade é inesgotável. Cândido das Neves escreveu o poema Noite cheia de estrelas (1931), que ficou célebre na voz de Vicente Celestino, autor da música: “Lua, manda a tua luz prateada/ Despertar a minha amada/ Quero matar meus desejos/ Sufocá-la com meus beijos”. Em 1960 Celly Campello gravaria Banho de lua, adaptação de Tintarella di luna, sucessso de Mina (1959). A baladinha dançante que deu origem ao rock primitivo, no Brasil, contrasta-se frontalmente de Lua, lua, lua, lua, de Caetano Velloso (1975), com seus acordes em legato, no acompanhamento de uma melodia descendente, com pontilhismos de percussão. E, aproximando-nos mais dos concretistas, há de se lembrar de Lua na água (1982), de Paulo Leminski.

Nosso cancioneiro também foi (e ainda é) muito influenciado pela lua idealizada. Em Lua Branca, Chiquinha Gonzaga clamava à lua que lhe tirasse o pranto dos olhos; Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco rememoravam com saudosismo o passado em Luar do Sertão, enquanto a Banda Calypso denunciava em A lua me traiu, que “um eclipse maldito” fez o encanto dos amantes desaparecer.

Evocamos a lua como nosso ponto de partida para o 20º Encontro Internacional de Música e Mídia. Em sua força simbólica, lança sua luz dando vida a tantas analogias. E o lunático? Qualificativo que se refere a pessoas instáveis, em seu humor ou atitudes, não raro patológicas. Mas lunático também estende um facho de iluminação sobre a ideia de idealista, utópico.

*

* *

Em 2005 iniciavam-se, meio por acidente, os Encontros MusiMid. O primeiro deles, intitulado As múltiplas vozes da cidade reuniu músicos, artistas, produtores musicais e pesquisadores sobre o que acontecia em Santos. Passados vinte anos, é tempo de reavaliar algumas mudanças importantes que ocorreram. Da cibercultura à cultura das redes, o estabelecimento de plataformas midiáticas, sobretudo por meio de smartphones teve como consequência imediata as mudanças de criação e circulação da música que veio a ser criada, enquanto as mais antigas passariam por um processo de transposição.

Das produções denominadas independentes – como ocorreu com o álbum de Antônio Adolfo Feito em casa (1977) até a criação e terceirização de trabalhos técnicos por meio da inteligência artificial, necessitaram e necessitam de pessoas de personalidade idealista, aventureira, ao mesmo tempo capaz de elaborar ações estratégicas para seguir adiante com a sua arte. E uma boa parte dessas pessoas não raro é tachada de lunática – pejorativamente...

No memorável disco The dark side o the moon, que começou como um trabalho experimental e se tornou uma das maiores referências na década de 1970, pode se ouvir a seguinte frase (que, entretanto, não faz parte da letra de nenhuma das canções), e em uma tradução livre anuncia que “Não há lado escuro da lua, na realidade tudo é escuro. O que importa é ver o sol”. E, de certa forma, é esse vislumbre o que dá sentido a esses voos de exploração.

Preferimos tomar o qualificativo no seu aspecto de desprendimento – no sentido de desprezo ao medo; mesclado a atitudes de ousadia e risco. Aqui surgem nomes que fizeram dessa prática uma rotina. São, em alguma medida, outsiders, os fora do mainstream ditado pelos modismos, a intelligentsia, a indústria do entretenimento, tendo ou não sido bem-sucedidos na sua empreitada.

Damos especial valor àqueles que se lançaram ao novo: o signo novo entra em choque com outras concepções pré-existentes, gerando novas relações semânticas. É o caso do Theremin, instrumento precursor da música eletroacústica, que de símbolo da beleza celestial passou a conotar o invasor extraterrestre após ser incorporado como timbre na trilha musical de filmes de ficção científica. Olhar para o firmamento e não ouvir o Theremin como música de fundo para contemplar a lua transbordante de poesia, mas como ameaça de perigo é um desvio semântico relevante...

Nossa jornada pode incluir várias invenções, ações performáticas, tratados teóricos sobre o tema e acontecimentos ocorridos no mundo. Uma baliza sobre possíveis efemérides, expostas cronologicamente aponta, por exemplo: o centenário de nascimento de Luigi Nono – um compositor por vezes visto como satélite na vanguarda europeia, mas que exerceu sua influência em paragens tão longínquas como a América Latina, e de onde tirou inspiração para trabalhos como Polifônica-monodia-rítmica, a partir de um material musical fornecido por sua amiga, a compositora brasileira Eunice Katunda. Ainda, o surgimento da música eletrônica (1949); as consequências estéticas e criativas após a criação do sintetizador Moog (1964), com destaque para sua utilização em O cravo bem-temperado, de J. S. por Wendy Carlos Bach, em 1969. Contestada pela novidade, conquista sucesso estrondoso de público e vendas. No mesmo ano, Serge Gainsbourg e Jane Birkin causam rebuliço com Je t’aime... moi non plus. Os Mutantes lançam seu disco homônimo. Enquanto Neil Armstrong aterrissa na lua

Em 1974, surgem discos com repertório de natureza experimental, como Lóki, de Arnaldo Baptista, com arranjos de Rogério Duprat. Do lado do rock progressivo, A Barca do Sol lança seu long-play homônimo. Gilberto Mendes “compõe” Ópera aberta – na verdade, uma bula de instruções- como resposta à obra de Umberto Eco (1962), lançada no Brasil em 1968. The Wall, de Roger Waters, sairia em 1979.

Sendo inútil tentar preencher uma linha do tempo para apresentar tantos casos de “lunáticos”, que vieram a subverter a quietude da banalidade da rotina... Importante destacar que, no final do século XX, tanto a criação, como a produção e circulação musical cedem lugar à automação. Algoritmos gerados por programas de computador, passaram a assumir não apenas atividades tarefeiras, tomando o lugar do compositor, do músico, do produtor, além de questões referentes a direitos autorais. Os desafios que os “lunáticos” devem encarar são árduos.

O 20º Encontro Internacional de Música e Mídia convida aos interessados a participarem das atividades. Dentre os temas a serem tratados, destacamos os seguintes eixos temáticos:

1- Moonlight serenade... Os inventos relacionados às tecnologias do som e da imagem e império das gravadoras e a difusão da “cultura de massas”. O surgimento dos selos “independentes” como uma contrapartida estética. Este eixo pretende abordar as correntes estéticas que se apresentaram em oposição ao establishment: propostas estéticas; ruídos de linguagem; êxitos e fracassos; novas formas de comunicação e poéticas.

2- Banho de lua! Como se processa a circulação dessas criações artísticas que não atendem aos moldes implantados pelas gravadoras e instituições que controlam e regulam tais produções? Que tipo de mudanças/ interferências se pode verificar após a implantação das tecnologias de inteligência artificial? Que papéis assume o receptor/ ouvinte/ consumidor de tais produtos, face a esse novo panorama?

3- A lua girou? A criação musical entendida como negócio e empreendimento: Quem são os atores do mundo da música em tempos de plataformas e robôs falantes (LaMDA), dialogantes (ChatGPT) e músicos (AnthemScore e NeuralNote)? Como os produtores, em seus vários espectros, lidam com essa nova realidade?

A fim de discutir estes temas e seus desdobramentos, o MusiMid convidou especialistas nos campos interdisciplinares música, tanto na área acadêmica, artística como profissionais do mercado. O evento será realizado de modo presencial nas dependências do Clube do Choro de Santos. Posteriormente, as gravações sessões plenárias deste 20º Encontro serão registradas e armazenadas no Canal YouTube do MusiMid,

A programação será composta de três mesas-redondas, palestras, oficinas, contando com a participação de convidados nacionais e estrangeiros, das 10h às 19h30. O período da manhã dará voz aos pesquisadores que serão selecionados para apresentação, após submissão de propostas de trabalho, avaliadas por um comitê científico. As propostas de trabalho aceitas serão posteriormente publicadas nos anais, devidamente indexados pela Biblioteca Nacional.

Nossos anfitriões serão o Clube do Choro de Santos e o Museu do Café, ambos situados no Centro Velho de Santos (SP), que acolherão o evento entre os dias 11 e 13 de setembro. Nada mais prazeroso que poder voltar ao local onde tudo começou, com a colaboração e parceria da Diretoria – que, não por acaso, teve como representante Marcello Laranja, na primeira edição. Especialmente, no ano em que o Choro ingressa como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Modalidades de participação:


- Comunicações orais

- Ouvintes

- Oficinas

- Pôsteres

- Trabalhos audiovisuais


Datas importantes:

Chamada para trabalhos: 8 de abril a 14 de junho

Resultado da seleção: 24 de junho

Envio dos trabalhos completos: de 5 a 31 de agosto.

Data: 11 a 13 de setembro de 2024

Local: Museu do Café e Clube do Choro de Santos

Rua XV de novembro, 95 e 68, respectivamente - Centro

Maiores informações e inscrições na página: www.doity.com.br/20encontromusimid

Inscrições

Categorias

08/04 a 30/06

01/07 a 15/08

16/08 a 06/09

Membro do Clube do Choro/ estudante

isento

isento

isento

Estudante de graduação

R$ 40,00

R$ 60,00

R$ 80,00

Estudante de pós-graduação – mestrando e doutorando

R$ 80,00

R$ 120,00

R$ 160,00

Professores, pesquisadores e profissionais da área

R$ 150,00

R$ 225,00

R$ 300,00

Ouvintes

R$ 40,00

R$ 60,00

R$ 80,00


Fly me to the Moon!

From independents to algorithms.

20th. International Music and Media Meeting

Fly me to the Moon

Let me play among the stars!

Let me see what spring is like

On Jupiter and Mars...

These verses come from one of the best-known jazz standards of the early 1960s. Right before Neil Armstrong stepped on the moon in 1969, this song anticipated the event, quite fancifully... A rich millenarian symbolism has been developed about the moon, which seems to be present in many cultures. The ways of interpreting are linked to traditions and contexts. In a broad sense, the idea of "instability" seems to be constant, since a satellite is governed by cycles; at the same time, the same idea can point to renewal and change, because each phase can bring elements of novelty. Moon phases interfere with life cycles in the natural world, such as animal reproduction, as well as migration and hunting movements, which are also significantly related to the tidal cycles. Thus, despite the Moon being almost 400,000km away, it exerts a direct influence on Earth. And such influence is quite reciprocal, because their trajectories are not independent: after all, the Moon moves around Earth.

The moon is seen as the light that shines amid the darkness of the night. In some places, it is the only light available. Nocturnal animals appear, and very frequently bringing restlessness and gloomy images: elves, werewolves, and all sorts of frightening beings, as Erlkönig, (The king of the elves), from Goethe: "Who rides so late in the night and wind? It is the father, with his son. (...) /- My son, why do you hide your face in fear/- Don’t you see father, the King of Elves? The King of Elves, with crown and tail?" Schubert composed a gloomy Lied (1815) from the poem.

The romantic era transformed the night and the celestial phenomena in exacerbated ways. Beethoven’s piano Sonata Op. 27 is called Moonlight Sonata. Composed in the early nineteenth century, it is based on a sequence of arpeggios, producing a sensation of undulation; the tempo Adagio Sostenuto, the support in the catchphrases provides an "immersive" listening - using a well-known cliché. A century later, Debussy composed Clair de Lune (never translated...). Compound meters, also produce wave motions, which suggests the movement of the clouds and the moon themselves.

The phases and faces of the moon also incorporate opposite semantics: they are frightening, but at the same time, delight in romance between lovers. The popular songbooks have privileged the moon in its ranks in such an inexhaustible way. Cândido das Neves wrote the poem Noite cheia de estrelas (1931), which became famous in the voice of Vicente Celestino, the author of the song: "Moon, send your silver light/ Awaken my beloved/ I want to kill my desires/ Suffocate her with my kisses". In 1960 Celly Campello recorded Moon Bath, an adaptation of Tintarella di Luna, Mina’s hit (1959). The tinny dancing ballad that introduced a style known in Brazil as Twist, contrasts frontally with the song Lua lua lua, by Caetano Velloso (1975), with the guitar accompaniment in legato chords, a singing descending melody, and some pointillistic percuss sounds. And, getting closer to the concretists, we must remember Moon in the Water (1982), by Paulo Leminski.

The Brazilian songbook has also been (and still is nowadays) very influenced by an idealized moon. In Lua Branca, Chiquinha Gonzaga called to the moon to remove the crying from his eyes; Catulo da Paixão Cearense and João Pernambuco recalled with nostalgia the past in Luar do Sertão, while the Banda Calypso denounced in The moon betrayed me, that a "cursed eclipse" made the lovers' charm disappear.

We evoke the moon as our starting point for the 20th International Music and Media Meeting. Through its symbolic force, the moon lights bring to life many analogies. What about the lunatic? An adjective that refers to mentally unstable people, in their moods or attitudes, not infrequently pathologically. But the lunatic also lights the idea of an idealist, utopic.

*

* *

In 2005, the MusiMid Meetings began by accident. The first one, entitled The Multiple Voices of the City, brought together musicians, artists, music producers and researchers to discuss what was culturally happening in Santos. Twenty years on, it’s now time to reassess some important changes that have occurred. From cyberculture to the culture of networks, the establishment of media platforms, and especially through smartphones, an immediate consequence changed the creation and circulation of music, while the older ones would undergo a process of transposition.

From the so-called independent productions - as occurred with the album of Antônio Adolfo Feito em casa (Homemade, 1977) - to the creation and outsourcing of technical work through artificial intelligence we still need idealistic and brave people, able to elaborate strategic actions to move forward with their art. And such people are often called lunatic - pejoratively...

On the memorable album The Dark Side of the Moon, which was produced as an experimental work and soon became one of the greatest musical references in the 1970s, one can hear the following phrase (which, however, is not part of the lyrics of any of the songs), announcing that "There is no dark side of the moon, in reality, everything is dark. What matters is to see the sun". And, in a certain way, that’s the glimpse that gives meaning to the exploration spacial flights.

We prefer to connote lunatic as a free spirit - in the fearless sense; mixed with attitudes of boldness and risk. Here we quote names that made this connotation a routine. They are, to some extent, outsiders, out of the mainstream dictated by fads, the intelligentsia[MOU1] [kn2], and the entertainment industry, whether or not they succeeded in their endeavours.

We give special value to those who have launched themselves into the new: the new signs clash with other pre-existing conceptions, generating new semantic relationships. This is the case of Leon Theremin, the inventor of an early electrical instrument, precursor of electroacoustic music, which as a symbol of celestial beauty, came to connote the alien invader after being incorporated in the soundtracks of sci-fi movies. It is a relevant semantic deviation staring at the firmament and listening to Theremin, not as background music while contemplating the moon that overflows her poetry, but as an actual threat.

Our journey may include various inventions, performative actions, theoretical treatises on the subject and events occurring in the world. A landmark of possible ephemerid chronologically ordered, points out, for exemple the birth centenary of Luigi Nono - a composer sometimes seen as a satellite in the European avant-garde, but who exercised his influence in places as far as Latin America, and from where he drew inspiration for works such as Polyphonic-monody-rhythmic, from musical material provided by his friend, the Brazilian composer Eunice Katunda. Still, the emergence of electronic music (1949); the aesthetic and creative consequences after the creation of the Moog synthesizer (1964), especially its use in 1969 by Wendy Carlos in her version of Bach’s The well-tempered harpsichord. Led by novelty, it conquered a resounding success of audience and sales. In the same year, Serge Gainsbourg and Jane Birkin caused a stir with their Je t'aime... moi non plus. The Mutants release their eponymous album. As Neil Armstrong lands on the moon

In 1974, experimental albums such as Lóki appeared, by Arnaldo Baptista, with arrangements by Rogério Duprat; as well the group A Barca do Sol launched its homonymous longplay. Gilberto Mendes "composes" Opera aberta (Open opera)-, a leaflet- in response to the work of Umberto Eco (1962), released in Brazil in 1968. Roger Waters' The Wall would be released in 1979.

It is useless trying to present so many cases of "lunatics", that eventually subverted the quietness of the daily life truism, to fill the timeline to the present. One must highlight that at the end of the twentieth century, both creation, production and musical circulation gave way to automation. Algorithms generated by computers began to take on, not only the composers, musicians, and producers’ usual tasks but also those issues related to copyright. Now the "lunatics" face really hard challenges.

The 20th International Music and Media Meeting invite all those interested to participate in its activities. Among the topics to be addressed, we highlight the following thematic branches:

1-Moonlight Serenade... The inventions related to the technologies of sound and image and empire of record labels and the diffusion of "mass culture". The emergence of "independent" stamps as an aesthetic counterpart. This branch intends to address the aesthetic currents in opposition to the establishment: aesthetic proposals; sounds of language; successes and failures; new forms of communication and poetics,

2- Tintarella di Luna! How viable is the circulation of artistic creations that do not meet the standards of the record labels and institutions that control and regulate such productions? What kind of changes/ interferences can occur after the deployment of artificial intelligence technologies? What kind of roles does the receiver/ listener/ consumer of such products assume, given this new scenario?

3- Did the moon go around? Musical creation as business and enterprise: Who are the actors of the music world in times of talking platforms, robots (Lamda), dialogues (ChatGPT) and musicians (Anthem Score and NeuralNote)? How do producers deal with this new reality? (In all different aspects)

*

* *

To discuss these themes and their developments, MusiMid invited experts in the interdisciplinary fields of music, both in the academic, artistic, and professional fields. The event will be held in person at the premises of Clube do Choro de Santos. Subsequently, the plenary sessions of this 20th Meeting will be recorded and stored in the MusiMid YouTube Channel,

The schedule will contemplate three round tables, besides lectures, and workshops, with the participation of national and foreign guests, from 10 am to 7:30 pm. The mornings will be reserved for selected researchers (after the submission of work proposals, evaluated by a scientific committee) to deliver their presentations. Accepted proposals will be also published in the annals, duly indexed by the National Library.

Our host will be the Clube do Choro of Santos and the Museu do Café, both situated in Santos Old Town (SP), which will host the event on 11 and 13 September. Nothing is more enjoyable than returning to the place where it all began, in collaboration and partnership with the Board - which, not by chance, was represented by Marcello Laranja, in its first edition. Especially this year when the Choro has been declared an Intangible Cultural Heritage of Brazil.

Modalities of participation:

- Oral communications

- Listeners

- Workshops

- Posters

- Audiovisual works

- Artistic performances


Deadlines:

Call for papers: April 8 to June 14

Selection result: 24 June

Submission of full papers: from 5 to 31 August.

Date: September 11-13, 2024

Local: Clube do Choro de Santos

Rua XV de novembro, 68 – Centro, Santos (SP).

Further information and inscriptions on the page: www.doity.com.br/20encontromusimid

Inscriptions

Categories

08/04 - 30/06

01/07 - 15/08

16/08 - 06/09

Clube do Choro member/ studant

Isento

Isento

isento

Graduate students

R$ 40,00

R$ 60,00

R$ 80,00

Master and doctoral students

R$ 80,00

R$ 120,00

R$ 160,00

Teachers, researchers, professionals

R$ 150,00

R$ 225,00

R$ 300,00

Listeners

R$ 40,00

R$ 60,00

R$ 80,00

Note: The inscription fee is mandatory in all kinds of participation.

Palestrantes

  • Heloísa de Araújo Duarte Valente
  • Cibele Palopoli
  • Marcello Gabbay
  • Antonio Rago Filho
  • Herom Vargas
  • Darío Tejeda
  • Rodolfo Coelho de Souza
  • Cássio Laranja
  • Paulo Cesar Baptista
  • Déa E. Berttran
  • Leonardo de Marchi
  • Yuri Behr
  • Sandro Figueredo
  • Zé Renato Rodrigues
  • Gil Nuno Vaz
  • Paola Picherzky
  • Flavia Prando
  • José de Almeida Amaral Júnior
  • Marcos Julio Sergl
  • Eugênio Martins Júnior
  • Juliano de Oliveira
  • Marcia Tosta Dias
  • Laert Sarrumor
  • Mauricio Ribeiro da Silva
  • Raphael Fernandes Lopes Farias

Programação

10h00 Sessão de abertura e boas-vindas Abertura
Sessão de abertura e boas-vindas
Local: auditório

Sessão de abertura e boas-vindas ao 20º Encontro MusiMid, com a participação de:

Heloísa de A. D. Valente (Coordenadora do MusiMid)

Cibele Palopoli (Clube do Choro),

Mauricio Ribeiro da Silva (Coordenador PPGCOM- UNIP)

10h30 - Leonardo de Marchi Palestra de abertura: A indústria fonográfica digital e a produção independente: características e desafios. Palestra
Palestra de abertura: A indústria fonográfica digital e a produção independente: características e desafios.
Local: auditório

A palestra apresentará uma visão panorâmica da indústria da música na era das plataformas digitais, enfatizando sua lógica de funcionamento, sua ideologia e seu modelo de negócio tendo em vista suas consequências para o setor produtivo independente de música. Se este tem se colocado como vetor decisivo para a economia do streaming – por sua capacidade de produção intensiva em larga escala de conteúdos digitais e baixo custo de transação – ele se mostra o mais vulnerável da economia da música digital, com baixa remuneração econômica, crescente exigência de produtividade, dificuldades para se adequar à lógica algorítmica dos serviços de streaming e ainda sendo o mercado de mão de obra mais ameaçado pela emergente Inteligência Artificial generativa. Assim, o argumento apresentado buscará discutir o papel da produção independente na economia do streaming, apontar seus principais desafios e discutir como políticas culturais podem ajudar o setor a resistir às exigências do mercado de música digital.

14h00 - Gil Nuno Vaz, Laert Sarrumor, Marcia Tosta Dias, Rodolfo Coelho de Souza Mesa-redonda 1: Moonlight serenade: independentes, inovadores, “ocultos”. Mesa-redonda
Mesa-redonda 1: Moonlight serenade: independentes, inovadores, “ocultos”.
Local: auditório

Coordenação: Paulo Baptista

Gil Nuno Vaz

Márcia Tosta Dias

Rodolfo Coelho de Souza

Laert Sarrumor

Kezo Rodrigues

16h30 - Mauricio Ribeiro da Silva Paisagens urbanas, paisagens sonoras: cultura, identidade e produção musical em contexto de plataformização Palestra
Paisagens urbanas, paisagens sonoras: cultura, identidade e produção musical em contexto de plataformização
Local: auditório

Por Mauricio Ribeiro da Silva

Apresentação: Roberto Bispo

Cidades podem ser entendidas como um produto da cultura, organizando espacialmente as crenças, rituais, processos econômicos, sociais, políticos e outros. No campo da arquitetura e do urbanismo, frequentemente compreende-se a cidade a partir do conjunto de espaços vazios e ocupados sob os quais estrutura-se a vida de seus habitantes; como o fluxo de pessoas, bens, mercadorias e informações que circulam entre estes espaços; como um jogo de forças que, a partir do exercício do poder, aproxima ou repele grupos de pessoas. Tomando-se a perspectiva cultura, a cidade pode ser vista como algo muito maior, que vai além das perspectivas e visualidades possibilitadas por prédios e praças: trata-se de um conjunto de crenças, saberes e fazeres capazes de constituir identidades únicas que ao mesmo tempo estão inseridas em um contexto mais amplo, regional, nacional, mundial.

Assim, cada cidade, por mais que esteja inserida em um determinado contexto econômico, político, estético mais amplo, constitui em si uma identidade própria, singular, que a diferencia de outras cidades. Nesta perspectiva, uma cidade pode ser entendida como um ser ao mesmo tempo único e coletivo, capaz de produzir imagens, sons ou narrativas próprias, que jamais poderiam ocorrer em outros arranjos urbanos. Neste contexto, a paisagem sonora de uma determinada cidade pode ser compreendida como parte, reflexo, da própria paisagem urbana.

Nesta oportunidade, temos como objetivo problematizar os possíveis impactos do processo de plataformização da produção musical a partir da perspectiva de identidade urbana, buscando discutir o papel do streaming, dos algoritmos e – mais recentemente – do fenômeno da inteligência artificial no contexto da urbanidade.

18h00 - Zé Renato Rodrigues Homenagens Homenagem
Local: Clube do Choro

Tributo a Nancy Alves, Philip Tagg e Achille Picchi

Coordenação: Zé Renato Rodrigues

18h30 - Raphael Fernandes Lopes Farias Lançamentos Lançamento de Livro
Lançamentos
Local: Clube do Choro

Lançamento de obras de participantes do MusiMid e convidados:

A paixão pela dança: música e dança no Caribe. Darío Tejeda. Atlantis, INEC

Do choro ao jazz. Eugênio Martins Jr. Mannish Boy, 2024.

'Sous le ciel de Paris": a canção francesa, no Brasil. Heloísa de A. Duarte Valente e Raphael F. Lopes Farias (orgs.). Belo Horizonte: Selo UFMG

10h00 - Marcos Julio Sergl Sessão temática 1 Apresentação de Trabalhos
Local: auditório

Coordenação: Zé Renato Rodrigues

Escucha musical y autoritarismo: ¿cómo los poderes mediáticos de las dictaduras crean audiencias autoritarias?

Darío Tejeda

¿Qué son las audiencias autoritarias? ¿De qué manera la música se conecta con las ideas de “orden”, “progreso”, “trabajo”, “seguridad”, “modernización”, “civilización” y otras pregonadas por las dictaduras? ¿De qué modo los dispositivos mediáticos de circulación de música logran seducir a segmentos de “escuchas” a favor de las prácticas y discursos autoritarios? El objetivo de la disertación es discutir la relación entre música, medios y poder político en contextos autoritarios, mostrar hallazgos de mi estudio de caso sobre durante la dictadura de Rafael Leónidas Trujillo en República Dominicana. La metodología que usaré será una disertación ilustrada con imágenes y con ejemplos musicales. Los resultados esperados son: iluminar estudios similares en otros países acerca de cómo las tecnologías de circulación musical pueden ayudar al fortalecimiento de los poderes políticos autoritarios, y contribuir a comprender la vigencia actual de muchas ideas y conductas que auscultan regímenes dictatoriales.

Palavras-chave: música y dictadura, audiencias, autoritarismo, medios de comunicación


Manifesto: diáspora, identidade e expressão decolonial no audiovisual do rap no Youtube

Luiz Eduardo Neves da Silveira

O videoclipe "Manifesto", lançado em setembro de 2022 pelo rapper Wagner Ivor, conhecido como W.I., conta com a participação de Vitor Gabriel, ou V.G., e beat criado por Lemiske. O problema central neste contexto é a marginalização e a representação inadequada do hip-hop, especialmente do rap, na produção audiovisual do interior do Espírito Santo, inserida na ecologia da rede mundial de computadores.

O objetivo principal deste texto é analisar o impacto e a representação do hip-hop, em particular do rap, como forma de expressão artística e de protesto inserido na produção audiovisual do interior capixaba. O objetivo secundário é explorar as interações entre a cultura hip-hop e as teorias anti-racistas como um meio eficaz de compreender e desafiar as dinâmicas de poder, racismo e resistência cultural presentes nessas expressões artísticas no ambiente das redes sociais.

O artigo emprega uma metodologia interdisciplinar, combinando análise cultural, crítica social e teoria racial, para examinar as interseções entre arte, identidade e resistência nas expressões audiovisuais do hip-hop, consistindo em uma abordagem crítica e reflexiva, utilizando como base a análise de conteúdos culturais e artísticos. O objeto em questão serve como um estudo de caso para explorar a representação da cultura hip-hop e as temáticas de racismo e resistência.

A escolha da bibliografia no estudo estabelece um paralelo com a viagem temporal apresentada em "Manifesto". Assim como o clipe transita entre cenas históricas da época da senzala e as realidades violentas do ambiente urbano contemporâneo, a bibliografia anti-racista e decolonial segue uma linha temporal semelhante. Inicia com W.E.B. Du Bois, um dos precursores no estudo das relações raciais e da consciência negra, passando por Frantz Fanon, cujas obras abordam o impacto do colonialismo e a psicologia da opressão racial, até chegar a Grada Kilomba, que traz uma perspectiva contemporânea sobre o racismo e a identidade negra.

Referências

DU BOIS, W. E. B. “The souls of white folks” from From W.E.B. Du Bois: Writings (Library of America, 1987).

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

KILOMBA, G. Memórias da Plantação. Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.


AMOR E AFRO-RELIGIOSIDADE EM 'BALAIO DE AMOR' DE BIA DOXUM

Anna Victória Barbosa

  1. Justificativa

O artigo "Amor e Afro-Religiosidade em 'Balaio de Amor' de Bia Doxum" propõe uma investigação das expressões da música negra contemporânea, com foco na afro-religiosidade, como formas de resistência diante da crescente intolerância e racismo religioso no Brasil. A escolha do videoclipe "Balaio de Amor" como objeto de estudo se deve à sua relevância como exemplo dessa resistência, ao retratar o amor entre duas pessoas negras afro-religiosas em meio a esse contexto.

  1. Objetivos

O objetivo principal é analisar como o videoclipe "Balaio de Amor", de BIA DOXUM como resistência por meio da representação do amor entre pessoas negras afro-religiosas. Para isso, busca-se contextualizar historicamente a perseguição e criminalização das práticas religiosas afro-brasileiras, analisar a estética e os elementos afro-religiosos presentes no videoclipe, e discutir a importância da afro-religiosidade como fonte de resistência e cura.

  1. Metodologia

O artigo utilizará uma abordagem interdisciplinar, percorrendo os campos dos estudos culturais e da perspectiva amorosa de bell hooks para embasar a análise do videoclipe, além de autores do próprio campo da música (JANOTTI JUNIOR; SOARES) e do cinema (VANOYE, GOLIOT-LÉTÉ). Será realizada uma análise da canção e do videoclipe "Balaio de Amor", identificando e interpretando os símbolos e rituais afro-religiosos presentes na obra.

  1. Resultados

Os resultados esperados incluem a identificação e análise dos elementos afro-religiosos presentes no videoclipe "Balaio de Amor", destacando sua importância na narrativa visual e musical da obra. Espera-se também evidenciar como o videoclipe ressoa como uma expressão artística de resistência e celebração do amor negro afro-religioso. Por fim, os resultados destacarão a necessidade de superar estigmas eurocêntricos e valorizar uma abordagem afrocentrada na arte contemporânea, especialmente na música negra brasileira.

  1. Referências

JANOTTI JÚNIOR, J., & SOARES, T. (2008). O videoclipe como extensão da canção: apontamentos para análise. Revista Galáxia, (15), 91-108.

hooks, B. (2021). Tudo sobre o amor: Novas perspectivas. São Paulo: Elefante.

MARTIN, M. (1990). A Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Ed. Brasiliense.

NOGUEIRA, S. (2020). Intolerância religiosa. São Paulo: Pólen. (Coleção Feminismos Plurais).

SOARES, T. (2009). A construção imagética dos videoclipes: canção, gêneros e performance na análise de audiovisuais (Tese de doutorado). Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Universidade Federal da Bahia (UFBA).

VANOYE, F., & GOLIOT-LÉTÉ, A. (2008). Ensaio sobre a análise fílmica. São Paulo: Papirus.

WILLIAM, R. (2019). Apropriação cultural. São Paulo, SP: Pólen. (Coleção Feminismos Plurais).

Palavras-chave: videoclipe, resistência, amor, música popular


Sobre viver: como as letras de criolo refletem e refratam o adoecimento mental em meio ao contexto neoliberal

Marco Resende Rapeli

A arte, em suas mais variadas formas e expressões, atua como um reflexo das realidades sociais, emocionais e políticas de uma época, de um lugar e de um contexto social. Dentro desse cenário, a música se destaca por sua capacidade de capturar e comunicar as vivências humanas de maneira profunda, e os compositores, ao traduzirem suas experiências e observações nas letras das músicas, podem oferecer um retrato visceral e bastante vinculado às dinâmicas coletivas e individuais que as culturas e as sociedades estão imersas. Por isso, o rap, como a música de Criolo, emerge não apenas como entretenimento, e sim como uma também forma de resistência e narrativa de luta. As letras de suas músicas, compostas com referências à realidade, à luta e à resistência das comunidades marginalizadas - porém coletivizadas - oferecem uma importante janela para compreender como o adoecimento mental e emocional se manifesta e é enfrentado nas periferias urbanas. Como contexto da pesquisa, o artigo parte da problemática a respeito de como a coletivização das experiências de sofrimento e resistência nas periferias urbanas pode oferecer novas formas de entender e enfrentar os desafios da saúde mental. Para isso, faz um breve resumo do cenário do adoecimento e do tratamento mental no Brasil, explorando como a agenda neoliberal promove uma abordagem individualista e recusa a mediação política nos debates, conforme discutido por Richard Miskolci e, através da lente de Mark Fisher como objeto teórico, é destacado que o realismo capitalista trata as doenças mentais como inevitáveis e despolitizadas, ignorando suas raízes socioeconômicas. O artigo, por isso, avança para a noção de que essa perspectiva desloca os debates de saúde mental do coletivo para o privado, dificultando a mobilização social, mas que, ao utilizar a música como objeto empírico e texto cultural, é possível compreender sua capacidade de refletir e refratar essa condição e, portanto, sua capacidade de atuar tanto como um pulso cultural e social para o sofrimento da população marginalizada, quanto como uma ferramenta de superação e sublimação, seguindo a ideia bakhtiniana da linguagem como instrumento interindividual fundamental para a resistência contra o establishment social e político que causa desdobramentos preocupantes na saúde mental da sociedade.

Palavras-chave: Música, poética, resistência, coletivização, estudos culturais, saúde mental


14h00 - Cássio Laranja, Darío Tejeda, Déa E. Berttran, Marcello Gabbay, Yuri Behr Mesa-redonda 2: Banho de lua: Circulação, indústria fonográfica e inteligência artificial Mesa-redonda
Mesa-redonda 2: Banho de lua: Circulação, indústria fonográfica e inteligência artificial
Local: auditório

Coordenação: Yuri Behr Kimizuka

Darío Tejeda

Marcello Gabbay

Cássio Laranja

Yúri Behr

16h30 - Heloísa de Araújo Duarte Valente Sessão MusiMid -20 anos de atividades Keynote
Sessão MusiMid -20 anos de atividades
Local: auditório

A coordenadora do MusiMid, Heloísa de A. Duarte Valente apresenta os trabalhos concluídos e em andamento entre 2023 e 2024. Destaque para o projeto "Sous le ciel de Paris": a presença da canção francesa no Brasil e a Revista Brasileira de Estudos em Música e Mídia;

18h00 - Paulo Cesar Baptista, Zé Renato Rodrigues Oficina: Chorando com metais Oficina
Oficina: Chorando com metais
Local: Museu do Café

Embora não muito comum no gênero Choro, a presença dos instrumentos do naipe de metais é muito bem-vinda – o que será apreciado nesta Oficina. A proposta da oficina é oferecer aos participantes a possibilidade de conhecer técnicas e estilos musicais particulares ao gênero. Para os músicos, a oportunidade de explorar seus instrumentos, num contato prazeroso que esses encontros musicais oferecem.

Esta oficina inicia-se com uma breve síntese histórica sobre o Trompete para, em seguida, conhecer como se dá sua inserção neste gênero em seus diversos estilos, considerando suas possibilidades técnicas e estéticas. Tomando como eixo condutor o ritmo, experimentam-se as diversas nuances que surgem com modificações no fraseado, articulação, dinâmica e outros. Na parte final desta Oficina, os músicos presentes estão convidados a tocar em conjunto. Como convidado especial, participa, compartilhando o palco e as ideias sobre o choro, Zé Renato Rodrigues.

19h30 Roda de choro Apresentação Artística
Roda de choro
Local: Clube do Choro

Cibele Palopoli, do Clube do Choro, apresenta e conduz a roda. Com a participação dos alunos e mestres do Clube do Choro.

10h00 - Sandro Figueredo sessão temática 2 Apresentação de Trabalhos
Local: auditório

FRANCISCO ALVES NO PALCO (1920 – 1932) DO PÉ DE UM ANJO À VOZ DOS VIOLÕES

Evaldo Piccino

Este trabalho trata da atuação do cantor carioca Francisco Alves entre 1920 e 1932, período que marcou sua consagração como intérprete. Procura mapear através de sua carreira, a trajetória no teatro de revista enquanto seu mediador, comparando-o com o disco como meios de circulação e fixação das músicas gravadas e interpretadas por Alves.

Foi embasado em uma pesquisa feita para elaboração de tese defendida na ECA/USP nos arquivos da Empresa Paschoal Segreto e Casa Edison e periódicos da época, onde foi feito um levantamento das peças de teatro de revista em que atuou recuperando trechos e falas dos personagens que representou entre 1920 e 1926, período que atuou como ator secundário no Teatro São José e gravou sem sucesso alguns discos nas gravadoras Popular e Casa Edison. A maneira como as canções interpretadas circularam nas festas populares e no teatro de revista foi abordada assim como uma comparação dos modos de produção do teatro e da indústria fonográfica.

Um segundo período entre 1927 e 1932 marca uma inversão quantitativa na produção de peças de teatro e de discos na trajetória de Francisco Alves, quando foi consolidada sua consagração. Foi enfocada a maneira como as músicas gravadas por ele passaram a se redimensionar nos palcos e ele a se definir como cantor e conquistar um espaço nos palcos fora do teatro, se articulando com a gravadora, compositores e outros cantores através de seu posicionamento enquanto agente nas diferentes instâncias de mediação. Neste período a ascensão de Francisco Alves coincidiu com a de vários gêneros musicais urbanos e o trabalho apontará possíveis caminhos deles para o disco e o teatro e entre um e outro meio.

Evaldo Piccino

Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo

Mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas

Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

evaldopshell@gmail.com

Palavras-chave: Francisco Alves, Música Popular, Teatro de Revista, Indústria Fonográfica, Anos 20 e 30


A ópera como arte analógica por excelência e a recepção da produção do Teatro Municipal paulistano de Carmen, de Bizet, em 2024. Ainda existe lugar para a crítica?

Rodrigo Vicente Rodrigues

Com a presença da Inteligência Artificial em vários confins da vida social, numa dinamização e facilidade de produção de conteúdo nunca antes vistas, atividades artísticas “analógicas” podem ser tomadas como superadas. Contudo, em determinados rincões artísticos há um fato surpreendente: a manutenção e/ou mesmo aumento da fruição/produção analógicas.

Como exemplo, temos o crescimento do número de museus ao redor do mundo e a manutenção de modi operandi baseados na tradição, como ocorre no Louvre, instituição no qual o número de visitantes elevadíssimo é um problema a ser gerido. Da mesma maneira, a ópera continua sendo uma arte analógica e, salvo em situações de espaços abertos, como a Arena de Verona, ainda é fiel ao modo de cantar sem amplificação eletrônica, como concebido séculos atrás.

Para os amantes dessa arte a alusão à Lua na chamada do 20° Encontro Musimid só pode evocar Casta Diva, ária cantada a ela e ponto alto de Norma, trabalho longevo nas grandes casas da lírica do mundo. Assim, pensando na perenidade de certas óperas na atualidade, a presente proposta visa analisar a produção de Carmen, feita pelo Theatro Municipal em 2024, a partir de sua repercussão na mídia, observando qual o papel possível da crítica no século XXI em se tratando de uma arte secular num mundo completamente outro, mesmo quando se pensa no período áureo de Callas, não muito distante temporalmente.

Observou-se uma tendência a falar de cenário e figurino, em detrimento de aspectos próprios à ópera, como as vozes, o coro ou a orquestração. Isso demonstraria que as mídias de massa não podem falar mais desses aspectos “menos palpáveis” a um público não especializado, por isso foca a parte mais visual do espetáculo? A esse tipo de pergunta a presente comunicação se dedica, trazendo dados de periódicos juntamente à reflexão sobre a história da ópera e da crítica de arte.

ABBATE; PARKER. Uma História da Ópera. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

BURROWS. Guia Zahar Música Clássica. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

CASOY, Sergio. Ópera e Outros Cantares. São Paulo: Perspectiva, 2006.

CASOY, Sergio. Ópera em São Paulo: São Paulo: Edusp, 2006.

RIDING; DUNTON-DOWNER. Guia Zahar de Ópera. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

Palavras-chave: Carmen, Crítica de Arte, Artes Analógicas, Ópera na atualidade.


Schoenberg (1874 - 1951), a música eletrônica e Tagg (1944 - 2024): a confluência dos astros pode ajudar a promover um diálogo entre “lunáticos”?

Juliano de Oliveira

A instigante chamada do 20º Encontro Internacional de Música e Mídia, que se propõe a explorar as dimensões simbólicas e imaginárias associadas à Lua, emprestando suas nuances semânticas para os âmbitos dos algorítmos e da mídia independente, nos inspirou a promover um diálogo entre três personalidades referenciais do universo musical, aparentemente desconectadas entre si. Motivados por essa proposta, nossa conexão inicial se deu através de um fato curioso e circunstancial: partimos de uma efeméride, pois as três personalidades nasceram em datas que, neste ano de 2024, completam décadas “redondas”. Celebramos, portanto, os 150 anos do nascimento de Arnold Schoenberg, os 90 anos do nascimento de Robert Moog e os 80 anos do nascimento de Philip Tagg; certamente três “lunáticos”, na melhor acepção da palavra, uma vez que cada um, à sua maneira, propôs alternativas originais e criativas para os desafios de suas épocas, de modo que as consequências de seus trabalhos ainda ecoam no início do século XXI.

Nossa proposta visa, ao fim e ao cabo, compreender como o atonalismo e a música eletrônica se associaram ao inóspito plano lunar e interplanetário por meio da música em contexto multimídia, considerando o imaginário do século XX. Para tanto, partiremos da relação entre texto e música presente no último movimento do Quarteto de Cordas Op. 10, nº 2, de Schoenberg, composto entre 1907 e 1908, que prenuncia o atonalismo. Em seguida, considerando o advento de instrumentos eletrônicos como o Hammond, o Theremin e o sintetizador, investigaremos o uso que compositores de música de cinema fizeram da atonalidade e da música eletrônica em narrativas audiovisuais de exploração espacial. Para tanto, recorrendo ao arcabouço teórico proposto por Tagg para fundamentar nossas análises.

OLIVEIRA, Juliano. A significação na música de cinema. São Paulo: Paco Editorial, 2018.

TAGG, Philip; CLARIDA, Bob. Ten Little Title Tunes. (1ª ed.). New York e Montreal: The Mass Media Music Scholars’ Press, 2003.

______. Music’s Meanings: a modern musicology for non?musos. New York & Huddersfield: The Mass Media Music Scholars’ Press, 2012.

Palavras-chave: Palavras-chave: Atonalismo; Música Eletrônica; Significação Musical; Música de Cinema; Philip Tagg.

Juliano de Oliveira é Doutor em Teoria e Análise musical pela ECA/USP, tendo sua tese indicada ao prêmio USP e Prêmio Capes de Tese em 2018. É autor do livro "A Significação na Música de Cinema", lançado em 2018 pela Paco Editorial. É integrante do Centro de Estudos em Música e Mídia (MusiMid) desde 2011. Atualmente, atua como professor da Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR.


Un panorama de la industria discográfica a principios del nuevo milenio: consortium, monopolio y homogeneidad cultural

Guido Agustín Saá

A criação de ídolos infantis e juvenis não é um fenómeno exclusivo do novo milénio. Na indústria da música poderíamos dizer que desde os anos cinquenta tem sido a regra: a promoção de grupos e solistas de rock 'n roll (Elvis Presley, The Beach Boys, The Beatles), bubblegum pop (The Archies, Ohio Express), a “nova onda” do twist (Celentano, Rita Pavone) e os grupos infantis (Menudo, Uff!) são alguns exemplos. São sem dúvida fortes apostas da indústria fonográfica, que realiza um minucioso processo de seleção e formação, para garantir que as suas estrelas tenham uma personalidade avassaladora em palco, grande visibilidade mediática, uma abertura constante à vida privada e diversas e numerosas capacidades artísticas. . Mas há algo que caracteriza a música do novo milénio: o seu altíssimo impacto e a sua enorme rentabilidade. Isso só poderia acontecer com tanta intensidade e sucesso graças a inúmeras políticas culturais típicas do mundo neoliberal e à desregulamentação da mídia: Britney Spears, Backstreet Boys, Beyoncé e Christina Aguilera, para citar alguns, são epifenômenos de um vertiginoso processo de concentração e cartelização da mídia . sem precedentes, começando no início da década de 1990 e continuando até hoje. Em nosso trabalho, estamos interessados ??em analisar o processo de quase vinte anos que vai de 1995 a 2010 na indústria fonográfica, explicando como os seis grandes acabaram sendo os três grandes.

Para compreender este fenômeno trabalhamos com a economia política, especificamente com as contribuições de Zallo (1988 y 2001), Van Cuilenburg/Dennis McQuail (2003), Negus (1992) e Martel (2010 [2014]) que conheceram descrever a enorme indústria musical desta disciplina. Entretanto, Aguiar/Waldfogel (2016), Waldfogel (2017), Essling e outros (2017) e Montoro Pons/Cuadrado García (2017), servirão para compreender os processos de produção e distribuição de música na era digital emergente. Por fim, Jack Banks (1996) e a sua denúncia sobre a cartelização de conteúdos no canal MTV irá ajudar-nos a relacionar os fenómenos da indústria musical na sua sinergia com as empresas de telecomunicações (Rádio e TV). Utilizaremos as definições de concentração propostas por Labate, Lozano e outros (2013) e convergência (Becerra, 2011), bem como a definição de popstar que construiremos com a introdução ao livro de Loy, Rickwood e Bennett (2018). Para a indústria fonográfica, as contribuições de Albornoz (2011), Wong Chi Chung (2011), Buda (2012) e novamente Martel (2010 [2014]) servirão para compreender como o fenômeno de concentração, produção e difusão neste setor produtivo filial.

Palavras-chave: Um panorama da indústria fonográfica no início do novo milenio: consortium, monopólio e homogeneidade cultural


DA SELVA DE PEDRA AO SERTÃO... ABRINDO VEREDAS PARA BRILHAR Um Estudo sobre Cantores que optaram pelo Gênero Musical Sertanejo

ZÉ RENATO: Forasteiro Cantadô, Profª Drª Heloísa Duarte Valente

Este trabalho tem o objetivo de investigar cantores que optaram pelo gênero musical sertanejo, tendo como pilares da pesquisa um cantor solo e uma dupla sertaneja. Eles: “O cantor solo Sérgio Reis e a dupla formada pelos irmãos Chrystian e Ralf”. Esses cantores – aqui tratados como exploradores do gênero musical sertanejo para conquistar o sucesso, apropriaram-se de performance a partir das vestimentas, letras e ritmos musicais da vida roceira. O que nada correspondia com seu estilo musical anteriormente à migração ao estilo de música do homem do sertão. Em virtude da caça ao pináculo do sucesso esses artistas transladam-se da arte musical representativa da sociedade urbana para a cultura sertaneja.

No entanto, em nosso campo de pesquisa encontramos inumeráveis artistas que tentaram obter brilhantura cantando a música de raiz. Citamos alguns: “A apresentadora Hebe Camargo, que forma uma dupla sertaneja com sua irmã, Rosalinda e Florisbela, Sula Miranda, que antes do sertanejo era integrante do grupo As Milindrosas, Michel Teló, do grupo Tradição migra para o sertanejo, a dupla sertaneja Simone e Simária, que cantavam forró, o apresentador Gugu Liberato, o sambista Jair Rodrigues, o jogador de futebol e médico, Sócrates e até os religiosos - padre Alessandro Campos, o pastor Valdemiro Santiago, as duplas sertanejas evangélicas – Daniel e Samuel, que brilham nos palcos das igrejas com o álbum intitulado ‘E a Viola pra Jesus’. E a dupla Nando e Matheus que gravaram a música - O Menino de Pés Descalços. Na qual a letra biográfica resume a história de vida do pastor Valdemiro”. Alguns desses citados utilizaram de abundantes backs vocais para emitir um realce na gravação, uma vez que, nem com os recursos técnicos que hoje o mercado fonográfico dispõe-se, não há como afinar a voz com défice melódico.

REFERÊNCIAS:

ALONSO, Gustavo. Cowboys do asfalto: Música sertaneja e modernização brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

ANTUNES, Edvan. De Caipira a Universitário: a História do Sucesso da Música Sertaneja. São Paulo: Matrix, 2012.

BAITELLO JR, Norval. A era da iconofagia: Ensaios de comunicação e cultura (The era of iconophagia: Essays on communication and culture) . São Paulo: Hacker Editores, 2005

CARVALHO, Murilo. Sérgio Reis: uma vida, um talento: Rio de Janeiro – RJ: Tinta Negra Bazar Editorial, 2018.

XEXÉO, Artur. HEBE: a biografia: Rio de Janeiro - RJ: BestSeller, 2017.

ZUMTHOR, Paul. Introduction à la poésie orale (Introdution to oral poetry). Paris: Seuil, 1983.

Palavras-chave: Cantores sertanejos; cultura midiática; música sertaneja 1970; indústria fonográfica; audiovisual.

14h00 - Cássio Laranja, Déa E. Berttran, Eugênio Martins Júnior, Herom Vargas, Juliano de Oliveira Mesa-redonda 3: A lua girou? A música como negócio e empreendimento Mesa-redonda
Mesa-redonda 3: A lua girou? A música como negócio e empreendimento
Local: auditório

Coordenação: Juliano de Oliveira

Déa Berttran

Herom Vargas

Eugênio Martins

Juliano de Oliveira

16h30 - Antonio Rago Filho, José de Almeida Amaral Júnior Debate: Choro patrimônio nacional Debate
Debate: Choro patrimônio nacional
Local: auditório

Coordenação: Cibele Palopoli

José de Almeida Amaral Jr. e Antonio Rago

17h30 - Flavia Prando, Paola Picherzky Recital de encerramento Apresentação Artística
Recital de encerramento
Local: Museu do Café - Salão do Pregão (logo na entrada)

Paola Picherzky (violão 7 cordas) e Flavia Prando (violão 6) apresentam peças, solo e em duo, de autores brasileiros como João Pernambuco e Dilermando Reis, além de executar peças de compositores paulistanos como Antonio Rago, Armando Neves, Antonio Giacomino, João Avelino de Camargo e Theotonio Correa.

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Local

Museu do Café e Clube do Choro de Santos, 11010-150, Rua Quinze de Novembro, 95 e 68, respectivamente, Centro, Santos, São Paulo
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Apoio

Organizador

Centro de Estudos em Música e Mídia - MusiMid

Coordenação geral e curadoria/ General coordination:

Heloísa de A. Duarte Valente
Fernando de Oliveira Magre
Sandro Figueredo
Raphael F. Lopes Farias

Comitê científico/ Scientific committee:

Cibele Palopoli
Juliano de Oliveira
Yuri Behr

Executive and board committee:

Kezo Rodrigues
Isabel Cristina A. Rodrigues
Paula Garcia
Rodrigo Vicente Rodrigues
Rosineia Santos
Zé Renato Rodrigues

Webdesigner:

Roberto Bispo dos Santos