Atorvastatina melhora a hiperglicemia em camundongos portadores de diabetes tipo 2.

• Autor
• Rafael Junges Moreira
• Co-autores
• Maria Luiza Estimo Michalani , Maristela Mitiko Okamoto , Ubiratan Fabres Machado
• Resumo

• O diabetes mellitus (DM) e suas complicações crônicas, como as dislipidemias, são os maiores problemas de saúde pública, tornando-se primordial o aprimoramento de medidas para melhorar o controle glicêmico e reduzir a incidência dessas complicações. Vários efeitos benéficos das estatinas, inibidores da 3-hidroxi-3-metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA), vêm sendo identificados, incluindo efeitos anti-inflamatórios e melhora na sensibilização à ação da insulina, além da redução do colesterol. No entanto, o impacto das estatinas no metabolismo da glicose é controverso e os mecanismos moleculares ainda são mal compreendidos. Para investigar a eficácia da atorvastatina frente ao DM, camundongos da linhagem C57bl6 foram diabetizados após 6 semanas de uma dieta hipercalórica e hiperlipídica (HF), nesse presente estudo. Após isso, os animais portadores de DM foram divididos em 2 subgrupos: grupo placebo (DM) e grupo atorvastatina (DM+ATV) que recebeu tratamento com atorvastatina (ATV 1% na dieta HF), o projeto foi aprovado no comitê de ética CEUA nº 2152181019. Os animais foram acompanhados ao longo de 24 semanas para investigar os efeitos da ATV sobre diversos parâmetros do DM. A dieta HF foi eficaz em aumentar o peso corporal final do grupo DM quando comparado aos animais controles. Por outro lado, a atorvastatina (HF-ATV) apesar de estar na mesma dieta, promoveu uma estabilização e até uma redução do peso corporal desde em que foi introduzida, perdurando até o final do estudo, mesmo quando comparado aos animais do grupo controle submetido a uma dieta padrão. Além disso, a ATV foi eficaz em reduzir e até reverter a hiperglicemia em jejum, após 2 semanas de administração já reduziu a glicemia dos animais DM+ATV, vindo a se equiparar aos níveis dos animais controle ao final do protocolo. Sobre a sensibilidade a ação da insulina mensurada pela constante de decaimento da glicose (kITT) no teste de tolerância à insulina (ITT), os animais portadores de DM apresentaram piora na sensibilidade a ação da insulina a partir da 6ª semana de DM, persistindo até o final do protocolo. Entretanto, o tratamento com ATV melhorou o kITT quando comparado ao grupo controle. Na última semana de dieta, foi realizado um teste de tolerância a glicose (GTT), ao qual os animais do grupo DM apresentaram severa intolerância à sobrecarga de glicose (glicemia não reduz até 150 min após a sobrecarga). Contudo, o grupo que recebeu atorvastatina (DM-ATV) não apresentou intolerância à glicose e sua secreção de insulina durante o GTT apresentou uma severa alteração durante o tempo observado (0, 30 e 90 min). Diante dos resultados preliminares observados, podemos afirmar que a atorvastatina apresenta efeitos benéficos no metabolismo glicêmico de animais portadores de diabetes mellitus, mesmo quando utilizada durante longos períodos. Este trabalho foi fianciado pela FAPESP processos nº 2018/26013-5 e 2016/15603-0.

• Palavras-chave
• Diabetes melitus; estatinas;
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Fisiologia Endócrina

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