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Os protocolos de tratamento são instrumentos desenvolvidos para auxiliar os profissionais da área de saúde na tomada de decisões — sejam elas simples ou complexas — que exijam paradigmas clínicos e subsídios teóricos realmente confiáveis. Eles são elaborados por meio de um amplo estudo sistemático das evidências científicas, envolvendo pesquisadores, professores e demais especialistas, a fim de trazer resultados consensuais, dando maior rapidez, eficácia e segurança à assistência. Mas, como ferramentas de apoio, os protocolos não podem restringir a liberdade prescritiva do profissional uma vez que o paciente pode apresentar peculiaridades que não tenham sido previstas nos protocolos clínicos.
Especificamente em relação ao do Transtorno do Espectro Autista (TEA), serão abordados os protocolos abaixo relacionados:
• AACAP Official Action - “Parâmetros práticos para avaliação e tratamento de crianças e adolescentes com TEA” (www.jaacap.com)
• Nice - National Institute of Health and Care Excellence – UK (www.nice.org.uk)
• Instituto Pensi – Autismo e Realidade (www.autismo.institutopensi.org.br)
Todos deixam claro que, por se tratar de um quadro muito heterogêneo, os cuidados de um indivíduo em particular precisam ser traçados pelo julgamento clínico e baseados em todas as características dessa criança, de sua família e dos meios diagnósticos e terapêuticos disponíveis. Além disso, muitas evidências científicas propostas ainda precisam ser melhor comprovadas, em especial em relação a sua eficácia e segurança.
Os protocolos consultados recomendam que o médico deve ajudar a família a obter intervenção comportamental e educação estruturada apropriadas e baseadas em evidências científicas, com equipe multiprofissional, mantendo um papel ativo no planejamento terapêutico e no suporte à família a longo prazo. Entretanto a literatura científica nessa área é de qualidade variada (dificuldade na randomização dos grupos, pouca caracterização das amostras, falta de documentação da generalização dos efeitos e adesão ao tratamento) e várias
abordagens terapêuticas “amplas” também mostram eficácia para grupos específicos de crianças.
Em relação ao tratamento medicamentoso, não se recomenda o uso rotineiro de qualquer fármaco para os sintomas nucleares do TEA. Entretanto, em algumas crianças pode ser necessário uso de medicações para sintomas problemas ou comorbidades, como distúrbio de sono, agressividade, irritabilidade excessiva, comportamentos repetidos e compulsivos, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ansiedade e depressão.