Local: Sala indefinida
Ministrante: Prof. Wheber Mendes dos Santos
O minicurso abordará a transformação da prática docente por meio da promoção de uma educação orientada para a diferença em vez da mera repetição de modelos tradicionais. Focando na fase dos estágios supervisionados, o minicurso buscará analisa a necessidade de repensar as abordagens pedagógicas, inspirando-se nas perspectivas filosóficas de autores como Deleuze, Guattari, Foucault, Nietzsche, Bell Hooks, Paulo Freire, Gallo e Veiga Neto. Através de uma análise crítica, os autores exploram como essas visões filosóficas podem enriquecer a prática docente ao valorizar a singularidade dos alunos. Proponho neste minicurso que os educadores em formação explorem estratégias que deem ênfase à individualidade e às múltiplas perspectivas dos alunos, superando os métodos tradicionais baseados na repetição. Ao envolver os futuros docentes em práticas que promovam o diálogo, a reflexão crítica e a conscientização das dinâmicas sociais, o estágio supervisionado pode se tornar um campo de experimentação para uma educação mais inclusiva e sensível à diferença
Palavras-chave: diferença, docência, experimentação.
DETALHAMENTO DO MINICURSO C/H: 04h
Data: 18.08.2023
Local: sala de aula
PROGRAMAÇÃO:
Introdução (15 minutos)
Boas-vindas e introdução ao tema.
Apresentação dos objetivos e estrutura do minicurso.
Módulo 1: Fundamentos Filosóficos da Educação para a Diferença (1 hora)
? Foucault: a escola na modernidade
? Deleuze e Guattari: A Diferença como Potência Criativa
? Exploração da concepção de diferença como força criativa.
? Introdução às ideias de repetição, memória longa e hábito.
Módulo 2: Abordagens Práticas para a Diferença na Educação (1 hora)
? Exploração das ideias sobre prática de liberdade;
? Discussão sobre diversidade vs diferença;
? Construção de práticas de fuga do hábito em sala de aula;
? Exploração do papel crítico do educador em contextos de gênero, sexualidade, raça e classe.
Módulo 3: Diferença nas Práticas Educativas e lutas democráticas (1 hora)
? A perversão na inclusão;
? Lutas democráticas e educação;
? Status quo e movimentos sedentarizadores;
? A quebra das expectativas em sala de aula: o que fazer para não repetir
autoritarismos?
Módulo 4: Reflexões sobre Práticas de Estágio Supervisionado (1 hora)
? Discussão sobre a importância das perspectivas filosóficas na prática do estágio supervisionado.
? Compartilhamento de experiências e desafios.
? Estratégias para aplicar as abordagens discutidas em contextos reais.
? Encerramento.
Público-alvo: público em geral Objetivo geral: investigar e promover uma transformação na prática docente por meio da adoção de abordagens educacionais que valorizem a diferença e estimulem a criatividade, em contrapartida à repetição de modelos tradicionais.
Objetivos específicos:
? Identificar as práticas pedagógicas tradicionais baseadas na repetição e suas limitações em relação à promoção do pensamento crítico e à inclusão;
? Investigar a aplicação dessas perspectivas filosóficas nas práticas docentes durante os estágios supervisionados, destacando estratégias para estimular a criatividade, a reflexão e a consciência social dos futuros educadores;
? Analisar as mudanças observadas na dinâmica da sala de aula e nas interações entre professores e alunos quando abordagens voltadas para a diferença são incorporadas.
Metodologia:
O minicurso contará com um percurso expositivo.
Recursos:
- Espaço com projetor para apresentações.
- Materiais de escrita e anotação.
- Papéis
- Canetas para quadro branco
- Quadro branco ou flipchart para brainstorming.
Avaliação
Participação ativa nos debates e reflexões finais sobre as aprendizagens do minicurso.
Bibliografia:
ARAUJO, Viviane Patricia Colloca. Relatório Final de Pesquisa: Currículo oculto nos dias de hoje: revelado ou ainda velado? UNIP: Vice-Reitoria de Pós-Graduação e pesquisa. Ribeirão Preto - SP, 2018.
ALVES, Nilda. Tecer conhecimento em rede. In: ALVES, Nilda; GARCIA,
ALVES, N. Sobre novos e velhos artefatos curriculares – suas relações com docentes, discentes e muitos outros. In: FERRAÇO, C. E. (org.). Currículo e educação básica: por entre redes de conhecimentos, imagens, narrativas, experiências e devires. Rio de Janeiro: Rovelle, 2001. p. 71-83. Regina L. O Sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 1999, p. 91-100
AGAMBEN, Giorgio. Qu'est-ce qu'um dispositif. Paris: Payot e Rivages, 2006. BENTO, B. Necrobiopoder: Quem pode habitar o Estado-nação?. Cadernos Pagu, Campinas -SP, v. 53, online, fev, 2018.
BUTLER, Judith. Vida precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
CARNEIRO, Aparecida Sueli; FISCHMANN, Roseli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005,
DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
DELEUZE, G. & GUATTARI, F. O Anti-Édipo. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. DELEUZE, G. & GUATTARI, F.. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 2. Rio de Janeiro: Editora 34, 1980.
FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
FREUD, S. O ego e o id. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FOUCAULT, M.. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. 10°ed. São Paulo: Paz e Terra, 2020.
______________. A Ordem do Discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1996. _____________. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France, 1975-1976. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
_____________. Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989. _____________. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
_____________. O que é Iluminismo? Trad. Wanderson Flor do Nascimento. UNB, 2017. Disponível em: http://www.unb.br/fe/tef/- loesco/foucault/iluminismo.html. Acessado em 09/09/2022.
_____________. As Palavras e as Coisas. São Paulo: Martins Fontes. 1990 ______________.Segurança, Território e População: Curso no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2004.
GIDDENS, A.. Sociologia. São Paulo: Editora Artmed, 1984.
GOFFMAN, E. A Apresentação do Eu na Vida Cotidiana. Petrópolis: Vozes, 2004. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A. 2000.
HOOKS, Bell. *Ensinando para transgredir*. São Paulo: Martins Fontes, 2013. KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogá, 2019.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. São Paulo: José Olympio, 2002.
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2005 MBEMBE, A. Necropolítica: Biopoder, Soberania, Estado de Exceção, Política da Mortalidade. São Paulo: n-1 edições, 2018.
PRECIADO, P. B.. Eu sou o monstro que vos fala: relatório para uma academia de psicanalistas. São Paulo: Zahar, 2022.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.