O grupamento catecolaminérgico C1 é definido pelos neurônios do bulbo ventrolateral rostral (RVLM) que apresentam fenótipo adrenérgico. Classicamente conhecidos pela sua inervação dos neurônios pré-ganglionares simpáticos, esses neurônios também apresentam projeções excitatórias para neurônios pré-ganglionares parassimpáticos. Localizados no núcleo motor dorsal do vago (DMV), esses neurônios são responsáveis pela inervação parassimpática de órgãos como fígado, pâncreas e estômago. O DMV integra uma circuitaria que, sob ação da insulina no sistema nervoso, modula a produção hepática de glicose. Com essas informações em vista, o presente trabalho busca explorar a interação dos neurônios C1 e os eferentes parassimpáticos, em especial os hepáticos e seus possíveis efeitos na produção hepática de glicose. Até o presente momento analisamos – de forma preliminar – a anatomia dessa projeção C1-DMV, considerando apenas os corpos celulares de neurônios pré-ganglionares que se projetam exclusivamente para o fígado. Os procedimentos experimentais foram previamente aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais do ICB-USP (nº 9141070319). Os animais receberam, no RVLM, injeções bilaterais do vetor lentiviral PRSx8-ChR2-eYFP no volume de 150 nL cada para marcar de forma anterógrada e monossináptica as fibras nas regiões onde há inervação direta pelos neurônios C1, dentre elas o DMV. A transfecção desse vetor é controlada pelo promotor PRSx8 e direcionada aos neurônios que expressam o fator de transcrição Phox2a/b e tem preferência por neurônios catecolaminérgicos, e sua marcação pode ser visualizada por uma imunohistoquímica para a proteína fluorescente eYFP. Após 30 dias de transfecção do lentivírus, os animais receberam injeções do traçador retrógrado FluoroGoldTM (FG) no lobo hepático mediano. Após mais 7 dias, o tecido cerebral desses animais foi fixado e processado por meio de imunohistoquímica para visualização das marcações anterógrada e retrógrada no DMV. Em um microscópio de epifluorescência convencional, observamos uma densa inervação da região do DMV. Para um maior refinamento, novas imagens foram capturadas em uma sequência z-stack e reconstruídas tridimensionalmente. De fato, varicosidades imunorreativas à eYFP encontravam-se em justaposição a parte dos neurônios do DMV marcados com FG. Esses dados preliminares sugerem que os neurônios C1, tendo o glutamato como principal neurotransmissor, podem excitar uma parcela dos neurônios motores hepáticos e provavelmente modular a liberação de glicose do fígado, porém não podemos descartar a hipótese de que alguns desses neurônios do DMV marcados com FG inervem outros órgãos como o pâncreas ou estômago, ou ainda, que os neurônios C1 excitem uma parcela maior de neurônios que não tenham sido marcados, mas que possam afetar a disponibilidade de glicose, por exemplo aumentando a secreção de insulina ou a motilidade gastrintestinal. CNPq #132132/2019-2; FAPESP #2019/06482-3; CAPES #88887.640742/2021-00
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini