Introdução: Renicola é um gênero de parasita com tropismo por rim e ureter de aves marinhas que se alimentam de bivalves e peixes. Raramente provocam óbito, tendo o Puffinus puffinus como hospedeiros definitivos. Objetivo: Relatar a presença de Renicola spp. em um indivíduo da espécie Sula dactylatra. Método: Durante a necropsia de exemplar de S. dactylatra, foi encontrado áreas multifocais puntiformes enegrecidas envolto por cápsula fibrosa, compatível com cistos parasitários. Essas estruturas foram colhidas em álcool 70%, armazenadas em flaconetes e encaminhadas para identificação. Resultados: Ao exame histopatológico notouse na região de pelve renal cortes transversais e longitudinais de estruturas parasitárias com morfologia oval, apresentando 2 ventosas (oral e ventral), numerosos ovos livres no parênquima compatíveis com trematódeos, associados a moderada inflamação granulomatosa, composta por macrófagos epitelioides, células gigantes multinucleadas do tipo corpo estranho, linfócitos e raros heterofilos, delimitados por moderada cápsula fibrosa. O exame parasitológico confirmou a presença de exemplares de trematódeos do gênero Renicola devido ao formato e localização. Os achados clínicos, anatomopatológicos e histopatológicos contribuíram para a identificação da causa da morte do indivíduo por inanição e choque hipovolêmico, associados a trauma contundente em região inguinal e em membro pélvico esquerdo. Considerações Finais: O presente estudo oferece a primeira descrição parasitológica de um Renicola em uma ave de espécie S. dactylatra. Não houve correlação entre a lesão renal ocasionada pelo parasita e a causa da morte do indivíduo. A avaliação necroscópica minuciosa de aves marinhas é de suma importância para elucidação da causa da morte e distinção entre lesões de importância e sem importância clínica.
Para baixar os livro de reumos, segue o link: https://drive.google.com/file/d/1dr9quWuVXPAh2xLEQwN0CJqWK1UtlJC9/view?usp=drive_link
Comissão Organizadora
SINDIP
Carlos Thailan de Jesus Santos
Comissão Científica
Luciane Moreno Storti de Melo