A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença emergente e negligenciada, que afeta cerca de 90.000 pessoas por ano no mundo. O Nordeste brasileiro, com destaque para o estado de Sergipe, é endêmico para LV devido a fatores ambientais e sociais que aproximam vetores e hospedeiros, favorecendo as infecções. Neste estudo avaliamos a incidência de LV em Sergipe entre 2009 e 2020 através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A avaliação temporal foi feita por regressão linear e a análise de varredura espacial. Não foi observada tendência significativa para incidência ou letalidade (p > 0,05) entre 2009-2019. Porém, ao segmentar esta última observou-se uma tendência significativa de crescimento (1,7% ao ano) de óbitos de 2009-2016, seguida por um decréscimo (2,8% ao ano) até 2020 (p < 0,05), possivelmente, conexo a subnotificações durante o enfretamento da pandemia de COVID-19. As maiores incidências foram observadas nos municípios de Santo Amaro das Brotas e São Francisco (115,7 e 107,4 por 100 mil hab., respectivamente). Ademais, foi observado a formação de 3 clusters associados ao risco de infecção por município: I) Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Itaporanga d’Ajuda, Nossa Senhora do Socorro, Santo Amaro das Brotas e São Cristóvão (RR = 1,4); II) Canindé de São Francisco, Gararu, Poço Redondo e Porto da Folha (RR = 1,9); III) Brejo Grande, Japoatã, Pacatuba e São Francisco (RR = 2,5). Os resultados mostram que é necessário o melhoramento nas notificações, nas ações ambientais e educacionais, que auxiliem a compreensão e mitigação da transmissão de LV em Sergipe, sobretudo nos municípios que apresentaram alta incidência.
Para baixar os livro de reumos, segue o link: https://drive.google.com/file/d/1dr9quWuVXPAh2xLEQwN0CJqWK1UtlJC9/view?usp=drive_link
Comissão Organizadora
SINDIP
Carlos Thailan de Jesus Santos
Comissão Científica
Luciane Moreno Storti de Melo