O diabetes mellitus(DM) é uma endocrinopatia de alta prevalência caracterizada pela hiperglicemia decorrente da deficiência ?-pancreática na síntese e secreção e/ou resistência à insulina em tecidos metabolicamente importantes como músculo esquelético, tecido adiposo branco e fígado. Embora existam alternativas farmacológicas para o tratamento do DM, o uso é limitado pelos efeitos colaterais existentes. Neste sentido, plantas medicinais, como a Morus nigra L., são utilizadas popularmente na prevenção e tratamento para o DM e suas comorbidades. Foi avaliado o efeito das frações hexano (Hex-Mn) e clorofórmio (Clo-Mn) no tratamento do DM em ratos. Estas frações foram obtidas por partição do extrato bruto etanólico de folhas de M. nigra e a composição fitoquímica avaliada por cromatografia gasosa-espectrometria de massa (CG-MS). Ratos Wistar machos (200±20g) submetidos a jejum noturno prévio de 12h foram tratados com dose única estreptozotocina (STZ, 40mg/kg,i.v.). Os animais diabéticos foram tratados com Hex-Mn (400mg/kg,v.o.), Clo-Mn (400mg/kg,v.o.) ou insulina (3U/dia,s.c.) durante 21 dias. Massa corporal, volume urinário, ingestão hídrica e alimentar foram avaliadas diariamente. A glicemia pós-prandial foi quantificada a cada 7 dias. O perfil lipêmico, níveis de glicerol plasmático e marcadores da função hepática foram quantificados por colorimetria e o índice aterogênico (IA) foi calculado. Os marcadores hepáticos de estresse oxidativo, glicogênio hepático e resistência à insulina (IkTT), assim como digestão e absorção intestinal de carboidratos foram quantificados. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Pernambuco (CEUA-UFPE, 23076.016693/2014-88). Os compostos majoritários na Hex-Mn foram o ácido ?-linolênico, estigmast-5-en-3-ol e éster etílico de ácido linolênico, enquanto na Clo-Mn foram o estigmast-5-en-3-ol, ácido palmítico e ?-ácido linolênico. Apenas a Hex-Mn reduziu a hiperglicemia (40%), os níveis plasmáticos de colesterol total (CT, 20%), lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL, 30%) e IA (40%), assim como aumentou a lipoproteína de alta densidade (HDL, 30%) plasmática. Ambas as frações reduziram os níveis de triglicerídeos (TG, 30%) e apresentaram efeitos hepatoprotetores. A fração Hex-Mn melhorou o ganho de massa corporal (20%), a hiperfagia (15%), polidipsia e poliúria (30%), aumentou o conteúdo de glicogênio hepático (3,6X), sensibilidade à insulina (60%), reduziu os níveis de glicerol (60%), das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (~50%) e de nitrito (10%) e restaurou a atividade da superóxido dismutase em ratos diabéticos. A digestão de carboidratos complexos e a absorção intestinal de glicose foram reduzidas com a Hex-Mn. Os resultados sugerem que a atividade antidiabética do Hex-Mn pode ser explicada, pelo menos em parte, pelo aumento da sensibilidade à insulina, propriedades antioxidantes e redução da digestão e absorção de carboidratos no intestino delgado.
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini