V Semana da Pós Graduação IAU-USP

V Semana da Pós Graduação IAU-USP

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De 27 a 29 de junho Todos os dias das 09h00 às 20h30

Sobre o Evento

Fronteiras da Arquitetura e Urbanismo

O que é a pesquisa em Arquitetura e Urbanismo? É esta a questão que conduziu ao estabelecimento do tema: Fronteiras da Arquitetura e Urbanismo. Fronteiras, para além de limites que separam e dividem, podem ser entendidas como espaços dinâmicos de encontro e de troca. Tradicionalmente, a formação em Arquitetura e Urbanismo priorizou o caráter propositivo do Arquiteto e Urbanista. Mas nas últimas décadas, com o avanço das ciências, do desenvolvimento e amplificação dos métodos de pesquisa, das novas tecnologias, de novas demandas de uma sociedade mais complexa, a Arquitetura e Urbanismo tem ultrapassado suas tradicionais fronteiras, e tangenciado – e até mesmo avançado – nos mais diversos campos não só das ciências sociais, mas também das ciências humanas, das ciências exatas e até mesmo das ciências biológicas. Não só a Arquitetura e Urbanismo têm ultrapassado as suas fronteiras, mas outros campos científicos têm avançado sobre essas fronteiras. Somou-se a isso a pandemia do COVID-19, que também impôs a reflexão sobre a realização e métodos das pesquisas, trazendo novos desafios. Mesmo assim, em situações em que as fronteiras tradicionais são ultrapassadas, em que é possível tomar um objeto de pesquisa sob a perspectiva dos vários campos do conhecimento, as pesquisas permanecem orbitando o campo da Arquitetura e Urbanismo. Por quê? Por que reflexões de outros campos são abordadas a partir da pesquisa em Arquitetura e Urbanismo? Quais as possibilidades e caminhos para a pesquisa em Arquitetura e Urbanismo? De que forma estão sendo construídos e estruturados? Essas são algumas reflexões que se pretende abordar na V Sema.Pós.

As mesas e palestras acontecerão de forma remota. As oficinas serão somente presenciais.

Palestrantes

  • Paulo Cesar Castral 
  •  Simone Helena Tanoue Viziol
  • Ludmila Costhek Abílio
  • Brianda Sígolo
  • Eduardo Graziosi Silva
  • Flavia Brito
  • Giselle Beiguelman
  • Jeferson Tavares
  • Joana D’Arc de Oliveira
  • Luciano Bernardino da Costa
  • Tânia Mara da Silva
  • Juny kp!
  • André Frota Contreras Faraco
  • Tomás Antonio Moreira
  • Márcio Minto Fabrício
  • Ricardo Martucci
  • Ana Paula Aparecida Calabrez

Programação

09h30 - Flavia Brito, Paulo Cesar Castral  [on-line] Mesa 01: Patrimônio Cultural Mesa Temática
Local: Auditório da Pós Graduação IAU-USP

Patrimônio cultural - outros valores, sujeitos e perspectivas

Profa. Flávia Brito do Nascimento e Prof. Paulo Cesar Castral

O campo do Patrimônio Cultural tem as suas origens na constituição dos Estados Nacionais no século XIX, com o entendimento dos bens culturais como testemunhos do passado glorioso da nação, reconhecidos por seus valores históricos e artísticos. Mas no século XX, com o trauma do pós II Guerra - em que houve genocídios deliberados -, as ciências sociais passaram a aderir cada vez mais a uma noção antropológica de cultura, e os monumentos históricos e artísticos passaram a representar somente uma parte dos legados culturais. Ganhou espaço ainda a noção de referência cultural, que desloca o protagonismo do bem cultural para as relações, experiências e vivências que as pessoas possuem com ele. O campo do Patrimônio se tornou multidisciplinar, e outros valores e clivagens passaram a fazer parte. A Constituição Federal de 1988, no seu Artigo 216, utiliza uma definição de Patrimônio Cultural tributária à antropologia, e reconhece a sociedade como detentora dos seus próprios bens culturais e dos conhecimentos sobre eles. O que parece tornar artificial a divisão entre patrimônio material e patrimônio imaterial, uma vez que todo patrimônio material é suporte para práticas e manifestações culturais, ao mesmo tempo em que essas práticas e manifestações precisam de suportes materiais para sua operacionalização. Dessa forma, como ficam as fronteiras da pesquisa em Arquitetura e Urbanismo no campo do Patrimônio Cultural? De que forma ela está incorporando a definição de Patrimônio Cultural do ponto de vista legal, uma vez que o entendimento do Artigo 216 é tributário a um outro campo do conhecimento? De que forma ela está (ou deveria estar) articulando com os demais campos do conhecimento? De que forma ela está (ou deveria estar) considerando outras clivagens para além dos valores históricos e artísticos? De que forma ela está (ou deveria estar) considerando as experiências e as vivências, bem como os conhecimentos da população sobre o seu próprio patrimônio?

14h00 - Eduardo Graziosi Silva [presencial] oficina currículo LATTES Oficina
Local: Sala audiovisual

com Eduardo Graziosi Silva

ATIVIDADE PRESENCIAL

Na oficina serão apresentados os módulos de dados e atividades do Currículo Lattes e dicas para o seu preenchimento. Serão apresentados alguns dos itens mais comuns de atividades dos estudantes como participação em eventos, apresentação de trabalhos, atividades de extensão, e em que campos as atividades e produtos podem ser inseridos no Currículo Lattes. Sugere-se que os participantes já tenham o Currículo Lattes cadastrado na Plataforma e possam acessá-lo durante a oficina.

14h00 - Ana Paula Aparecida Calabrez, Brianda Sígolo [presencial] Oficina PERFIS ACADÊMICOS EM PLATAFORMAS DIGITAIS E REDE SOCIAL ACADÊMICA (RESEARCHGATE) Oficina
Local: biblioteca iau

Oficina PERFIS ACADÊMICOS EM PLATAFORMAS DIGITAIS E REDE SOCIAL ACADÊMICA (RESEARCHGATE)

com Brianda de Oliveira Ordonho Sigolo e Ana Paula Calabrez

ATIVIDADE PRESENCIAL

Serão apresentados os principais perfis acadêmicos de pesquisadores em plataformas digitais e seus identificadores digitais, como o Perfil de autor Scopus (ScopusID), Publons (ResearchID), Orcid, LattesID, GoogleID. Além das funcionalidades e perfil no ResearchGate, sendo esta a principal rede social acadêmica utilizada pelos pesquisadores no mundo para divulgação de suas pesquisas.

18h30 - Jeferson Tavares [on-line] 'Notas sobre o Moderno: projetos para Brasília - 1927-1957' / CICLO 22 Palestra
Local: Auditório da Pós-graduação IAU-USP

PALESTRA "Notas sobre o Moderno: projetos para Brasília - 1927-1957" / CICLO 22

Prof. Jeferson Tavares

Resgatar, analisar os projetos para Brasília e identificar suas possíveis referências e matrizes urbanísticas. Ao todo serão identificadas 32 (trinta e duas) propostas para a nova capital e analisadas as 25 (vinte e cinco) existentes, concebidas entre os anos de 1927 a 1957. Identifica-se, em decorrência dessa análise, a construção e o registro de uma cultura urbanística nacional, marcada pela pluralidade de referências (matrizes teóricas e práticas, nacionais e internacionais). Esses elementos, presentes nos planos para Brasília, evidenciam a condição dialética das posturas projetuais que colaboraram na formação da identidade nacional. Ao explicitarem esse campo de conhecimento e atuação prática, os planos contribuem para a ilustração de um pensamento heterogêneo e peculiar da disciplina urbanística no Brasil.

09h30 - Joana D’Arc de Oliveira, Tânia Mara da Silva [on-line] Mesa 02: Questão racial, feminismo e espaço urbano Mesa Temática
Local: Auditório da Pós Graduação IAU-USP

Questão racial, Feminismo e espaço urbano

Profa. Tania Mara da Silva e Profa. Joana D'Arc de Oliveira

A cartografia afetiva é um processo em que o cartógrafo não utiliza o mapa apenas como representação gráfica do espaço, mas como reflexão sobre seu lugar no mapa e sobre sua representação de modo geral. Destarte, o mapa mostra-se instrumento poderoso na pesquisa em arquitetura e urbanismo pela possibilidade de indicar práticas culturais, resistências, disputas e tensões em um território, utilizando de afetos e memórias (experiências e vivências) para além dos dados demográficos e censitários. Pensando no processo que usa a memória como fonte de informação, o questionamento parte de uma breve análise do livro “Cartas para minha avó” de Djamila Ribeiro, no qual ela descreve sua infância em Santos, cidade em que morava com os pais, e em Piracicaba, onde estava a casa de sua avó. Dentre todos os eventos narrados por Djamila em seu livro, os conflitos entre a população negra descendente de escravos e a população descendente de imigrantes no interior do estado chamam a atenção. A autora utiliza da memória afetiva de momentos e conversas com sua avó e mãe para apresentar a tensão presente neste espaço onde existe um apagamento da história negra ao mesmo tempo em que há uma exaltação pela ascendência imigrante europeia. Assim, uma fronteira a ser superada é: de que forma a pesquisa em arquitetura e urbanismo pode contribuir para romper com a fronteira do apagamento da história, da experiência, da vivência e até mesmo da estruturação da paisagem urbana e edificada dos negros nas cidades do interior paulista? Outra fronteira a ser superada é: de que forma a pesquisa em arquitetura e urbanismo pode entrecruzar os dados demográficos e censitários às experiências e vivências que as pessoas cultivam de forma ética e com rigor metodológico?

14h00 - André Frota Contreras Faraco, Juny kp!, Luciano Bernardino da Costa [presencial] Oficina de Fotografia (câmera obscura) Oficina
Local: Auditório da Pós Graduação IAU-USP

Oficina "Fotografia, urbe e o nosso olhar"

Prof. Luciano Bernardino da Costa, André Faraco e juny kp!

ATIVIDADE PRESENCIAL

Quando o francês Joseph Niépce, em 1826, realizou sua primeira experiência fotográfica de sucesso com "Vista da Janela em le Gras", a fotografia tornou-se objeto de exploração e recurso de registro de momentos vividos e lugares do mundo. E a arquitetura desempenhou um protagonismo nos registros, seja como objeto histórico, seja como objeto de arte e protagonismo.

O debate sobre o conceito de espaço tem sido alimentado desde então. Na arquitetura, é evidente que se trata de um dos temas e preocupações centrais do ofício e, no limite do confrontamento da arquitetura e da fotografia enquanto arte, o espaço foi e é lugar de experimentação de arquitetos e fotógrafos.

Propomos nesta oficina dois momentos: um de conversa sobre a fotografia, o olhar e o corpo urbano e o segundo, da produção de uma câmera obscura para que os participantes pratiquem seus olhares e fotografem "suas cidades".

Parte prática: construção de uma câmera obscura e deriva fotográfica pelo IAU.

Desdobramento: exposição dos registros.

18h30 - Ludmila Costhek Abílio, Tomás Antonio Moreira [on-line] Mesa 03: Trabalho: produção e consumo Mesa Temática
Local: Auditório da Pós Graduação IAU-USP

Trabalho: produção e consumo

Profa. Ludmila Costhek Abílio, Prof. Christian Azaïse e Prof. Tomás Antonio Moreira

A produção da cidade possui um caráter político-econômico, tanto na forma de administração pelo poder público quanto pela produção do espaço construído, tornando o espaço urbano um meio de obtenção de capital. Desta forma, os espaços urbanos, bem como a moradia e o direito a usufruir os espaços da cidade tem se tornado, cada vez mais, uma mercadoria. Sabe-se que a uberização e plataformização do trabalho são fenômenos que vem ganhando corpo nos últimos anos e se aceleraram devido à pandemia. Qual a conexão entre as novas relações de trabalho e o direito à cidade? As novas relações de trabalho são fronteiras para o desenvolvimento das nossas cidades, assim como o desenvolvimento do capitalismo foi, e ainda é, para a produção urbana? Para além disso, como estas novas relações de trabalho e consumo influenciam a pesquisa em Arquitetura e Urbanismo?

09h30 - Giselle Beiguelman,  Simone Helena Tanoue Viziol [on-line] Mesa 04: Tecnologia e impactos na cadeia social, ambiental e estética  Mesa Temática
Local: Auditório da Pós Graduação IAU-USP

Tecnologia e impactos na cadeia social, ambiental e estética

Profa. Giselle Beiguelman e Profa. Simone Helena Tanoue Vizioli

O desenvolvimento de um projeto arquitetônico, a escolha de um material e a adoção de um processo construtivo impactam toda uma cadeia social, ambiental e estética. Com base nisso, os projetistas e os pesquisadores podem e devem questionar as escolhas que são tomadas na produção da Arquitetura e do Urbanismo. As transformações tecnológicas estão ocorrendo em um ritmo cada vez mais acelerado - ao mesmo tempo em que a sociedade está com demandas cada vez mais complexas. Dessa forma, o tempo das transformações, da sociedade, faz-se uma fronteira: a pesquisa em Arquitetura e Urbanismo está conseguindo acompanhar esse ritmo de transformações? Qual é o tempo de demora que o que é produzido na pesquisa em Arquitetura e Urbanismo está a serviço da sociedade? Qual o impacto que as escolhas tecnológicas têm na cadeia social, ambiental e estética? Como o arquiteto e urbanista contemporâneo lida com essas questões?

13h00 - André Frota Contreras Faraco, Juny kp! [presencial] Oficina Patrimônio Cultural e Graffiti Oficina
Local: pátio

com André Faraco e juny kp!

ATIVIDADE PRESENCIAL NA ÁREA EXTERNA

Em uma ação de Educação Patrimonial realizada com os alunos da graduação em 2021, os participantes identificaram que a prática da escrita e do desenho nas paredes do IAU é um saber-fazer, é uma forma de expressão e comunicação, portador de referência à ação, à memória e à identidade deles como universitários - portanto, pode ser entendida como um Patrimônio Cultural universitário. O que supera a fronteira de atuação tradicional da Arquitetura e Urbanismo no campo do Patrimônio Cultural e reconhece os universitários como grupo formador no sentido de ser produtor cultural. Ao mesmo tempo, o Grafitti é a arte urbana que se utiliza de suportes que não foram previstos para esta finalidade. Mas ainda precisa superar as fronteiras da estigmatização. A oficina proposta vem para costurar os percursos - da prática da escrita e do desenho nas paredes do IAU e do Grafitti -, entrecruzando os saberes dos participantes de forma a oportunizar o reconhecimento dos praticantes nas semelhanças e também nas diferenças, compartilhando vivências e experiências e, sobretudo, as técnicas de intervenção artística utilizando as paredes como suporte.

17h00 - Márcio Minto Fabrício, Ricardo Martucci [presencial com transmissão] Homenagem ao Prof. Ricardo Martucci Palestra
Local: auditório da pós-graduação

PROFESSOR HOMENAGEADO: PROF. RICARDO MARTUCCI, acompanhado pelo Prof. Marcio Minto Fabrício

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (1971), Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1975) e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1991). Livre Docente pela Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Arquitetura e Urbanismo (1998). Professor e Pesquisador da Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos - Departamento de Arquitetura e Urbanismo (1972-1981) e (1991 - 2004). Professor e Pesquisador da Universidade Federal de São Carlos - Departamento de Engenharia Civil (1981 - 1991). Secretário Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Município de São Carlos - gestão 2001/2004 e 2004/ 2008. Professor Titular do Centro Universitário Central Paulista - Curo de Arquitetura e Urbanismo (2011 - 2014). Tem experiência consolidada em Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Políticas Públicas Urbana, atuando principalmente nas seguintes áreas: Arquitetura, Urbanismo, Políticas Públicas, Promoção Imobiliária, Produção Habitacional, Política Tecnológica.

Local

Instituto de Arquitetura e Urbanismo IAU-USP - Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo , São Carlos, São Paulo,
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Organizador

Comissão Organizadora - IV SemaPós.IAU