Introdução: A esquistossomose e as geohelmintoses são doenças negligenciadas e estão relacionadas com a falta de saneamento básico e associadas a precárias noções de higiene, o que favorece a alta prevalência dessas parasitoses, constituindo, assim, um problema de saúde pública. É relevante analisar a influência da pandemia de COVID-19 nessas parasitoses. Objetivo: Analisar a prevalência da esquistossomose e de outras helmintoses nos períodos pré e pós-pandemia de COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa através de dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE) da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SES/SE), referentes aos casos de esquistossomose detectados no município de Lagarto, nos períodos de 2018–2021. Resultados: No período de 2018 a 2021 foram realizados, no município de Lagarto, 2.699 exames parasitológicos em pacientes com suspeita de esquistossomose mansoni, exceto o ano de 2020 em que não houve notificação do SISPCE, possivelmente, devido ao surgimento da pandemia do COVID-19 e, portanto, suspensão de atividades consideradas não essenciais. Desse total de exames, 13,11% (354) se apresentaram positivos para S. mansoni, apenas 250 receberam tratamento e 104 não foram tratados. A prevalência da doença era de 15,8% em 2018; 3,53% em 2019 e 9,18% em 2021. Para as geohelmintoses, foram encontradas um total de 61 pessoas positivas para Ascaris lumbricoides e 67 positivas para ancilostomídeos, sendo o ano de 2018 o mais prevalente para ambas as parasitoses. Conclusão: Por meio dos resultados observa-se a grande importância do SISPCE para o desempenho das atividades coproparasitológicas. Notou-se, no entanto, que as estratégias e a adesão dos municípios ao PCE ainda continuam ineficazes. Desse modo, é evidente a necessidade de implementação de novas metodologias de controle da esquistossomose em áreas endêmicas.
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